sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

HOJE EM LAJES >> Acontecerá a posse dos novos Conselheiros Tutelares

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MERECIDO RECONHECIMENTO >> Mulheres do Movimento Negro homenageiam Fátima por sua luta em prol das questões étnico-raciais

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Em nome de várias organizações de mulheres que constroem o Movimento Negro no Brasil, entregamos à Governadora Fátima Bezerra  hoje a tarde, o convite para participar do Fórum de Mulheres Negras e Poder no Nordeste, que vai acontecer em Recife, de 6 a 8 de fevereiro. 
Na ocasião, por ser a única mulher governadora em exercício na atualidade, e por suas contribuições na construção de politicas publicas étnico-raciais para a população brasileira desde quando era parlamentar, A Governadora Fátima Bezerra receberá uma homenagem das organizações que estão promovendo a atividade. 

CLIMATOLOGIA >> Umidade dos solos do Nordeste melhora após as chuvas na região, mostra imagem de satélite semanal

Esta semana, os estados da Bahia, Piauí, Maranhão e norte do Ceará tiveram uma boa melhora na umidade dos solos, depois das chuvas recentes que caíram sobre a região. É o que mostra a imagem de satélite desta semana, elaborada pelo LAPIS - Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites. O mapa mostra a impressionante redução da seca no Semiárido brasileiro, ocorrida em pouco mais de uma semana.


A seca ainda afeta o nordeste da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, grande parte do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.



Um destaque é para a área do Sertão da Paraíba, onde houve uma grande redução na seca, na última semana.

MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE >> Cerrado perde uma cidade de São Paulo a cada três meses



Dados divulgados pelo Inpe apontam que desmatamento direciona para um processo de extinção em massa do bioma

Por WWF-Brasil

Após o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) constatar aumento de quase 30% do desmatamento na Amazônia no último ano e de 114% desde o ano de promulgação do novo Código Florestal (2012), hoje o governo informou que a perda de cobertura vegetal do Cerrado entre agosto de 2018 e julho de 2019 foi de 648.400 hectares, mantendo os preocupantes níveis dos últimos anos. Muito embora tenha havido uma pequena redução em relação ao ano passado, de 2,26%, a perda ainda é alarmante: equivale à derrubada da cidade de São Paulo, ou a área metropolitana de Londres, a cada três meses.

Os dados são do Prodes Cerrado, mapeamento do Inpe, sob coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Sua série histórica indica estabilização na taxa de destruição do Cerrado nos últimos quatro anos em torno de uma média de 680 mil ha/ano. Mais da metade da área original do bioma já foi convertida, principalmente para atividades agropecuárias, e pesquisas apontam que infelizmente apenas 20% do que resta de vegetação encontra-se em condições saudáveis de conservação. Isso torna o Cerrado uma das áreas naturais mais ameaçadas do planeta. Segundo pesquisadores, no ritmo de destruição dos últimos anos, o Cerrado caminha para um processo de extinção em massa sem precedentes na história do planeta.

Sobre os números de desmatamento no Cerrado, Mauricio Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, afirma: “O Cerrado vive uma tragédia silenciosa, pois continua a ser destruído por falta de políticas responsáveis. O Código Florestal, por exemplo, mesmo que estivesse de fato sendo implementado (o que não é a realidade), protege pouco ao bioma - entre 20 e 35%. Temos hoje 23 milhões de hectares de áreas já abertas com alta aptidão agrícola para soja - cultura que representa mais de 80% da agricultura no bioma -, havendo ainda outros 15 milhões de hectares já desmatados e com potencial para a agricultura, somando 38 milhões de terras aptas já abertas. Toda essa área tem o potencial de abrigar com sobras a expansão projetada pelo agronegócio na região, ao longo de muitas décadas. A agricultura ocupa atualmente 22 milhões de hectares no Cerrado, 18 deles com soja”. 

Voivodic acrescenta que “o governo federal, no entanto, dá sinais ambíguos aos produtores: se por um lado oferece crédito subsidiado para recuperação de pastagens e intensificação agrícola, por outro edita uma Medida Provisória que legaliza invasões de terras públicas ocorridas até o ano passado (2018), incentivando que a fronteira agrícola siga se expandindo sobre vegetação nativa indefinidamente e de forma ilegal (em terras não tituladas). Precisamos urgentemente acabar com essa ambiguidade e dar um sinal claro de que não vamos destruir a fonte de riqueza da sociedade e dos povos e comunidades tradicionais, que não colocaremos em risco sua biodiversidade única e que não comprometeremos o berço das águas que abastecem torneiras, irrigam lavouras e movimentam turbinas hidrelétricas em benefício de nossa economia e de milhões de brasileiros, da cidade ao campo.”

