quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O que representa esta derrota da direita

No Blog do Emir

A direita tinha sido vitoriosa ao longo da história brasileira, desde 1964. Nesse momento interrompeu um governo que democratizava o país do ponto de vista econômico, social e político, incentivava a consciência nacional e a identidade cultural brasileira, para instaurar uma ditadura militar, que promoveu o maior processo de concentração de renda que o Brasil já tinha conhecido.

Esgotada a ditadura, a direita conseguiu limitar os alcances da democratização, que reinstaurou um regime político liberal, mas sem afetar os pilares das relações de poder no Brasil: não foi democratizada a posse da terra, o poder dos bancos, das grandes corporações, da mídia.

Esgotado também o impulso democratizador, durante o governo Sarney, foi implementado o modelo neoliberal, primeiro com Collor e depois, diante da queda deste, no governo Itamar, com FHC.

Nova e grande vitória da direita, ainda mais que conseguiu que algum proveniente da oposição à ditadura se responsabilizasse por impor esse modelo - que caracteriza a direita no mundo contemporâneo.

O triunfo de Lula, caso este tivesse sido cooptado e mantido o modelo herdado de FHC, teria sido também outra vitória, indireta, com a mão do gato, para a direita.

Se a versão da ultra-esquerda tivesse sido certa, o Lula teria revigorado o neoliberalismo, dando-lhe umas mãos de cal de políticas assistencialistas e controlando o movimento popular. Teria sido o melhor administrador do neoliberalismo.

Mas a realidade não foi essa. O modelo foi readequado, o Estado retomou sua função de indutor do crescimento econômico, que foi recolocado em pauta, depois de ter sido abolido pelo governo FHC.

Instaurou-se ao longo do mandato do Lula um modelo de desenvolvimento econômico e sócia, alterando, pela primeira na história brasileira, a desigualdade social - e de forma significativa.

A política externa assumiu a soberania nacional como principio fundamental, deslocou o eixo das alianças do norte para o Sul do mundo, privilegiando em particular os processos de integração regional e contribuindo para a construção de um mundo multipolar.

A direita conseguiu sobreviver com o governo Lula, seus interesses não foram profundamente afetados, mas perderam o manejo direto do Estado, das estatais, a promiscuidade com a presidência e viram, ao contrário dos seus gostos, o Estado utilizar recursos para políticas sociais, desenvolver relações de fraternidade política com países vizinhos, limitar o espaço do mercado, amplamente estendido na década anterior.

A direita econômica prefere o Serra, mas sem o extremismo da direita política. De qualquer forma, ambas serão derrotadas com a vitória da Dilma e de um projeto nacional, de uma sociedade de inclusão, de um governo para todos. Estavam acostumados a se valer do Estado a seu bel prazer para seus próprios interesses.

A direita partidária e midiática - hoje confundida - é a maior derrotada. Perdeu capacidade de influência, sai com os seus partidos e seus órgãos da imprensa reduzidos à sua mínima expressão.

Ainda mais que, os órgãos da mídia, depois do ano de Copa do Mundo e de eleições e da nova crise de legitimidade destas eleições, depois da descida para a metade da tiragem em uma década, devem ter outra queda grave, com a conseqüente crise financeira.

Os partidos opositores sofrerão uma grande crise de identidade, devendo se diferenciar entre os negociadores - tipo Aécio - e os extremistas, como o DEM e políticos remanescentes como Tasso Jereissatti, deslocados pela derrota e pelo sucesso do governo Lula.

Sofrem este ano a maior derrota política em décadas, com perspectiva de um lento e prolongado processo de recomposição, que ainda não parece delinear o perfil novo que venham a assumir.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Alunos, professores e servidores do IFRN divulgam Nota de Repúdio contra Rosalba

Alunos, professores e servidores do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) divulgaram, nesta terça-feira (21), uma nota de repúdio contra a senadora Rosalba Ciarlini, candidata do DEM ao Governo do Estado, classificando como “falsa e oportunista” a declaração dela, feita em seu programa eleitoral, em que se diz responsável pela implantação de 12 novos IFRNs (Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte) no interior do Estado.

A nota foi divulgada na imprensa de Natal e é assinada pelo SINASEFE-Seção Sindical Natal (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), pela Associação dos Servidores do IFRN (ASIF), pelo Grêmio Estudantil Djalma Maranhão, pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) do IFRN e pelo Centro Acadêmico da TADS.

