A Venezuela confirmou o enviou de oito caminhões carregados com aproximadamente 130 mil litros de oxigênio para abastecer os hospitais de Manaus. Os dois primeiros carregamentos chegam neste final de semana na capital do estado Amazonas.
Além disso, o governo bolivariano formou um contingente com 107 médicos brasileiros e venezuelanos, graduados na Escola Latino-Americana de Medicina Salvador Allende, em Caracas, para ajudar a combater a pandemia no Amazonas. De acordo com o chanceler Jorge Arreaza, os profissionais procuraram o consulado da Venezuela em Boa Vista, propondo a criação da brigada Simón Bolivar.
"Foi um gesto muito bonito, muito bolivariano. Espero que possa ser assumido assim pelo Brasil. Estamos fazendo isso com total desapego, não queremos nada em troca. O que queremos é salvar essas vidas e dar tranquilidade a estas famílias brasileiras", declarou em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato.
Segundo o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (CONASS), o Amazonas acumula 229 mil casos e 6.123 falecidos pelo vírus sars-cov2 até a última quinta-feira (14). Desde a última quarta-feira (13), foi decretado toque de recolher das 19h às 6h na capital amazonense, para tentar diminuir os contágios. Do outro lado da fronteira, a situação é bastante diferente. A Venezuela possui 118.856 casos, com 95% de taxa de recuperação e 1101 falecidos. O estado Bolívar, divisa com Roraima, registra 3.664 infectados, apenas cinco pacientes permanecem em observação, com 96% dos leitos hospitalares desocupados.
A situação no lado venezuelano já foi muito mais crítica. No início da pandemia 1.400 pacientes chegaram a permanecer internados, a maioria eram casos importados do Brasil. Para o governador Justo Noguera, a resposta imediata das autoridades foi o segredo para o sucesso na contenção da pandemia.
"Praticamente enviamos toda a nossa equipe para fazer esse cerco epidemiológico e, junto com a Força Armada Nacional Bolivariana, asseguramos as vias de passagem ilegal, as chamadas "trochas", para impedir que entrasse qualquer vetor. Todas as pousadas e hotéis de Santa Elena de Guairén se transformaram em Postos de Assistência Social Integral (PASI)", afirmou.
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A Venezuela será capaz de enviar oxigênio ao Brasil, porque em 2019 conseguiu reativar uma unidade da empresa estatal Siderúrgica do Orinoco (Sidor), na cidade de Puerto Ordaz, estado Bolívar. A unidade separadora de ar IV era responsável por produzir oxigênio, nitrogêneo e ar comprimido para a produção de aço e outros metais derivados. Diante da pandemia, voltou a sua produção de oxigênio para abastecer os hospitais.
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