Os números do Prodes do Cerrado e da Amazônia diferem por causa da distinção de perfil entre os atores que promovem a devastação. Na Amazônia, há terras públicas sem a devida proteção do Estado e, assim, disponíveis à invasão de quadrilhas de grileiros. Já o desmatamento nos últimos anos no Cerrado tem sido promovido principalmente por atores privados, produtores rurais e grupos empresariais – com destaque às chamadas companhias de terra. A estabilização das taxas está em parte associada com o fato de que tais companhias começaram a atender ao apelo de seus investidores e compradores quanto à eliminação das ilegalidades e do desmatamento, já que o desmatamento zero é uma agenda em rápida consolidação tanto no mercado internacional, como em legislações nacionais e de blocos econômicos.

O coletivo de 150 empresas compradoras de commodities e relevantes grupos de investidores de capital (que somam mais de US$ 7 trilhões em seus portfólios), denominado SoS Cerrado, já indicou que pretende tomar medidas imediatas para dissociar suas cadeias produtivas e investimentos da destruição do Cerrado. Os primeiros sinais começam a surgir, neste mês: Nutreco, a maior empresa de ração animal do mundo, a gigante rede britânica de supermercados Tesco e a empresa do setor de proteínas animais Grieg Seafood (uma das líderes globais na produção de salmão) anunciaram um apoio milionário a produtores de soja do Cerrado que tenham intenção de expandir sua produção sem desmatamento.

“Considerando os riscos socioambientais e de perda de mercados, assim como a enorme área aberta disponível para a expansão produtiva, o governo brasileiro deve estabelecer metas e ações concretas para a redução do desmatamento do Cerrado e para a recuperação dos cerca de 20 milhões de hectares de passivos ambientais em propriedades privadas existentes no Brasil”, afirma Edegar de Oliveira Rosa, diretor de Conservação e Restauração do WWF-Brasil. “O governo deve ainda oferecer rastreabilidade de produtos e combater as ilegalidades, dando clareza às empresas, investidores e à sociedade sobre a origem e a legalidade da produção. O setor privado também deve fazer a sua parte, condicionando negócios a uma real segurança quanto à ausência de crimes e desmatamento em suas cadeias e investimentos. Cumprimento das leis e transparência pelo governo, assim como rigor do setor privado em seus negócios serão decisivos para conter a destruição”, sintetiza Rosa.

O Brasil  parece caminhar na contramão das tendências globais ao não combater o desmatamento e a ilegalidade, expondo as exportações e a economia a crescentes riscos de boicote. “Precisamos nos colocar na posição do outro e refletir: qual comprador, investidor ou país parceiro gostaria de ver sua imagem associada à destruição da natureza e a contravenções?”, questiona Voivodic.

 A impotância do Cerrado
O Cerrado se estende pelos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Rondônia, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal. Depois da Amazônia, é o maior bioma da América do Sul, correspondendo a 1/4 do território nacional, com mais de 2 milhões de km2.  São insuficientes as áreas protegidas demarcadas: 3,1% em unidades de conservação de proteção integral, 5,2% em unidades de uso sustentável (a maior parte sem fiscalização e implementação de planos de manejo adequados) e 4,8% em 109 terras indígenas. 

A área protegida do Cerrado é inúmeras vezes inferior à da Amazônia, e a cobertura com vegetação íntegra do bioma já foi reduzida a cerca de 20% da original, com mais da metade de seu território devastado. Seguida essa trajetória, a destruição do Cerrado acarretará uma extinção massiva de espécies, de acordo com artigo da revista Nature (2017). O bioma tem cerca de 10 mil espécies de plantas, das quais 44% endêmicas, além de uma enorme diversidade de fauna, incluindo espécies como o Lobo-Guará, o Tamanduá-Bandeira e a Onça-Pintada. O Cerrado abriga 30% da biodiversidade brasileira e 5% das espécies do planeta. Apesar disso, a destruição segue e além de perder espécies, as emissões anuais de gases causadores do efeito estufa, por queimadas e desmatamento, equivalem a mais de 40 milhões de carros.

