No balanço final da eleição de 2012, o PT e o PSB foram os
partidos que mais ampliaram o número de prefeituras conquistadas e o
contingente de eleitores a governar em relação a 2008. O PSD, em sua
primeira disputa, obteve um lugar entre os maiores partidos, mas terá
pouca influência nas cidades grandes. O PMDB encolheu tanto em número de
prefeituras quanto de eleitores. O PSDB elegeu menos prefeitos, mas
praticamente manteve sua fatia do eleitorado. E o DEM manteve sua
tendência de definhamento.
Principal vencedor da eleição, o PT conquistou prefeituras que,
somadas, concentram 20% do eleitorado. Em 2008, as cidades petistas
abrigavam 16% dos eleitores do País. Sem o triunfo em São Paulo, o
partido teria até recuado no quesito eleitorado governado - sozinha, a
capital paulista abriga pouco mais de 6% dos brasileiros com direito a
voto.
Primeiros colocados no ranking do eleitorado, os petistas ficaram em
terceiro no número de prefeitos eleitos, com 633. O fato revela que o PT
ainda tem dificuldades para conquistar as pequenas cidades, seara na
qual o PMDB é a legenda mais forte.
O
PT elegeu quatro prefeitos de capitais neste ano, menos do que em 2008
(seis) e 2004 (nove), mas ampliou seu espaço no conjunto dos 83
municípios com mais de 200 mil eleitores, o chamado clube do 2.º turno.
Nesse grupo, os petistas vão governar 30% do eleitorado - porcentual
acima de sua média nacional.
Recuo
Não se pode dizer que o PMDB teve um resultado ruim nesta eleição -
afinal, manteve o primeiro lugar no ranking dos prefeitos eleitos, com
1.025, e só ficou atrás do PT no do eleitorado a governar (17%). Mas o
partido se saiu pior do que há quatro anos.
O principal recuo dos peemedebistas ocorreu no clube do 2.º turno. Em
2008, no grupo das cidades com mais de 200 mil eleitores, a legenda
venceu em municípios que abrigavam 26% do eleitorado nacional. Agora,
sua participação vai cair para 14%.
Mas a capilaridade do PMDB no interior impulsionará a legenda daqui a
dois anos, quando serão eleitos os novos integrantes da Câmara dos
Deputados. Há correlação direta entre o número de prefeitos e o de
deputados eleitos, especialmente se as vitórias nos municípios não se
concentrarem em poucos Estados. O PMDB elegeu prefeitos em todas as
unidades da federação onde houve disputa, façanha só repetida pelo PT.
Salto
Destaque no 1.º turno, com a conquista de duas capitais de grande
peso político - Belo Horizonte e Recife -, o PSB chega ao final da
disputa com saldo positivo sob todos os aspectos, principalmente no
número de eleitores a governar.
O partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos
- já citado como possível candidato a presidente em 2014 -, deve
governar cerca de 11% do eleitorado a partir da posse dos novos
prefeitos, em 2013. É um salto em relação ao porcentual obtido em 2008:
6%. Em número de prefeitos, o PSB avançou de 310 para 439.
Quase nanicos
Em termos comparativos, o DEM terá neste ano o pior desempenho de sua
história. Vai eleger prefeitos que comandarão 5% do eleitorado, menos
da metade que obteve há quatro anos. Mas 2008 foi um ano atípico para o
DEM - o partido conquistou na época a capital paulista, com a reeleição
de Gilberto Kassab.
O mesmo Kassab desestruturou as bases municipais do DEM ao criar o
PSD, no ano passado, e atrair centenas de políticos de seu antigo
partido. A nova legenda elegeu 496 prefeitos e governará 6% do
eleitorado. No grupo das 83 maiores cidades, porém, sua influência será
menor: governará apenas 3% dos eleitores.
Fonte: Jornal de Fato