MP quer merenda apenas para alunos.
Instituição emitiu recomendação para que alimentos não sejam consumidos por professores e funcionários.
Comentário do Blog: Tenho bastante respeito pelo Ministério Público, enquanto instituição séria e responsável pela ficalização e aplicação da Lei. Porém, não posso deixar de discordar de tal recomendação, em virtude de, enquanto professor ver que muitas vezes a merenda sobra, pois os alunos não a consumem toda e boa parte acaba indo para o lixo, o que considero uma forma de desperdício. No entanto, proibir os professores e funcionários das escolas de a consumirem é algo no mínimo humilhante para uma categoria que a cada dia vem sofrendo com a falta de valorização, de reconhecimento, de respeito, de tudo... por parte dos gestores. Seria bem mais positivo, se o Ministério Público Estadual e/ou Federal buscasse mecanismos legais para fazer com que as reivindicações históricas da categoria por melhores salários e condições de trabalho fossem cumpridas de acordo com o que diz a Lei 11.738/08. Acredito que essa recomendação traz em si uma carga muito grande de constrangimento para esses profissionais que segundo essa determinação legal agora não poderão mais se alimentarem da merenda distribuída aos alunos, tendo que ficar quase sempre com fome, pois muitos não têm dinheiro para comprarem lanche, devido ao seu salário ser pouco e muitas vezes já está compremetido.
Eis a matéria publicada no Diário de Natal, deste sábado (11/06/11):
Em um dos trechos do midiático discurso da educadora natalense Amanda Gurgel consta, de maneira irônica, que professor nenhum deveria comer na escola porque o "Ministério Público vem e diz que a merenda é só para os alunos". O posicionamento da instituição se mostrou oficial ontem, quando o Ministério Público Estadual (MPE) e o Federal (MPF) publicaram recomendação para que gestores de escolas públicas estaduais em Natal apliquem os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) somente na aquisição de alimentos para merenda de alunos da educação básica.
Os gestores devem evitar o desperdício de alimentos, proibindo, também, o uso dos gêneros em favor de pessoas não abrangidas pelo programa - leia-se professores, servidores estaduais e funcionários terceirizados, como as merendeiras.
Os gestores devem evitar o desperdício de alimentos, proibindo, também, o uso dos gêneros em favor de pessoas não abrangidas pelo programa - leia-se professores, servidores estaduais e funcionários terceirizados, como as merendeiras.