sábado, 11 de julho de 2020

RICARDO SALLES PASSANDO A BOIADA TAMBÉM NO RN >> Transferência da gestão da floresta de Assú para Mossoró traz prejuízos à preservação e às atividades da área

Agora RN MPF quer impedir transferência de gestão de área ...
O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação civil pública (ACP) para que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) - autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente – reverta a decisão de transferir a gestão da Floresta Nacional (Flona) de Açu para Mossoró (RN). Essa mudança, que não passou por qualquer debate, tende a prejudicar a organização e fiscalização da unidade, que possui grande relevância ambiental e social na região do Vale do Açu.
A Portaria nº 433/2020 do ICMBio instituiu o Núcleo de Gestão Integrada (NGI) de Mossoró, que reunirá também a administração de outras duas unidades de conservação (UCs): Esec do Castanhão e Parna da Furna Feia. Embora o documento fale em maior integração do trabalho e otimização de recursos, o procurador da República Victor Queiroga (autor da ACP) alerta que a decisão foi tomada sem qualquer debate técnico prévio, em meio à situação excepcional da pandemia, e representará redução na proteção da floresta, uma vez que os servidores seriam transferidos para Mossoró.
“Se um dos argumentos utilizados para a criação do NGI Mossoró é a otimização de recursos, como imaginar que a autarquia arcará com custos de diárias, combustíveis e outras despesas para que servidores se desloquem os 70 km de Mossoró até Assu (o município onde se encontra a unidade e cujo nome é escrito de forma diferente do vale) para fiscalizar a Flona?”, questiona o procurador. Além disso, unidades maiores que a de Açu ou mais próximas a Mossoró do que a do Castanhão (que fica a 213 km) não foram incluídas, demonstrando a falta de critérios da decisão.
Para o MPF, a integração de UCs em uma única estrutura deveria respeitar, além da proximidade, a característica dessas áreas. O modelo de gestão e as atividades desenvolvidas na Flona, porém, são incompatíveis com o sistema de NGI nos moldes apresentados pelo ICMBio, “dada a diferença da finalidade dessa unidade em relação às outras duas agrupadas por meio da portaria”.
Passando a boiada - Na ACP, o Ministério Público Federal afirma não poder ignorar as recentes declarações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que durante uma reunião interministerial declarou ser esse momento da pandemia o ideal para “ir passando a boiada” e mudar todo o regramento ambiental, longe da atenção da opinião pública. Para o procurador, é perceptível o objetivo de “destruir o arcabouço normativo existente no Brasil acerca da defesa do meio ambiente, em uma manifesta oposição ao princípio do desenvolvimento sustentável”.
No caso da Flona de Açu, que já conta atualmente com uma condição precária em termos de recursos materiais e humanos, as decisões podem representar graves riscos. “Na contramão da necessidade de um processo de fortalecimento da unidade, o ICMBio busca 'cortar o mal pela raiz', acabando com a própria estrutura fiscalizatória na unidade”, lamenta Victor Queiroga, temendo que se estabeleça uma fiscalização de “faz de conta”.
Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem registrado um aumento no desmatamento dentro das unidades de conservação e o ICMBio vem sendo enfraquecido, com a exclusão do Conselho Nacional do Meio Ambiente, redução do orçamento e diminuição do número de servidores lotados nas UCs.
Floresta - A Flona de Açu existe desde a década de 1950 e sofre grande pressão urbana, por se localizar junto à área da cidade do Assu. Por outro lado, essa proximidade tem feito da unidade um espaço educacional, científico e de lazer, com amplo valor cultural e ambiental para os cidadãos da região. A unidade possui relevante papel na recarga do aquífero e na manutenção da Lagoa do Piató, a maior do estado, sendo ainda sede de pesquisas biológicas e estudos climáticos reconhecidos internacionalmente.
A Flona possui oficialmente uma área de 215 hectares, que poderá ser aumentada em mais 217 hectares em função do recebimento, nos autos de uma ação judicial de natureza compensatória ambiental, de uma fazenda vizinha que pertence ao ICMBio, mas que ainda não foi anexada à unidade de conservação.
O Conselho da Flona nunca sugeriu a inclusão da unidade em um NGI e o Plano de Manejo - elaborado em 2019 após outra ação ajuizada pelo MPF - também não prevê a integração a esse modelo de gestão. A manutenção de estruturas próprias, no entanto, nunca inviabilizou o trabalho colaborativo da Flona com outras unidades de conservação.
Essa, aliás, não é a primeira tentativa de integrar a Flona Açu a outras UCs. A partir de 2015 uma proposta semelhante já havia sido apresentada, porém não chegou a ser adotada. Agora a portaria foi editada em meio ao cenário de pandemia e sem promover um debate prévio com servidores e sociedade, nem consultar gestores, técnicos ou conselhos consultivos das unidades envolvidas.
Ecossistema - O bioma caatinga, em termos proporcionais, é o que possui menor área protegida por unidades de conservação. Isso aumenta a relevância dos espaços existentes, que ajudam a amenizar o clima das regiões próximas, além de servir de local de lazer, pesquisa, recreação, educação ambiental, proteção dos recursos hídricos, da biodiversidade e redução de enchentes, proporcionando mais qualidade de vida aos cidadãos.
A ação do MPF pede a anulação da portaria quanto à Flona de Açu e a adoção, por parte do ICMBio, de um debate plural, técnico e amplo sobre o tema da reestruturação da gestão dessa floresta. A ACP tramitará na Justiça Federal sob o número 0800241-72.2020.4.05.8403.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no RN

