terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ano da Juventude: Rebeldes sim, mas com causa!

por Fernanda Winter, do blog da Gisele.



A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o período de 12 de Agosto de 2010 a 11 de Agosto de 2011 como o Ano Internacional da Juventude, com o tema “Diálogo e Compreensão Mútua”.
Segundo dados do Programa das Nações Unidas para Juventude, os jovens estão entre as populações mais vulneráveis em diferentes aspectos da vida social, tais como violência urbana, drogas, abuso e exploração sexual. Cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes com menos de 15 anos viram alvos de exploração sexual todos os anos; no que diz respeito à contaminação de doenças sexualmente transmissíveis e HIV/AIDS, em 2008, jovens com 15 anos ou mais representavam 40% do total de novas infecções.
Mas o Ano Internacional da Juventude não pretende chamar atenção apenas para os aspectos negativos que fazem parte do cotidiano dessa faixa-etária. Afinal, a juventude tem o mérito de ser a população que mais exerce a participação e o controle social em termos locais e globais.
Basta olharmos para ONGs como Greenpeace e movimentos sociais como o movimento gay, movimento de mulheres, da população negra e tantos mais. Sem contar as participações políticas que fizeram história no Brasil e no mundo. Quem foi às ruas protestar contra a ditadura militar do nosso país e contra muitos outros sistemas autoritários na América Latina e no mundo? Quem se mobilizou na oposição à guerra do Vietnã? Quem pintou a cara e saiu às ruas mudando os rumos da política brasileira?
Se formos listar toda a trajetória dos jovens de todo o mundo que revolucionaram o curso da história, teríamos que dedicar muito mais que um ano de comemoração. Ainda assim, muitas pessoas continuariam o discurso moralista que pinta uma juventude descompromissada e baderneira.
É por tudo isso que a ONU tem como objetivos, nesse ano da juventude, mostrar a contribuição dos jovens no desenvolvimento global e mostrar a importância de sua participação ativa em todos os aspectos da sociedade.
A data não se destina somente aos jovens. Ela tem como alvo diferentes organizações governamentais e não-governamentais que possam apoiar e estabelecer parcerias com as organizações juvenis e possibilitar, assim, um quadro favorável à realização dos “Objetivos do Milênio”, um plano de ação global para redução da pobreza que tem como focos principais as questões da fome, da saúde e da educação.
Parece-me contraditório que as pessoas que mais contribuam para o desenvolvimento mundial sejam as mais atingidas em seus direitos humanos mais fundamentais. Espero que os órgãos internacionais, o governo e a população em geral utilizem essa oportunidade como um mecanismo de escuta e diálogo com os jovens e que essa comemoração possibilite o reconhecimento dos mesmos como peças fundamentais para o crescimento econômico e amadurecimento político, que merecem apoio substancial de todos os setores da população.
Quer saber mais sobre o Ano Internacional da Juventude e os eventos que já estão rolando? Visite o site http://unicrio.org.br/juventude2010/.

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