O atual nível de destruição compromete as águas que nascem no Cerrado e alimentam seis das oito grandes bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica, Araguaia/Tocantins, Atlântico Norte/Nordeste, São Francisco, Atlântico Leste e Paraná/Paraguai, incluindo as águas que escoam para o Pantanal. O Cerrado também é a fonte de 90% das águas do rio São Francisco. Quando se desmata o Cerrado, comprometem-se a recarga de três grandes aquíferos brasileiros (Bambuí, Urucuia e Guarani), assim como os recursos hídricos que são fundamentais para milhões de pessoas que vivem no bioma e para nove em cada dez brasileiros que consomem energia vinda de hidroelétricas.



quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

EDUCAÇÃO >> Em 2020, o Piso Nacional do Magistério deverá ser R$ 2.886,15


2019 12 27 nota publica piso

Em 23.12.2019 foi publicada no Diário Oficial da União (Seção I), a Portaria Interministerial MEC/MF nº 3, de 13 de dezembro de 2019, a qual reajustou o valor mínimo de investimento por aluno do ensino fundamental urbano, em âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, para o exercício de 2019.


O referido ato normativo elevou a previsão de investimento mínimo per capita do FUNDEB de R$ 3.238,52, fixado inicialmente pela Portaria Interministerial MEC/MF nº 7, de 28.12.2018, para o atual valor de R$ 3.440,29. Lembrando que até abril de 2020, a União deverá publicar o valor consolidado do FUNDEB de 2019, a fim de realizar os últimos ajustes de repasses financeiros para estados e municípios.



A atual elevação do valor mínimo do FUNDEB incide na atualização do piso nacional do magistério para 2020, à luz do que determina o art. 5º da Lei 11.738, in verbis:
Art. 5o O piso salarial profissional nacional do magistério público da educação básica será atualizado, anualmente, no mês de janeiro, a partir do ano de 2009.



Parágrafo único. A atualização de que trata o caput deste artigo será calculada utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, definido nacionalmente, nos termos da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007.



Para melhor elucidar o critério de aplicação do reajuste do piso do magistério, em 30.12.2009, a Advocacia-Geral da União emitiu a Nota nº 36/2009/CC/AGU/CGU, estipulando a utilização do percentual de crescimento do FUNDEB de dois anos anteriores. A consulta do então Ministro da Educação visou a responder uma reivindicação da CNTE, que entendia que o percentual de atualização do piso deveria ser o mesmo utilizado para o FUNDEB do ano subsequente, ou seja, de forma prospectiva.



À luz dessas duas referências normativas, praticadas desde 2010, o reajuste do piso do magistério para 2020 baseia-se no crescimento dos valores estimados para o FUNDEB de 2018 e 2019, definidos pelas Portarias Interministeriais nº 6, de 26.12.2018 (R$ 3.048,73) e nº 3, de 13.12.2019 (R$ 3.440,29). De modo que a primeira previsão de reajuste, que comparava os valores estimados do FUNDEB de 2018 e 2019, respectivamente, R$ 3.048,73 e R$ 3.238,52 (6,22%), deve ser substituída em definitivo pela nova projeção, que leva em conta os per capitas R$ 3.048,73 (2018) e R$ 3.440,29 (2019), totalizando o percentual de 12,84%.



Portanto, ao piso de 2019 (R$ 2.557,74), que serve de referência para o início das carreiras de magistério na educação básica, destinado aos profissionais com formação de nível médio na modalidade Normal (art. 2º da Lei 11.738), aplica-se o percentual de 12,84%, elevando-se o mesmo, a partir de 1º de janeiro de 2020, para R$ 2.886,15.



Por fim, a CNTE lembra que o reajuste do piso é autoaplicável, porém o MEC tem feito o anúncio oficial ano a ano como forma de orientar os entes estaduais e municipais. E a CNTE espera que o Ministério mantenha a postura de coordenação dessa importante política pública de valorização do magistério.



Brasília, 27 de dezembro de 2019
Diretoria Executiva da CNTE

MUDANÇAS CLIMÁTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS >> OMS entrevista 101 países e divulga conclusões sobre planejamentos públicos de Saúde e Mudanças Climáticas





















A Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de divulgar o segundo relatório sobre Saúde e Mudanças Climáticas, elaborado a partir de uma pesquisa feita com 101 países.
O objetivo do relatório é fornecer indicadores para que os tomadores de decisão em políticas públicas possam considerar os dados para proteger suas populações dos mais devastadores impactos das mudanças climáticas na saúde.
O relatório destaca as seguintes conclusões:

1.Os planejamentos nacionais de Saúde e Mudanças Climáticas estão avançando, mas é necessário fortalecer a abrangência de estratégias e planos.