ENEM 2020 >> INEP define novas data, mesmo se contrapondo a opinião dos estudantes....

A imagem pode conter: texto que diz "Novas datas do Enem 2020 Impresso Digital 17 e 24 janeiro de 2021 31 de janeiro e 07 de fevereiro de 2021"
O Inep anunciou em coletiva (08/07/2020) as novas datas do Enem 2020!

A prova impressa acontecerá nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021, enquanto a prova digital do exame acontecerá nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021.
As reaplicações irão ocorrer no dias 24 e 25 de fevereiro e os resultados serão divulgados no dia 29 de março.
A votação aberta pelo Inep indicou que a maioria dos estudantes preferiam a realização do Enem em maio, porém, a data anunciada foi a de janeiro.`Segundo o MEC, a data não prejudicará o ingresso dos aprovados nas universidades no primeiro semestre de 202.

JF/RN reitera: é inconstitucional comemorar o golpe militar de 1964

Pela 1ª vez desde a redemocratização, Brasil tem | Especiais
Imagem extraída do Google
A Justiça Federal no Rio Grande do Norte (JF/RN) seguiu entendimento do Ministério Público Federal (MPF) e confirmou decisão – já adotada em liminar – pela inconstitucionalidade de celebrações do golpe militar de 1964. De acordo com a decisão da juíza Federal Moniky Mayara Costa Fonseca, a União e o Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, devem proceder a “retirada da ordem do dia 31 de março de 2020 do sítio eletrônico do Ministério da Defesa, além da abstenção de publicação de qualquer anúncio comemorativo relativo ao golpe de Estado praticado em 1964, em rádio e televisão, internet ou qualquer meio de comunicação escrita e/ou falada”. A “ordem do dia” se refere ao golpe como um “marco para a democracia brasileira”.
No parecer que foi apresentado à Justiça, assinado pelo procurador Camões Boaventura, o MPF destacou que a decisão não se limita à publicação do Ministério da Defesa, mas condena também outras possíveis comemorações do golpe, pedido expresso em parecer do MPF na ação. “Acompanhamos com preocupação a escalada de práticas estatais autoritárias no Brasil, e decisões como essa demonstram que o sistema de Justiça, se altivo, cumpre o importante papel de contenção dessas violações, sob pena de se comprometer o Estado Democrático de Direito e os direitos humanos. Há de expurgar em definitivo do imaginário estatal nacional celebrações desse viés”, defendeu.
Na decisão, a juíza reitera que a exaltação ao golpe de Estado “é nitidamente incompatível com os valores democráticos insertos na Constituição Federal de 1988, valores esses tão caros à sociedade brasileira, não havendo amparo legal e/ou principiológico em nosso ordenamento jurídico para que exaltações de períodos históricos em que tais valores foram reconhecidamente transgredidos sejam celebrados por autoridades públicas, e veiculados com caráter institucional.”
Entenda o caso - A retirada da “ordem do dia” é objeto de Ação Popular proposta pela Deputada Federal Natália Bonavides, do Rio Grande do Norte. A ação pede, ainda, que o Governo Federal se abstenha de divulgar qualquer conteúdo em comemoração à data. Após concordância do MPF em parecer, a JF/RN emitiu liminar favorável ao pleito. A decisão provisória foi mantida pelo Tribunal Regional Federal da 5a Região e, após a utilização de um instrumento processual instituído no período da ditadura, a Suspensão de Liminar, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, sustou os efeitos daquela decisão. A sentença da JF/RN julga o mérito da ação – não mais de forma liminar – e resolve em definitivo a questão no 1o grau de jurisdição.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no RN