No documento, as entidades afirmam “repudiar as declarações da candidata do DEM”, acrescentando que a mesma utiliza um “discurso extremamente oportunista”, que “não condiz com a verdade dos fatos”.

“Temos o dever de esclarecer que o programa de expansão da educação profissional federal iniciou-se em 2004, após o Congresso Nacional alterar o Decreto nº 2208/97. Já em 2007, tivemos a inauguração das Unidades Educacionais de Ipanguaçu, Currais Novos e Zona Norte de Natal. Em 2007, foi iniciada a segunda fase da expansão, com a construção de mais 6 unidades educacionais (Apodi, Caicó, João Câmara, Macau, Santa Cruz e Pau dos Ferros)”, registram as entidades representativas em outro trecho da nota.

Além de repudia a declaração “falsa e oportunista” de Rosalba sobre a expansão dos IFRNs, as entidades lembram na nota que o partido da candidata a governadora moveu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI-3314) no Supremo tribunal Federal (STF) contra o Programa Universidade para Todos (ProUni), que dá bolsas de estudos para alunos carentes nas universidades privadas e beneficiou, até 2009, 600 mil estudantes no país, dos quais 8.300 só no RN.

“Afinal, qual educação ela [Rosalba Ciarlini] defende?”, questionam os servidores federais e alunos do IFRN no documento. As entidades finalizam a nota afirmando que se sentiram “no dever de desmentir publicamente o discurso oportunista da candidata do DEM”.

Enquanto a imprensa do Brasil tenta eleger Serra, o Brasil e Lula são destaque nos jornais do mundo

Sob o título "Como Lula transformou o Brasil", o francês "Le Figaro" dedicou sua página 2 ao presidente responsável por "modernizar" o país, como ressaltaram os sites brasileiros. "Pela primeira vez na história, o Brasil assiste a uma redução contínua das desigualdades", escreve a correspondente

Ao Brasil

O "Financial Times", com eco no "NYT", noticiou que um dos maiores fundos europeus, Brevan Howard, decidiu abrir representação no Brasil. A exemplo do concorrente Highbridge, "o hedge fund não se contenta mais em investir à distância na América Latina".

Ao Pré Sal

O "FT" também deu que as ações da britânica Wellstream, que produz equipamentos para prospeção e cujo "mercado mais importante é o Brasil", vêm sendo assediadas por um comprador americano interessado em ampliar a presença no pré-sal. Cita a GE.

Brasil e China empatados

Em destaque na TV Bloomberg e em reportagem, a agência divulgou que pesquisa com 1.400 investidores, analistas e corretores no mundo todo, seus clientes, mostrou que os EUA já não são o destino preferido para investimentos. "Agora o Brasil e a China estão empatados em primeiro lugar, a Índia é a terceira e os EUA, bem, caíram do pódio do "top 3" e surgem agora em quarto lugar", relatou a apresentadora.

No FMI

A "FP" também anota que o diretor-gerente pode deixar o FMI, "em meio à maior reforma da história", para disputar as eleições francesas, onde lidera. Arrisca que o posto ficaria com Brasil ou África do Sul.

DIAP identifica 812 candidatos com chance de eleição para Câmara

Fonte: Agência DIAP
Seg, 20 de Setembro de 2010

O levantamento feito pela assessoria parlamentar do Departamento identifica 812 candidatos com chance de vitória na eleição de 3 de outubro para as 513 cadeiras disponíveis na Câmara dos Deputados. A pesquisa abrange as 26 unidades da Federação e também o Distrito Federal

O DIAP acaba de concluir seu prognóstico com o nome dos 812 candidatos com chance de eleição para as 513 cadeiras da Câmara dos Deputados. O levantamento abrange todos os 26 estados e o Distrito Federal.

Em todo o Brasil, os 27 partidos que disputam as eleições lançaram 5.965 candidatos para as 513 vagas de deputado federal.