Cerca de 50% dos países pesquisados ​​(51 em 101) relataram ter uma estratégia ou Plano Nacional de Saúde e Mudanças Climáticas, mas uma análise qualitativa dos planos indicou que o conteúdo e o escopo dessas estratégias e planos variavam bastante.
A maioria dos planos (25 em 36) foi aprovada ou atualizada nos últimos cinco anos, indicando o reconhecimento da urgência em proteger a saúde da população da variabilidade climática e das mudanças climáticas, além da necessidade de construir sistemas de saúde resilientes ao clima.

2. A implementação de ações prioritárias em Saúde e Mudanças climáticas continua sendo um desafio para os países.

A maioria dos países relatou apenas níveis moderados ou baixos de implementação de suas estratégias ou Planos Nacionais de Saúde e Mudanças Climáticas, sendo o financiamento citado como a barreira mais comum à implementação (24 de 43 entrevistados).

3. As conclusões das Avaliações de Vulnerabilidade e Adaptação para a Saúde estão influenciando e priorizando políticas públicas.

Quarenta e oito países (48 em 101) relataram ter realizado uma Avaliação de Vulnerabilidade e Adaptação para a Saúde. Quase dois terços desses países indicaram que os resultados das avaliações estão sendo usados ​​para as políticas e para o Planejamento Nacional de Saúde. No entanto, os resultados estão tendo um impacto mais limitado na alocação financeira e de recursos humanos.

4. As barreiras de acesso ao financiamento internacional do clima para adaptação e mitigação da saúde persistem.

Dos 46 países que relataram desafios enfrentados no acesso ao financiamento climático internacional para a saúde, os três principais citados foram: falta de informações sobre oportunidades, falta de conexão dos atores da saúde com os processos de mudança climática e falta de capacidade de preparação de propostas nacionais.

5. A colaboração multissetorial nas políticas de saúde e mudança climática é evidente, mas o progresso nessa área parece desigual entre os setores.

A colaboração em políticas de saúde e clima foi maior entre o setor de saúde e o setor de água, saneamento e águas residuais (45 em 101 entrevistados), seguido pela agricultura (31 em 101 entrevistados) e serviços sociais (26 em 101 entrevistados).
Um quarto ou menos dos países relatou ter um acordo em vigor entre o setor de saúde e os setores de transporte, geração de eletricidade ou energia doméstica.
Muitas oportunidades de ação junto aos governos para impulsionar o desenvolvimento de políticas públicas na área da saúde e das mudanças climáticas. 
Vamos agir? 

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

POR QUE EU DEFENDO O GOVERNO DE FÁTIMA BEZERRA? O que é defender o Governo Fátima Bezerra? Algumas reflexões



A senadora Fátima Bezerra foi eleita governadora do RN em outubro do ano passado, tendo obtido 46,7% dos votos, no primeiro turno, batendo Carlos Eduardo Alves, do ainda poderoso clã Alves, que teve 32,5% dos votos, e que no segundo turno cravou 57,6% dos votos, contra 42,4% para Carlos Eduardo. Ela CRESCEU e Carlos Eduardo ENCOLHEU.

Mas é necessário, e muito necessário, observar a distribuição dos votos em cada turno. O maior colégio eleitoral, Natal, votou majoritariamente no projeto do clã Alves, com 47,6% dos votos no primeiro turno (29,1% para Fátima) e no segundo elevou sua votação para 60,8% dos votos (39,2% para Fátima), confirmando o perfil CONSERVADOR e de Natal, que deu ampla vitória a Bolsonaro. Na cidade vizinha, e hoje o terceiro maior colégio eleitoral, Parnamirim, berço de um confuso campo reacionário-neopentecostal-militarista, Carlos Eduardo recebeu 38,8% dos votos no primeiro turno (30,5% para Fátima) e nada menos que 61,4% no segundo turno (38,9% para Fátima. E só terceiro colégio eleitoral, Mossoró, onde parte do clã dos Rosado não apoiou Carlos Eduardo, é que Fátima venceu no primeiro (43,0% x 34,4%) e no segundo (54,2% x 45,8%).

Para que serviu o parágrafo acima? Para explicitar que a vitória, histórica, de Fátima Bezerra, não se deu nos maiores bolsões urbanos do RN, onde se localiza o grosso da classe média, formada, em boa medida pelos segmentos do funcionalismo público, que no RN beira as 200 mil almas (União, estados e municípios), e que nos últimos anos tinham se postado majoritariamente contra o governo de centro-esquerda de Dilma, sendo que a maioria dos sindicatos das diversas categorias era explicitamente contrária ao governo federal, com reflexos no partido que a sustentava, o PT. 