sexta-feira, 10 de julho de 2020

DARCY RIBEIRO, PRESENTE! >> A história reserva um lugar de destaque para aqueles que lutaram por grandes causas

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REDE DE MENTIRAS >> Facebook derrubou gabinete do ódio de Bolsonaro

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Tudo está conectado. Os fãs de “Dark”, série que é sucesso na Netflix, conhecem o sentido dessa frase, que se encaixa perfeitamente no caso do chamado gabinete do ódio bolsonarista, desmontado ontem pelo Facebook. No total, foram tiradas do ar 73 contas, 14 páginas e um grupo no Facebook e no Instagram.

A rede, segundo o levantamento do Laboratório Forense Digital do Atlantic Council em parceria com o Facebook, era controlada por assessores de Carlos Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e do próprio Jair Bolsonaro, além de funcionários do deputado estadual Anderson Moraes e da deputada estadual Alana Passos, ambos do PSL do Rio de Janeiro.

Tércio Arnaud Thomaz, por exemplo, é assessor especial de Bolsonaro, com sala no Palácio do Planalto. De acordo com a Folha de São Paulo, ele tem ligação direta com o esquema de contas falsas nas redes sociais banidas pelo Facebook. Tércio é apontado como responsável direto por ataques virtuais a adversários de Bolsonaro.

Já Leonardo Rodrigues de Barros Neto, conhecido como “Leonardo Bolsoneas”, outro acusado de integrar o esquema, era funcionário do gabinete da deputada Alana Passos. Leonardo Bolsoneas é namorado de Vanessa Navarro, funcionária do deputado Anderson Moraes. Ela e o namorado operavam 13 contas pró-Bolsonaro. Tem ainda Paulo Eduardo Lopes, conhecido como “Paulo Chuchu”, que é assessor de Eduardo Bolsonaro. Ele é visto como "um dos principais operadores da rede”.

Na cabeça do esquema, segundo investigação da Polícia Federal, está o vereador carioca Carlos Bolsonaro, apelido de “03” pelo pai Jair. Junto com os irmãos Eduardo e Flávio, ele forma o núcleo duro dessa imensa rede de mentiras nas redes sociais. Está cada dia mais nítido por que as milícias digitais bolsonaristas foram mobilizadas para atacar os senadores que votaram a favor do PL 2.630/2020

Extraído d a página do Instagran senadorjpprates

quinta-feira, 9 de julho de 2020

A INDÚSTRIA DOS FAKES, GABINETE DO ÓDIO, MAS EM NOME DE DEUS E DA FAMÍLIA >> Comprava-se tudo aquilo que sempre foi dito desde o período eleitoral sobre esses milicianos

NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO >> Caatinga sofre degradação crônica mesmo em áreas sem desmatamento

Uma floresta de Caatinga bem preservada, com potencial para criar áreas protegidas, localizada na Serra do Feiticeiro, em Lajes (RN) | Foto: Juan Carlo Varga Mena / UFRN

Segundo a pesquisadora Marina Antongiovanni, a perturbação antrópica crônica pode ser facilmente observada em campo. “Quando entramos em algumas áreas de Caatinga, vemos trilhas e pegadas humanas, estradas de terra, troncos cortados à motosserra, pilhas de madeiras, gado, lixo e muitas outras coisas. Notamos também a ausência de árvores de grande porte e uma fauna depauperada. Em compensação, outras áreas de Caatinga parecem bem conservadas”, comenta a pesquisadora, que atualmente é sub-coordenadora de Meio Ambiente da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) do Estado do Rio Grande do Norte.Natal - RN. Apesar de o desmatamento ser uma das maiores ameaças aos ecossistemas brasileiros, a ação humana em áreas não desmatadas também pode trazer impactos ambientais significativos para os diferentes biomas. 

