quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Autoritario >> Cunha ataca democracia e proíbe ação da CUT na Câmara

Resultado de imagem para Cunha ataca democracia e proíbe ação da CUT na CâmaraA Câmara dos Deputados tem se tornado cada vez menos a Casa do povo e cada vez mais a casa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nesta quarta-feira (2), faltando apenas duas horas para o lançamento de um estudo da CUT sobre projetos que afetam a classe trabalhadora, os dirigentes sindicais foram informados sobre o cancelamento do evento, marcado para as 14h no Salão Nobre da Câmara dos Deutados.

Clique aqui para acessar o estudo da CUT.
A Central apresentaria uma Agenda Legislativa como contraponto à Agenda Brasil divulgada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Entre os temas para os quais os trabalhadores apresentação alternativas estão a negociação coletiva e o direito de greve no setor público, a redução do jornada e, a terceirização.

A alegação de Cunha, presidente da Câmara, foi a de que a Casa estava cheia. Argumento que utilizou um dia depoois de o parlamentar cortar a fala do deputado federal Afonso Florence (PT-BA), que criticou a truculência da liderança do PMDB  em relação ao movimento sindical. Em conversas de bastidores, deputados sinalizaram que o presidente sinalizou baixar uma medida para proibir eventos sindicais na Csa.

O caminho adotado pela CUT foi reverter a situação junto ao Senado. Para a secretária de Relações do Trabalho da Central, Maria das Graças Costa, a medida soa como uma retaliação a críticas que os trabalhadores têm feito principalmente sobre projetos que retiram direitos trabalhistas.

“Ele é um representante legítimo da classe empresarial e é um grande desafio lidar com alguém que é autoritário e tem concepção de patrão ruim. Cunha não respeita a democracia. Agora radicalizou porque viemos apresentar apenas um documento que tem projetos que consideramos importantes para os trabalhadores”, afirma. 
O secretário de Organização e Política Sindical da CUT, Jacy Afonso de Melo, criticou o autoritarismo da fforma como a ditadura civil e militar lidava com os movimentos sociais. “Ele usa os mesmos instrumentos que eram usados pela ditadura, de impedir o povo de participar das atividades legislativas. Muito nos estranha que esta seletividade no ingresso ao parlamento é sempre quando a CUT faz uma atividade na Câmara. Cunha como presidente de um dos poderes da República deveria ser um dos principais interlocutores da democracia e não o contrário”, diz o dirigente.
Reverter o autoritarismo 
audiência pública no Senado ocorreu durante sessão da Comissão de Direitos Humanos presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

Durante o encontro, Graça lembrou que, ao contrário do tratamento dado à CUT, não houve obstáculos para circulação de empresários e da Força Sindical durante atividade na última semana Congresso. “Todas as vezes somos tratados com bomba e violência. No debate feito ontem, Cunha fala sobre proibição de atividades do movimento sindical na Câmara, mas não é isso que a Constituição diz. Parlamento é para fazer o debate. Aqui nós somos honestos, quem está sendo investigado é ele”, disse.

O objetivo da agenda apresentada pela CUT é virar a mesa do jogo a favor dos trabalhadores, afirmou Graça, comentando também os inúmeros retrocessos contra a democracia como a contrareforma política, a redução da maioridade penal, a diminuição da idade para formalização de trabalhadores, e a terceirização sem limites. 

"Nossa agenda seleciona um conjunto de projetos que julgamos prioritários. Agora vamos querer discutir com o presidente da Câmara como dar andamento a essas propostas", pontou, mostrando que a Central não irá refugar diante da truculência. 

Marcaram presença diversos parlamentares como o deputado federal Enio Verri (PT-PR), que classificou o documento como algo a ser avaliado constantemente. Durante a audiência, os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Fátima Bezerra (PT-RN) repudiaram o cancelamento na Câmara e garantiram compromisso com a agenda.

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