Por Altamiro Borges (No Blog do Miro)
“Eu me sinto como o Mubarak, após 28 anos de mandato”, confessou à Folha o ex-senador Heráclito Fortes, do DEM do Piauí. O demo, um dos mais ácidos inimigos do governo Lula e das causas progressistas, entrou em parafuso após a derrota nas eleições de outubro passado. “Ociosidade é algo que nunca tinha experimentado. O começo é meio chocante”, admitiu.
Segundo o jornal, o ex-primeiro-secretário do Senado tirou 90 dias para ficar “de perna pro ar” e estuda convites para atuar em conselhos de administração de algumas empresas. Ele não pretende abandonar a vida política, como fiel representante da direita nativa, mas se ressente da falta do mandato parlamentar.
Filhote da ditadura e serviçal de FHC
A lembrança de Mubarak foi um lapso de sinceridade do ex-senador. Ele sempre teve identidade com ditaduras e atuou como serviçal dos interesses imperiais dos EUA – a exemplo do egípcio derrubado pela revolta popular. Heráclito estreou na política durante o regime militar, sendo oficial de gabinete do vice-governador de Pernambuco, José Antônio Barreto Guimarães (1971-1973), e assessor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de 1973 a 1975, entre outros cargos no período da ditadura.
Em 1978, ele disputou uma vaga de deputado federal pela extinta Arena, o partido dos generais, e ficou na segunda suplência. Com forte senso de oportunidade – para não dizer oportunismo –, Heráclito passou por vários partidos – PP, PMDB e PDT, até chegar ao ex-PFL, que deu origem ao atual DEM. Em 1988, ele foi eleito prefeito de Teresina (PI). Já no reinado neoliberal de FHC, ele virou líder do governo na Câmara dos Deputados, comandando todas as contra-reformas do tucano no Congresso Nacional.
Inimigo raivoso do MST
A partir de 2002, Heráclito Fortes começou a sentir o bafo no cangote. Foi eleito senador num pleito bastante apertado, o que já indicava o início de um novo ciclo político no país aberto com a vitória de Lula à presidência. Em 2006, foi um dos coordenadores da campanha derrotada de Geraldo Alckmin. Como senador, tornou-se uma das vozes mais estridentes contra o governo Lula. Agora, em outubro de 2010, o povo deu o troco e Heráclito ficou num humilhante quarto lugar na disputa para a sua reeleição.
Além de ser um dos chefões da oposição de direita, Heráclito ganhou fama por sua postura raivosa contra as lutas dos trabalhadores. Em 2009, ele apresentou vários requerimentos solicitando a quebra dos sigilos bancário e fiscal do MST, acusando o movimento de ser uma “organização terrorista”. Também fez vários discursos na tribuna contra o sindicalismo, destilando ódio contra as centrais e contrapondo-se às principais reivindicações trabalhistas.
O informante do império
Heráclito virou um dos principais porta-vozes dos interesses dos EUA no Brasil. Segundo documento recentemente vazado pelo Wikileaks, ele chegou a sugerir ao governo ianque que estimulasse a produção de armas no país para conter supostas ameaças da Venezuela na região. Em memorando da diplomacia estadunidense, o então embaixador Clifford Sobel relata os diálogos que teve o parlamentar piauiense, que na época presidia a Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado.
Segundo o documento, o senador pediu uma reunião “urgente” com Sobel. Na conversa teria se declarado “verdadeiramente preocupado” com uma suposta atividade terrorista no Brasil e com a influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Ele sugeriu um plano para armar o Brasil e a Argentina contra a suposta ameaça bolivariana, “antes que fosse tarde”, e propôs ainda acionar empresas privadas para mascarar a ação estadunidense. Em outro telegrama, de 2008, Sobel afirma que Heráclito relatou a suposta presença de terroristas numa ONG do Piauí e disse temer a instalação de uma “guerrilha esquerdista” em Rondônia.
Segundo o jornal, o ex-primeiro-secretário do Senado tirou 90 dias para ficar “de perna pro ar” e estuda convites para atuar em conselhos de administração de algumas empresas. Ele não pretende abandonar a vida política, como fiel representante da direita nativa, mas se ressente da falta do mandato parlamentar.
Filhote da ditadura e serviçal de FHC
A lembrança de Mubarak foi um lapso de sinceridade do ex-senador. Ele sempre teve identidade com ditaduras e atuou como serviçal dos interesses imperiais dos EUA – a exemplo do egípcio derrubado pela revolta popular. Heráclito estreou na política durante o regime militar, sendo oficial de gabinete do vice-governador de Pernambuco, José Antônio Barreto Guimarães (1971-1973), e assessor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de 1973 a 1975, entre outros cargos no período da ditadura.
Em 1978, ele disputou uma vaga de deputado federal pela extinta Arena, o partido dos generais, e ficou na segunda suplência. Com forte senso de oportunidade – para não dizer oportunismo –, Heráclito passou por vários partidos – PP, PMDB e PDT, até chegar ao ex-PFL, que deu origem ao atual DEM. Em 1988, ele foi eleito prefeito de Teresina (PI). Já no reinado neoliberal de FHC, ele virou líder do governo na Câmara dos Deputados, comandando todas as contra-reformas do tucano no Congresso Nacional.
Inimigo raivoso do MST
A partir de 2002, Heráclito Fortes começou a sentir o bafo no cangote. Foi eleito senador num pleito bastante apertado, o que já indicava o início de um novo ciclo político no país aberto com a vitória de Lula à presidência. Em 2006, foi um dos coordenadores da campanha derrotada de Geraldo Alckmin. Como senador, tornou-se uma das vozes mais estridentes contra o governo Lula. Agora, em outubro de 2010, o povo deu o troco e Heráclito ficou num humilhante quarto lugar na disputa para a sua reeleição.
Além de ser um dos chefões da oposição de direita, Heráclito ganhou fama por sua postura raivosa contra as lutas dos trabalhadores. Em 2009, ele apresentou vários requerimentos solicitando a quebra dos sigilos bancário e fiscal do MST, acusando o movimento de ser uma “organização terrorista”. Também fez vários discursos na tribuna contra o sindicalismo, destilando ódio contra as centrais e contrapondo-se às principais reivindicações trabalhistas.
O informante do império
Heráclito virou um dos principais porta-vozes dos interesses dos EUA no Brasil. Segundo documento recentemente vazado pelo Wikileaks, ele chegou a sugerir ao governo ianque que estimulasse a produção de armas no país para conter supostas ameaças da Venezuela na região. Em memorando da diplomacia estadunidense, o então embaixador Clifford Sobel relata os diálogos que teve o parlamentar piauiense, que na época presidia a Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado.
Segundo o documento, o senador pediu uma reunião “urgente” com Sobel. Na conversa teria se declarado “verdadeiramente preocupado” com uma suposta atividade terrorista no Brasil e com a influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Ele sugeriu um plano para armar o Brasil e a Argentina contra a suposta ameaça bolivariana, “antes que fosse tarde”, e propôs ainda acionar empresas privadas para mascarar a ação estadunidense. Em outro telegrama, de 2008, Sobel afirma que Heráclito relatou a suposta presença de terroristas numa ONG do Piauí e disse temer a instalação de uma “guerrilha esquerdista” em Rondônia.
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