É o que alertam pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) no estudo “Chronic anthropogenic disturbance on Caatinga dry forest fragments” (Perturbação antropogênica crônica em fragmentos de floresta seca da Caatinga), publicado neste dia 6 de julho na revista inglesa Journal of Applied Ecology. O estudo revela que a maioria das áreas não desmatadas da Caatinga está potencialmente degradada por causa de ações humanas acumuladas ao longo de décadas ou séculos, o que os estudiosos nomeiam de perturbação antrópica crônica.


A indústria de carvão tem um grande impacto nos remanescentes da Caatinga - Foto: Carlos Roberto Fonseca / UFRN
A pesquisa desenvolveu métodos para estimar o grau de perturbação antrópica crônica para toda a Caatinga, que ocupava originalmente mais de 800 mil km². Como os pesquisadores não podiam visitar pessoalmente os mais de 47 mil fragmentos de Caatinga que ainda existem, eles resolveram criar um índice matemático de perturbação antrópica crônica baseado em informações disponíveis em banco de dados oficiais, pertencentes ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e outros. Entraram nesta avaliação dados como a localização dos fragmentos de Caatinga, a densidade populacional humana, a existência de estradas asfaltadas e de terra batida, de usinas eólicas e de criação de gado bovino, cabras e ovelhas, entre outros.
Os resultados do estudo apontam que o nível e a causa de degradação dos fragmentos de Caatinga variam muito dependendo da região. Os fragmentos da região norte e leste estão mais perturbados do que os da região sul e oeste. No litoral, a Caatinga é muito afetada pelo pastejo do gado bovino, enquanto a região norte, no Estado do Ceará, é afetada pelas queimadas. A menor densidade de estradas na região leste ajuda a explicar a existência de grandes áreas de Caatinga ainda intactas no Piauí e na Bahia.

Para os pesquisadores, o estudo lança luz sobre o fato de a Caatinga sofrer de um problema crônico de degradação ambiental capaz de reduzir a sua biodiversidade, o que compromete o funcionamento do seu ecossistema.

O pesquisador Eduardo Martins Venticinque, da UFRN, ressalta; “os efeitos da degradação ambiental da Caatinga podem levar à extinção de espécies, a alterações de ciclos geomorfológicos e, até mesmo a alterações climáticasacentuando os períodos de seca e de desertificação de algumas áreas”. As populações que fazem uso destas terras seriam diretamente atingidas.

A revelação de áreas intactas da Caatinga pelo estudo pode ser uma oportunidade para a conservação do bioma, alerta o pesquisador Carlos Roberto Fonseca. “Atualmente sabemos que a Caatinga possui centenas de espécies que não existem em nenhum outro lugar do mundo. Cabe ao Governo Federal e aos governos estaduais liderarem iniciativas para proteção de nossa biodiversidade, seja por meio de práticas de manejo adequados à Caatinga, restauração de seus ecossistemas ou expansão da rede de Unidades de Conservação” – completa o pesquisador. Fonte: Agência Bori

DO BLOG: Ao ver essa matéria que faz referência a Serra do Feiticeiro, considero importante ressaltar que essa sempre foi uma das nossas bandeiras de luta e que enquanto vereador (2019-2012) apresentei vários projetos, requerimentos e indicações, no intuito de transformar a nossa Serra do Feiticeiro em uma área de proteção ambiental, que infelizmente não tiveram aprovação da maioria dos parlamentares nem do executivo. Segue o link que mostra um pouco sobre essa questão:  http://jlajes.blogspot.com/2012/12/blog-do-robson-elege-caninde-rocha-como.html

COERÊNCIA COM O EVANGELHO >> Padre Edson, de Artur Nogueira, SP, emite nota reafirmando as denúncias que fez contra Bolsonaro



O padre Edson Adélio Tagliaferro, da paróquia Nossa Senhora das Dores, da cidade de Artur Nogueira, emitiu uma nota no domingo, dia 05/7/2020, após ter o vídeo no qual ele denuncia as arbitrariedades e os crimes do antipresidente Jair Bolsonaro, viralizado e publicado em portais de todo o país.
No texto, o pároco padre Edson narra sobre o contexto em que ele fez as denúncias contra os desmandos do antipresidente Jair Bolsonaro. Leia, abaixo, a íntegra da Nota em que o padre Edson reafirma as denúncias. 