O “ódio ao PT” formou-se, inicialmente, no seio da classe média, muito influenciada, posteriormente, pelo processo maciço de propaganda. Fátima Bezerra representou, nesse contexto, um esforço, quase hercúleo de uma aliança ampla para salvar (o termo é esse mesmo) o RN do mais absoluto caos que, ressalte-se, não foi obra de Robinson Faria, embora ele não tenha tido a capacidade política de evitar o pior.

Fátima Bezerra não tem o suporte dos deputados federais, pois só uma a apoia explicitamente (Natália Bonavides) e outro eventualmente (Rafael Motta) e outros seis compartilham, na maioria das vezes, as ações devastadoras do governo Bolsonaro e tem o apoio de dois senadores (Jean Paul e Zenaide Maia).  No plano estadual, a governadora não tem no seu partido, o PT, um destaque em termos numéricos, pois só elegeu 2 dos 24 deputados estaduais. E aqui cabe registro.

Governar um estado falido com uma Assembleia Legislativa conservadora e com expoentes reacionários, como o “coronel” Azevêdo cuja “missão” é destruir o governo Fátima e que, quando se olha para os deputados eleitos, veremos os fantasmas do passado, os mesmos que apoiaram, desde sempre, todos os governos que levaram o RN à falência, e foi com essa “massa” que Fátima teve que se compor ou seria uma governadora de araque, destinada a ficar encastelada no palácio do governo. Preferiu o óbvio: negociar. E essa postura, correta, de Fátima, rendeu-lhe ranger de dentes de muitos “progressistas” e sindicalistas, que preferiam ter um governo “radical” que “peitasse” a elite, na qual boa parte votou inclusive.

Fátima foi eleita para governar 3,5 milhões de habitantes, 34% deles em absoluto risco social (desempregado, desamparado e desalentado); com uma economia em frangalhos; e uma gestão pública à beira da insolvência. E com um governo federal de natureza  fascista e odiando o Nordeste, o cenário para a governadora era sombrio e cabia só uma ação : retomar as rédeas da governabilidade, com a regularização dos salários dos servidores públicos (cerca de 108 mil); recompor o planejamento econômico, buscando estabelecer as bases mínimas para as ações a partir de 2020; um alinhamento político com os governadores do Nordeste para formar um bloco anti-bolsonarista, buscando investimentos fora do padrão fascista-liberal de Paulo Guedes. Se os apoiadores de Fátima Bezerra acham isso simples, deveriam parar e refletir a respeito.

Fátima termina seu primeiro ano de mandato, sob o Plano Plurianual (PPA) do governo Robinson, construindo as bases do próximo quadriênio; com um orçamento sufocado e com a busca, quase desesperada por investimento externo, algo fundamental para retomar a economia do RN. Demonstrou coragem ao enfrentar os prefeitos, acostumados a receberem o doce mel do PROADI, mas logo percebeu que as elites são mais poderosas que parecem e o PROEDI deu uma recuada para ser aceito. O PROEDI, se der certo, poderá melhorar o nível de emprego, a arrecadação e, por consequência, a “vida salarial” dos servidores públicos estaduais. Sem o PROEDI ficaria muito difícil esse movimento.

Fátima, ao longo de 2019, fez um movimento ousado, para evitar a catástrofe social desejada pelo governo fascista-liberal de Bolsonaro e até a Reforma da Previdência, empurrada goela abaixo pela Emenda Constitucional 19 (Reforma da Previdência), foi mitigada pela proposta local, gerando surtos de ódios em certas lideranças sindicais, que talvez não tenham lido teor da EC 19 e muito menos tenham a compreensão dos efeitos da Emenda Constitucional 95 (Teto dos Gastos), aprovado por Temer, inaugurando VINTE ANOS de encolhimento dos investimentos públicos.

Nesse cenário complexo os que se dizem progressistas devem ter em mente que esse governo é uma TENTATIVA, a primeira da história, para buscar uma nova perspectiva de olhar o RN. Não é um governo de profundas reformas e nem de remodelar a economia do RN, mas de salvar literalmente a terra dos comedores de camarão da falência social que se apresentava no horizonte. É um governo de INÍCIO DE UMA TRANSIÇÃO que pode, inclusive, ser brecado em 2022. Esse é o governo Fátima Bezerra.

