As previsões meteorológicas para Mossoró e Região Oeste são positivas. O quadro atual aponta para chuvas dentro ou acima da média histórica. Essa conclusão é do II Fórum Climático do Oeste Potiguar, realizado na manhã de hoje na Estação das Artes Elizeu Ventania, pela Prefeitura de Mossoró, através da Secretaria Executiva de Agricultura e Recursos Hídricos.
O evento reuniu especialistas em meteorologia para que a Prefeitura de Mossoró e demais prefeituras da Região Oeste possam traçar planejamento de políticas públicas que dependem da configuração ou não de inverno.
O pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), Gilmar Bristot, confirmou que a previsão é que as chuvas fiquem ao menos em torno do normal, podendo ser superior, dependendo da atuação do Oceano Atlântico. No entanto, ele alerta que esse cenário ainda não é definitivo. “A situação no início de 2018 já é bem melhor que no ano passado. Mas para termos chuvas acima do normal, precisamos de uma configuração de forte atuação do fenômeno Lá Ninã e da diferença de temperatura entre os Oceanos Atlântico Sul e Norte”, explicou, acrescentando que a torcida é para que o Oceano Atlântico Norte esfrie mais rápido.
Bristot elogiou a realização do Fórum diante da sua importância “para levar um pouco da pesquisa da Emparn para as pessoas interessadas”.
O professor José Espínola Sobrinho, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), minimizou o atual período de seca no Rio Grande do Norte. “Secas sempre existiram. Hoje é mais severa por conta do crescimento da população e pelo uso da água para produção agrícola”, argumentou.
Espínola explicou que existem três tipos de seca: meteorológica – traduzida em números; hidrológica – quando os reservatórios não são abastecidos; e a agrícola – que depende da boa distribuição das chuvas. “Não adianta chover muito em pouco tempo. Melhor é termos menos chuvas, mas bem distribuído ao longos dos meses”, observou o especialista.
O presidente do Instituto de gestão das Águas do RN (Igarn), Josivan Moreno, também participou do evento e apresentou um diagnóstico dos reservatórios hídricos da Região Oeste. De acordo com os dados apresentados, a situação é crítica. A Barragem de Santa Cruz, em Apodi, está com 14,31% da sua capacidade; a de Umari, em Upanema, 13,82%; e a de Pau dos Ferros está seca desde 2016.
Alguns reservatórios estão no volume morto. É o caso da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Maior reservatório do estado e responsável por abastecer boa parte de Mossoró, a barragem localizada em Itajá está com apenas 11,38% de sua capacidade de armazenamento.
A prefeita Rosalba Ciarlini participou do evento e demonstrou otimismo com as previsões. Ela destacou que ações como o corte de terra e a distribuição de sementes dependem de informações repassadas durante o Fórum. “Nenhuma administração pode se planejar sem essas informações repassadas aqui”, ressaltou.
Rosalba disse que está torcendo por um bom inverno e falou da sua experiência com a seca quando governadora do estado. “Sofri durante quatro anos. A chuvas trazem a boa safra, que é fundamental para a cidade se movimentar”, exaltou.
A secretária executiva de Agricultura e Recursos Hídricos, Katherine Bezerra, informou que, diante de informações preliminares, já iniciou visitas nas localidades rurais para discutir o Programa Semear, que repassa combustível aos agricultores para o corte de terra. “Já estamos trabalhando para fazer com que o combustível chegue a todas as famílias”, assegurou.
Fonte: PMM
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