Segue abaixo a nota emitida pelo Padre Edson Adélio Tagliaferro
“No dia dois de julho, durante a missa, fiz a homilia de costume. Havia cerca de cento e dez locais conectados conosco para a celebração da missa. A homilia foi cortada em um trecho específico e o vídeo viralizou. Quero comentar sobre isso.
Primeiro, vendo apenas a parte selecionada, fica descontextualizada a fala. Por isso a necessidade de esclarecimentos. Na missa do dia tínhamos a leitura do profeta Amós (Am 7,10-17), que como todo bom profeta, foi incisivo em sua fala contra o rei Joroboão II, rei de Israel. Também no Evangelho (Mt 9,1-8), Jesus tem um embate com os fariseus por perdoar os pecados de um paralítico.
Antes de tudo, é bom que saibam reconhecer no padre um ser humano que também sofre as incoerências da vida, tem suas lutas interiores e desafios exteriores a enfrentar. Naquele dia específico eu tive uma conversa acalorada com uma apoiadora do presidente da República. Isso talvez tenha sido decisivo para o ocorrido.
Diante disso tudo fiz a homilia e nela refleti sobre Amós. Este profeta que viveu no ano 760 a.C. e saindo do Reino do Sul, Judá, foi pregar no Reino do Norte, Israel. Deveria ser um homem simples, agricultor e pecuarista. Em Israel falou das incoerências do rei e que as consequências de seus desmandos e das elites que o apoiavam iriam levar o país à ruína. A preocupação de Amós, com certeza eram os pobres que sucumbem junto com seus líderes. A grandeza de sua atitude foi associada a sua coragem, pois ele não falou de forma velada, mas direta, “dando o nome aos bois”. Isso trouxe evidentemente consequências para o profeta que muito sofreu e foi expulso do Reino do Norte.
Trazendo isso para nossa realidade é possível entrever que, se fosse Amós a pregar teria também falado dando nomes aos argumentos. Foi o que fiz. Toda pessoa séria na vivência de sua fé está preocupada com o destino do país e a dor dos pobres. Não é difícil fazer quarentena numa bela casa, com a geladeira cheia e vultosa conta bancária. Mas não é esta a realidade do nosso país. Infelizmente. E isso não está aí por acaso, é fruto de uma história. Afinal foram 388 anos de escravidão negra dos 500 de nosso país colonizado. Somente na cidade de São Paulo são 30.000 pessoas na rua nestes dias de frio. Quantos inocentes ainda terão que morrer baleados em nosso país? E por aí vai.
Eu sabia das consequências embora não imaginasse que pudesse sair dos limites da cidade onde vivo. Já dizia o grande biblista Carlos Mesters: “Ser profeta é inspiração e transpiração” (não que eu seja um profeta, claro). Também o Mestre, Jesus Cristo, nos garantiu a cruz como consequência do discipulado. Aliás, se não estamos tendo críticas e somente glórias, é preciso reavaliar nossa vida, porque é possível que algo possa estar errado. Os santos também me inspiram, como o grande santo de minha devoção Santo Antônio de Pádua (ou Lisboa), grande orador e pregador, certo dia foi pregar aos “peixes” porque ninguém quis ouvi-lo. Imaginem eu, um simples “padre de aldeia”.
O pano de fundo da referida homilia não foi pregar o ódio e divisões. Não tinha a intenção de fazer críticas vazias e apenas provocativas. Mas meu objetivo claro foi dizer que, como cristãos que somos, não podemos ser dúbios quanto a prática da fé. Mais que uma crítica política, foi uma provocação teológica. Não foi a defesa de outro partido político como alguns disseram. Foi uma explanação à cerca da fé em Jesus Cristo e a clareza do seu Evangelho de vida. Quem comunga o seu Evangelho não pode se associar ao reino da morte.
Por isso citei até a confissão. Num coração que se pretende viver a opção pela vida, não pode dar espaço ao mal, seja ele qual for. Aliás, sempre onde Jesus chega e há um “demônio”, este logo grita:  “O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” (Lc 4,34). Antes de Jesus falar, o mal já sabe que não cabe onde está o Senhor! Sempre enfatizei isso nas minhas homilias. Jesus veio nos salvar ou nos destruir? Quais são nossa escolhas? Nossa resposta depende de quem estamos deixar tomar conta do nosso coração.
Naquela homilia do dia 02/07/2020 lembrei-me e citei Mt 5,37 (Que teu sim, seja sim, que teu não seja não!) e  Ap 3,14 -16 (nem frio nem quente, seria melhor ser frio ou quente, porque os mornos eu vomito da minha boca). Este foi o pano de fundo da reflexão. Qual está sendo nossa opção como cristãos? Ela representa o Evangelho de Jesus? Olhando a realidade a nossa volta, que tipo de Igreja queremos ser? Que cada um responda segundo sua consciência!
Seria bom ainda se perguntar por que um vídeo dizendo estas coisas se espalhou como fogo no capim seco? Há tantas pessoas que dizem isso na internet, não sou o primeiro. O que mudou? Talvez não seja somente eu a estar cansado e angustiado com tudo o que está acontecendo e esta voz acabou representando tantas vozes entaladas na garganta de muita gente.
Termino citando o grande escritor Dante Alighieri e uma citação em sua obra prima Divina Comédia. Segundo ele, na porta do inferno está escrito: “Ao entrar deixe a esperança”. Eu posso até ir para o inferno, porque jamais quero desobedecer a uma ordem do meu Senhor e sou merecedor disso pelos meus muitos pecados, mas não terei como deixar a esperança ao entrar, pois minha esperança é Cristo e ele estará para sempre no meu coração, por toda a eternidade. Rezem por mim!
Padre Edson Adélio Tagliaferro”