Feito com base em informações qualitativas e quantitativas, o levantamento, que não possui caráter de pesquisa eleitoral nem a pretensão de ser conclusivo, considerou os seguintes aspectos: 1) desempenho individual do candidato (perfil, vínculos políticos, econômicos e sociais, experiência política anterior e serviços prestados); 2) trajetória e popularidade do partido, com base nas últimas cinco eleições); 3) os recursos disponíveis (financeiros e humanos, como financiadores e militantes); 4) coligações e vinculação a candidatos majoritários (senador, governador e presidente); 5) apoio governamental (máquinas municipais, estaduais e federal); e 6) pesquisas eleitorais.

A metodologia considera como candidatos competitivos todos os 406 atuais deputados que concorrem à reeleição. São considerados candidatos à reeleição apenas os deputados federais que estão no efetivo exercício do mandato. Não são considerados candidatos à reeleição os suplentes que em algum momento, ao longo dos últimos quatro anos, exerceram o mandato. São classificados como novos todos os demais, inclusive os ex-deputados ou suplentes que exerceram o mandato na atual legislatura.

A distribuição por gênero identifica que 78 mulheres estão bem cotadas para ocupar, cada uma, uma vaga na Câmara Federal. Assim sendo, o Parlamento poderá contar com 43 novas mulheres além das 35 que tentam renovar o mandato de deputada federal. Atualmente, a bancada feminina no Congresso Nacional é 45 parlamentares.

Por partido, o PT, que ocupa em todo o Brasil a terceira colocação de candidatos lançados para a disputa da Câmara Federal, aparece em 1º lugar no ranking de chance de eleger deputados federais. O partido do presidente Lula lançou 371 candidatos nos 26 estados e no Distrito Federal e 137 deles têm boas chances de serem eleitos.

O PMDB, que aparece em 2º lugar com chance de eleger deputados federais, também ocupa a 2ª posição de maior quantidade de candidatos lançados para a disputa das vagas do Parlamento. O partido lançou 422 candidatos para a Câmara dos Deputados e 115 dos seus filiados têm chance de eleição.

O terceiro partido com maior chance de eleger deputados federais é o PSDB, que lançou 323 candidatos a deputado federal. O partido, que ocupa a 7ª posição no ranking nacional de candidatos lançados para a disputa de cada uma das vagas da Câmara dos Deputados, tem chance de eleger 87 candidatos.

O presente levantamento faz parte da projeção do DIAP para as bancadas partidárias da próxima legislatura, conforme levantamentos por partido e por coligação em cada unidade da federação.

Veja os nomes dos candidatos que, na visão do DIAP, são os mais competitivos para a Câmara em cada um dos 26 estados e do Distrito Federal.

Salário e demagogia

do Blog do Marcílio Moreira

Sem citar as baixarias e o denuncismo que tomaram conta da reta final desta campanha à presidência da República, uma das últimas cartadas do marketing eleitoral da campanha de José Serra (PSDB) é a promessa de aumentar o salário mínimo para R$ 600 no ano que vem.

A “proposta” tem sido amplamente divulgada nos programas de rádio e televisão do candidato tucano. É uma tentativa desesperada de atingir o eleitor mais pobre, um dos pontos fracos de Serra.


Tanto desespero tem razão de ser. Apesar do apoio maciço da imprensa, com denúncias requentadas semanalmente, as pesquisas eleitorais mostram que Dilma Rousseff (PT) vence no primeiro turno. Segundo o Datafolha divulgou na quinta-feira, a petista tem 51% das intenções de voto, contra 27% de Serra.

Antes de apresentar uma promessa para aumentar o salário mínimo, José Serra deveria levar em conta a forma como a questão foi tratada nos dois governos FHC, onde foi ministro do Planejamento e da Saúde.

O mínimo, de 1995 (início da “Era FHC”) até a posse de Lula em 2003, passou de R$ 70 (abril de 95) para R$ 200. Observando-se os valores em relação ao dólar, o valor passou de US$ 80 para US$ 64. Ou seja, não houve aumento no poder de compra do trabalhador.

De 2003 até aqui, o valor passou a R$ 510, ou cerca de US$ 300. A previsão para o ano que vem é de R$ 539.

Além disso, acordo fechado entre o governo e centrais sindicais estabelece o crescimento do PIB e a inflação como bases para a política de valorização permanente do salário mínimo.

Não é difícil entender, portanto, a rejeição dos trabalhadores e centrais sindicais à candidatura da oposição que, mais uma vez, não vai conseguir enganar a população com promessas desesperadas.

Retirado do Visão Oeste