Dom Sérgio da Rocha, o novo presidente da CNBB
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Entidade pede ajuste "sem prejuízo à população" e lamenta as pautas conservadoras do Legislativo
Em nota que encerra sua 53ª Assembleia Geral, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou preocupação com o ajuste fiscal que o governo Dilma Rousseff pretende fazer, com o projeto de lei 4330, que libera as terceirizações em toda a cadeia produtiva e não poupou críticas a pautas conservadoras do Congresso, como a redução da maioridade penal e a PEC 215, que tira do Executivo a prerrogativa de demarcar terras indígenas.
O texto é assinado pelo cardeal Raymundo Damasceno Assis,
arcebispo de Aparecida, que nesta sexta-feira 24 transmitiu a dom Sérgio
da Rocha, arcebispo de Brasília, o cargo de presidente da CNBB. Rocha
prometeu manter a postura ativa da CNBB, que, de acordo com ele,
continuará a "denunciar o que vai contra o reino de Deus".
Na nota, a CNBB afirma que a retomada do crescimento da economia é
necessária, mas que ela "precisa ser feita sem trazer prejuízo à
população, aos trabalhadores e, principalmente, aos mais pobres". Na
mesma linha, a CNBB critica o PL da terceirização, afirmando que
ele "não pode, em hipótese alguma, restringir os direitos dos
trabalhadores", uma vez que "é inadmissível que a preservação dos
direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da
crise".
A maior parte da nota é dedicada a criticar avanços conservadores no
Congresso, onde, diz a CNBB, "se formam bancadas que reforçam o
corporativismo para defender interesses de segmentos que se opõem aos
direitos e conquistas sociais já adquiridos pelos mais pobres".
Para entidade, a redução da maioridade penal "é um equívoco que
precisa ser desfeito", a PEC 215, "uma afronta à luta histórica dos
povos indígenas" e o projeto de lei 3722/2012, que revoga o Estatuto do
Desarmamento, uma ilusão criada pela indústria das armas, que "está a
serviço de um vigoroso poder econômico que não pode ser alimentado à
custa da vida das pessoas."
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