terça-feira, 7 de julho de 2020

SEM MÁSCARA, SÓ BOLSONARO ! >> 'Por amor à vida, use máscara': famosos se reúnem em campanha pela internet

A PANDEMIA E O FUTURO >> Como explicar as ações do governo Bolsonaro frente a essa pandemia!

EMPRESAS TIVERAM QUE ADAPTAR-SE A NOVA REALIDADE >> Pandemia acelera transformação digital nas empresas

Grupo Vila desenvolve diversas ferramentas para facilitar a vida dos clientes em isolamento social

A crise mundial decorrente da pandemia do novo coronavírus impactou seriamente a população que teve de ficar distante socialmente. Por conta disso, o sinal de alerta acendeu para as empresas, que por estarem longe dos clientes tiveram como desafio a capacidade de se adaptar à nova realidade.
O caminho para isso se deu através da transformação digital. Amparadas na tecnologia, organizações empresarias de diferentes segmentos aceleraram o passo no desenvolvimento de ferramentas digitais para continuar atendendo o público.
Foi exatamente o que aconteceu com o Grupo Vila, empresa do segmento funerário, detentora das marcas Morada da Paz, Plano Sempre e Vila Pet, com atuação em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em pouco tempo a empresa acelerou a implantação de ferramentas que levariam muito tempo para acontecer, bem como aprimorou outras já utilizadas.
“O Grupo Vila já é uma empresa focada em inovação e esse cenário de pandemia só nos fez acelerar ainda mais essa característica. Já vínhamos numa jornada de grande transformação digital com foco em dados, automação, novas ferramentas de gestão, entre outras iniciativas”, destaca Vivianne Guimarães, diretora de mercado da empresa.
Quando a pandemia chegou estava em andamento o projeto do Morada da Memória, plataforma digital de homenagens, onde enlutados, familiares e amigos podem deixar homenagens escritas, fotos e vídeos aos seus entes queridos, bem como homenagear com flores ou uma vela virtual. “Esse projeto ganhou força e está tendo um excelente engajamento dos nossos clientes. Até o final de maio, contabilizamos quase 1.300 perfis ativos, sendo 56% do Rio Grande do Norte, 24% de Pernambuco e 20% da Paraíba”, informa Vivianne.
Já a Funerária Digital foi a grande inovação do Grupo Vila em tempo recorde. A ferramenta começou a ser desenvolvida logo no início do isolamento social, ainda no final de março, quando a empresa constatou o quanto a iniciativa iria ser fundamental para a segurança e conforto dos clientes. A Funerária Digital foi desenvolvida e lançada em cerca de 15 dias, com o objetivo maior de atender e acolher os clientes enlutados com a agilidade e atenção que são tão importantes nesse momento.
“A ferramenta já alcançou mais de 84 mil pessoas e acumula mais de 10 mil acessos. O cliente pode tirar todas as suas dúvidas e definir o serviço conforme sua necessidade, pelo canal que preferir, seja por telefone, WhatsApp ou chamada de vídeo, assinar contrato e realizar pagamento num processo totalmente seguro e digital”, diz a diretora de mercado.