Não é o “governo dos trabalhadores” por absoluta impossibilidade política, mas é um governo que olha com mais atenção para esse segmento, especialmente o mais pobre, inclusive quando negocia com as elites. Não é um governo que vai trazer ganhos salariais para os servidores públicos estaduais, mesmo porque a premissa nacional é a da redução física do número de servidores públicos, com reflexos em estados e municípios. É um governo que terá de negociar com os sindicalistas mais belicosos, que olham para a sua categoria e “esquecem” os milhares que dependem de investimentos públicos para voltarem a ser cidadãos.

Apoiar, entretanto, não é calar-se e nem se ausentar do debate com o próprio governo, para que este faça o máximo do mínimo. Criticar o governo Fátima, entendendo o que ele é e representa, é algo muito positivo, pois busca melhorá-lo e não destruí-lo. A cada movimento de crítica explosiva e oportunista, as elites lambem o beiço e reforçam seus possíveis candidatos para 2022.

Quem viver verá....

Por Wellington Duarte, professor do Departamento de Economia da UFRN, atual presidente do Sindicato dos Professores da UFRN (ADURN-SINDICATO).

VÁ PRA CUBA ! >> Em Cuba, o negro é cidadão, é camarada, é ser humano como todos, afirma jornalista

Em 2015, estive pela primeira vez em Cuba. Mas meu primeiro contato com ela devo ao livro “A Ilha” de Fernando Morais, que vendeu mais de um milhão de exemplares só no Brasil, em uma época em que celular e internet ainda não existiam, mas a ditadura ainda não havia sido sepultada. Eu ainda jovem, fui um de seus primeiros leitores, o que só fortaleceu minha admiração pela Revolução e por nosso eterno Comandante. 

Mas como foi a minha viagem? 

O que mais me marcou em Cuba foi a inexistência do racismo. Da mesma forma que o racismo velado existe no Brasil e se percebe até no olhar, lá a sua inexistência também paira no ar e proporciona uma atmosfera muito diferente. Lá, de fato, o negro é um cidadão, um camarada, um ser humano como todos. 

Quando vários médicos negros chegaram ao Brasil, com os Mais Médicos, surpreenderam várias comunidades onde o negro nunca foi valorizado ou teve oportunidades e ou só ocupa funções subalternas. 

Mas, ao compararmos a posição dos negros na sociedade cubana e na brasileira, ficamos surpresos ao lembrarmos que a abolição da escravatura em Cuba só ocorreu dois anos antes do que no Brasil. Menos de 800 dias. A experiência marcante que tive é inversamente proporcional a dos cubanos negros que vieram para o Brasil - o país mais negro do mundo. Vários viveram experiências bastante ruins de discriminação e racismo. 

Não são apenas dois anos que separaram a situação dos negros cubanos e dos brasileiros. Aqui no Brasil, ainda vivemos no país mais desigual do mundo, onde o facismo ainda tenta e ousa colocar suas manguinhas de fora. Em Cuba, temos uma Revolução Vitoriosa. Mas não vou ficar contando muito, não. Se você quer saber mais, então ouça meu conselho: Vá para Cuba! Se você é negro ou negra vai sentir uma atmosfera única. Se você não é, vai se maravilhar com as belezas da nossa Ilha querida e seu povo que deixou muitas mazelas da humanidade no seu passado. 

Hasta La Victoria Siempre!

Vitor Ribeiro é jornalista.

TECNOLOGIA >> Seu smartphone e redes de conexões a vários aparelhos ao mesmo tempo, podem se tornar um risco para sua segurança e privacidade online este ano.

Previsões 2020.Segundo especialistas da Avast, o novo ano deve ser ainda mais difícil para usuários de tecnologia digital. A previsão é de que as ameaças evoluam e se espalhem por e-mails maliciosos sofisticados, malwares focados em dispositivos móveis, redes zumbis e exploração de vulnerabilidades nas diversas plataformas do mercado, como Windows, iOS e Android. Privacidade se tornará a nova fronteira da segurança.

