Lideranças afirmaram ser essencial que a consulta popular ocorra antes da elaboração do projeto
Escrito por: CUT Nacional
Na última sexta-feira, 28 de julho, a presidenta Dilma recebeu a
Juventude da CUT e diversas lideranças de Juventude para debater a
Reforma política e o atual momento do Brasil.
Dilma abriu a reunião reconhecendo a legitimidade das vozes que emergem
das ruas, afirmando a necessidade do país melhorar a qualidade dos
serviços públicos e dos governos promoverem um diálogo específico com a
juventude.
O secretario Nacional de Juventude da CUT, Alfredo Santos Jr., afirmou
que “apesar dos inegáveis avanços dos últimos dez anos é importante
compreender que a juventude trabalhadora brasileira ainda está condenada
a situações extremamente precárias. A taxa de desemprego juvenil é mais
que o dobro da media nacional, os jovens são os mais atingidos pela
elevada taxa de rotatividade no mundo do trabalho, estão sujeitos aos
empregos mais precários, se inserem precocemente no mundo trabalho e não
conseguem conciliar trabalho com estudo. Por isso, para a juventude não
basta apenas constatar o quanto melhoramos na última década, mas
apontar pras melhorias que ainda precisam ser feitas avançar,
compreendendo que as condições de trabalho da juventude ainda são
bastante precárias e que estamos sujeitos a serviços públicos de baixa
qualidade. Temos muito a avançar ainda.”.
O debate transcorreu fortemente centrado sobre a reforma política, especialmente na necessidade de participação popular na elaboração desta reforma e também sobre uma maior participação da juventude na elaboração e acompanhamento das políticas públicas de juventude.
Quanto à reforma política houve um consenso entre todas as 25 entidades
presentes de que é essencial que a consulta popular ocorra antes da
elaboração do projeto, reconhecendo a importância da presidenta ouvir os
diversos movimentos sociais antes de apresentar a proposta do governo,
mas deixando nítido que é crucial que a reforma seja submetida a toda
população, através do plebiscito. As lideranças juvenis presentes
afirmaram ainda que o referendo não atende aos anseios da sociedade,
pois, neste caso, a consulta popular ocorre depois da elaboração do
projeto pelo parlamento e, caso rejeitado, permaneceria o modelo atual
sem nenhuma reforma.
Ao final da reunião o governo anunciou o lançamento para o próximo dia
8 de julho, do “Observatório Participativo”, uma plataforma virtual e
física de consulta à sociedade civil a partir das redes sociais e de
encontros presenciais sempre que possível. Atualmente a juventude,
através de suas entidades representativas, pode sugerir e acompanhar as
políticas públicas a partir do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE),
entretanto, a partir da criação do Observatório Participativo qualquer
jovem, independente de está organizado em alguma entidade, tenha um
contato direto com o Governo Federal a partir de um canal virtual.
Para a Juventude da CUT é de fundamental importância a iniciativa da
presidenta em ouvir o clamor das ruas e trazer à tona a reforma política
que é uma bandeira histórica dos movimentos sociais. A CUT tem posição
congressual a favor da Reforma Política, defendendo acabar com a
influência do poder econômico nas eleições, a inclusão da participação
real das mulheres na política, através do voto em lista com alternância
entre homens e mulheres e a construção de mecanismos para tramitações
mais céleres para os projetos de lei de iniciativa popular.
Pela reforma política, por nossas bandeiras históricas em defesa da
classe trabalhadora, e por reformas estruturantes como a democratização
dos meios de comunicação e a reforma agrária, que a CUT estará nas ruas
no próximo dia 11 de julho!
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