Outra ferramenta digital do Grupo Vila que ganhou força nesse momento é o Velório Virtual, iniciativa disponibilizada pela empresa de forma pioneira no Brasil desde 2001. Por meio de uma câmera instalada nas salas de velório das unidades do Morada da Paz é possível acompanhar a despedida do ente querido à distância. Neste momento de crise o serviço chegou a crescer mais de 50%. Com isso foi ampliada para 18 a quantidade de salas com o serviço disponível, além dos kits de transmissão que possibilita a realização de velórios de qualquer lugar, e já houve transmissões para países como Estados Unidos, Alemanha, Canadá e China.
“O Velório Virtual foi fundamental nesse momento de isolamento social por ser uma forma segura das pessoas poderem participar da despedida dos seus entes queridos. Através do serviço familiares e amigos podem se fazer presente e se despedir do seu ente querido, também contribuindo bastante para a elaboração do luto, etapa muito importante para a vivência desse momento de perda, segundo a psicologia do luto”, enfatiza a diretora de mercado do Grupo Vila, Vivianne Guimarães.
Fonte: https://pantim.com.br/pandemia-acelera-transformacao-digital-nas-empresas/

DIGA NÃO À PRIVATIZAÇÃO DA ÁGUA NO BRASIL!

O Projeto de Lei do saneamento básico (PL 4.162/2019) é uma grande farsa! A verdadeira intenção desse novo marco legal do saneamento básico é facilitar a privatização da água em terras brasileiras para grandes multinacionais e aglomerados, como Ambev, Coca-Cola, Nestlé, entre outras. A água é um bem público e não pode ser privatizada! Entre nessa luta e DIGA NÃO à privatização da água no Brasil!
O PL 4.162/2019 altera as regras para o fornecimento de água e de esgoto, o que facilitará a privatização da água. Além disso, ainda prorroga o prazo para o fim dos lixões. Se sancionada a lei, a privatização do serviço pode impedir o acesso aos serviços por uma parte da população. Isso implicará na ampliação da exclusão da população mais pobre, agravando ainda mais as desigualdades no Brasil. Além disso, se o setor privado atuar sozinho, será difícil o controle social sobre a prestação do serviço.
Diversas cidades pelo mundo já recorreram a privatizações de seus sistemas de água e saneamento nas últimas décadas, mas decidiram voltar atrás – a lista inclui metrópoles como Atlanta, Berlim, Paris, Budapeste, Buenos Aires e La Paz. O Projeto de Lei coloca, então, o Brasil na contramão do mundo.
No Chile, a privatização da água em 1981 levou a consequências econômicas drásticas, a uma crise hídrica sem precedentes, ao aumento da desigualdade social e da pobreza no país. A guerra da água da Bolívia, também conhecida como guerra da água de Cochabamba, foi uma revolta popular que ocorreu entre janeiro e abril de 2000, contra a privatização do sistema municipal de gestão da água, depois que as tarifas cobradas pela empresa Aguas del Tunari (filial do grupo norte-americano Bechtel) dobraram.
O novo marco legal do saneamento básico foi aprovado no Senado no dia 24/06/20, já tinha sido aprovado na Câmara dos Deputados no final de 2019 e seguirá agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro para entrar em vigor. VAMOS DIZER NÃO PARA ESSA SANÇÃO!

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