Avanços na forma como os malwares para PC são distribuídos

O Chefe de Sistemas de Inteligência de Ameaças da Avast, Jakub Kroustek, prevê que sejam feitos avanços com relação à forma como os malwares são distribuídos para PCs, usando métodos mais sofisticados de disseminação de ameaças. Isto inclui a distribuição via e-mails maliciosos (malspam), roubo de e-mails recebidos para espionar as vítimas ou inclusão de uma carga maliciosa na mensagem que responde a uma conversa. Kroustek também prevê o ressurgimento de kits de exploração, com base na observação do consistente retorno de kits e malwares que são disseminados por meio de ataques em cadeias de suprimentos. Por fim, é provável que os cibercriminosos explorem as vulnerabilidades RDP (Remote Desktop Protocol) para distribuir ameaças.
Kroustek diz: “Os cibercriminosos estão constantemente inovando e procurando novas maneiras de contornar as poderosas soluções de segurança pessoal e corporativa disponíveis hoje. Não só é mais difícil que as pessoas se protejam contra e-mails maliciosos ou links suspeitos em anexos, o que aumenta a probabilidade de os ataques serem bem-sucedidos, mas também a exploração das vulnerabilidades RDP que espalham ameaças do tipo “vermes” (worms) pode ter um impacto significativo”.

Fraudes em dispositivos móveis e vulnerabilidades iOS

Na área de dispositivos móveis, Nikolaos Chrysaidos, Chefe de Segurança e Inteligência de Ameaças para dispositivos móveis da Avast, prevê que mais golpes de assinatura e apps falsos integrados com adwares agressivos chegarão às lojas oficiais de aplicativos, e que mais vulnerabilidades iOS serão descobertas por pesquisadores de segurança e agentes maliciosos.
Chrysaidos explica: “Conseguir introduzir aplicativos maliciosos na Google Play Store e na Apple App Store não é algo fácil. Por isso, os cibercriminosos estão apostando em golpes de assinatura digital para ganhar dinheiro. Já estamos detectando projetos das comunidades, como o checkra1 que fornece semi-thetered jailbreaks de alta qualidade em dispositivos iOS com base no abuso da falha checkm8, durante a inicialização do dispositivo (bootROM). Embora esses projetos permitam que os pesquisadores descubram mais vulnerabilidades, esperamos que elas sejam relatadas à Apple e não abusadas pelos cibercriminosos”.

Os dispositivos da Internet das Coisas (IoT) vão se tornar um alvo ainda maior para os cibercriminosos

A pesquisadora de segurança Anna Shirokova prevê que dispositivos e até locais físicos vão se tornar inteligentes - ou mais inteligentes do que já são hoje em dia -, para serem usados pelos fabricantes na coleta de mais dados sobre os usuários e que permitam aprender e antecipar o seu comportamento.
"Os dispositivos e os locais inteligentes que coletam dados oferecem conveniência, mas limitam que as pessoas controlem a sua privacidade. Além disso, as empresas que coletam e armazenam uma infinidade de dados dos clientes são alvos atraentes para os cibercriminosos, que buscam vender as informações para obter ganhos financeiros no mercado negro”, explica Shirokova.
Shirokova estima ainda que os cibercriminosos continuem ofuscando os malwares da IoT, de forma semelhante a como tentam proteger o código dos malwares para Windows das análises dos especialistas.
O pesquisador de segurança Daniel Uhricek prevê o desenvolvimento de novos kits de exploração dos dispositivos inteligentes e que os criadores de malware continuarão a desenvolvê-los com base nas antigas e tradicionais famílias de malwares, expandindo-as com novos kits capazes de ampliar a superfície dos ataques aos dispositivos IoT.
“Os autores de malwares também estão progredindo na preparação da infraestrutura dos seus ataques. Vimos malwares para IoT adotando técnicas de DNS sobre HTTPS, comunicação Tor, proxies e diferentes métodos de criptografia. Prevemos que os criadores de malware vão adotar outras práticas de segurança, para tornar suas redes zumbi ainda mais robustas”, comenta Uhricek.

A privacidade se tornará a nova fronteira de segurança

Rajarshi Gupta, Chefe de Inteligência Artificial da Avast, prevê o surgimento de aplicações práticas de algoritmos de Inteligência Artificial (IA), incluindo privacidade diferencial, para ganhar insights vindos da análise de Big Data como já se faz atualmente, mas sem expor os detalhes privados dos usuários.
Gupta destaca: “Há pesquisas recentes, como a Data Shapley, para atribuir valor aos dados individuais fornecidos pelos usuários. Embora não prevemos, por si só, uma monetização dos dados pessoais em 2020, esperamos começar a ver produtos que, pelo menos, permitam que as pessoas recuperem o controle dos seus próprios dados, decidindo se e quais empresas podem aproveitá-los e quais informações podem ser utilizadas".

Estas tendências fazem parte do Relatório Anual da Avast sobre o Cenário de Ameaças, que pode ser baixado aqui.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

INSPIRAÇÃO >> Que em 2020 nossas ideias sejam realmente NOVAS!

QUALIFICAÇÃO >> Cursos online e gratuitos da Universidade Aberta do SUS

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, texto que diz "Cursos gratuitos com certificados da Universidade Aberta do SUS MCO" O Sistema Universidade Aberta do SUS – UNA-SUS foi criado em 2010 pelo Ministério da Saúde e disponibiliza gratuitamente diversos cursos online com certificação. Um dos objetivos da UNA-SUS, conforme consta em seu site, é o seguinte: ofertar cursos e programas de especialização, aperfeiçoamento e outras formas de qualificação dirigida aos profissionais do SUS, por meio das instituições que integram a Rede UNA-SUS.

UNA-SUS – Sistema Universidade Aberta do SUS

Este sistema é formado pela Plataforma Arouca, pelo Acervo de Recursos Educacionais em Saúde – ARES e pela Rede colaborativa de instituições de ensino superior – atualmente 35 IES.

Objetivo do Sistema Universidade Aberta do SUS: confira abaixo 2 objetivos dentre os 5 que são apresentados no site da UNA-SUS:
  1. Propor ações para atender às necessidades de capacitação e educação permanente dos trabalhadores do SUS
  2. Contribuir para a redução das desigualdades entre as diferentes regiões do País, por meio da oferta de cursos de capacitação e educação permanente.

Instituições Públicas de Ensino Superior da UNA-SUS

Todas as instituições públicas de educação superior integrantes do Sistema Universidade Aberta do SUS são conveniadas ao Ministério da Saúde e credenciadas pelo Ministério da Educação.
Veja abaixo algumas instituições que compõem a Rede UNA-SUS:
  1. Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ);
  2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC);
  3. Universidade de Brasília (UnB);
  4. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);
  5. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
  6. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
  7. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
  8. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP);
  9. Universidade Federal do Ceará (UFC);
  10. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio);
  11. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Plataforma Arouca  – Base de dados nacional

Este banco de dados é integrado ao sistema nacional de informação do SUS. Ela é o Sistema de Informação dos Profissionais de Saúde do Brasil que concentrará as informações relacionadas a atividades educacionais e profissionais dos trabalhadores do SUS. No momento estes dados se encontram dispersos em sistemas de informações dos municípios, dos estados e da União.
Nesta plataforma é possível o acesso aos seguintes itens:
  • Diversas oportunidades educacionais de curta ou longa duração, presenciais ou a distância e de caráter prático ou acadêmico.
  • Histórico das atividades educacionais e profissionais do profissional de saúde;
  • Funcionalidades para os gestores.
Vale salientar que os alunos dos cursos da UNA-SUS são certificados por meio desta Plataforma.
Conheça mais sobre a Plataforma Arouca.

Cursos ofertados na modalidade a distância da UNA-SUS

Os cursos são de responsabilidade das Instituições de Ensino Superior integrantes da Rede UNA-SUS ou então da Secretaria Executiva UNA-SUS. Estes cursos possuem certificação.
Requisitos para participar dos cursos: Cada curso tem suas especialidades e requisitos. Desta forma é importante a atenção ao edital, pois as exigências relacionadas aos cursos variam de acordo com vários itens, por exemplo:
Público-alvo: Médicos, enfermeiros, gestores, etc;
Nível acadêmico: Nível médio, técnico, superior.
Segue uma lista com alguns dos cursos abertos:
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  1. Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa;
  2. Atenção Domiciliar;
  3. Chikungunya;
  4. Zika;
  5. Doenças do Aparelho Digestivo;
  6. Introdução à Avaliação em Saúde;
  7. Atenção à Saúde Auditiva;
  8. Doenças Endócrino-Metabólicas e Nutrição;
  9. Odontologia para pacientes com comprometimento sistêmico;
  10. Programa de Qualificação para Profissionais de Regulação do Sistema Único de Saúde.

Certificados dos Cursos

Os certificados são concedidos de forma gratuita. Confira abaixo a imagem de um certificado de um dos cursos ofertados gratuitamente pela Universidade Aberta do SUS:
Certificado de conclusão do curso Dengue: Casos Clínicos para Atualização do Manejo

Certificado de conclusão do curso Dengue: Casos Clínicos para Atualização do Manejo

Acesso aos cursos

Para participar dos cursos gratuitos oferecidos pela Universidade Aberta do SUS siga este link.