sábado, 22 de junho de 2019

FOGUEIRAS JUNINAS >> Tradição que gera impactos ambientais exige novas formas de uso da lenha

DO BLOG: Que tal fazermos nossas fogueiras com resto de madeira que muitas vezes tem em abundância perto de nós? Assim estaremos preservando a vegetação nativa de nossa região e reaproveitando madeira que estaria sendo jogada no lixo!
Segue a matéria extraída do site:
Em muitas regiões do Nordeste diversas famílias mantém a tradição de acender fogueiras em alguns dias do mês de junho. Com forte relação com a religião católica, este costume se reproduz a cada ano, em especial nos dias 23 e 24, onde se homenageia São João Batista, primo de Jesus.
Durante muito tempo se valorizou o uso de algumas árvores específicas para a fogueira junina, a exemplo da umburana, angico, baraúna, destacando como uma vantagem do uso destas a pouca liberação de fumaça. Contudo, o uso indiscriminado da vegetação para fazer a fogueira de São João é extremamente preocupante, uma vez que a extração e queima da madeira colabora para a degradação ambiental.
No período junino, portanto, constata-se o aumento da retirada de madeira nativa, mas órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis - IBAMA e o Ministério Público tem atuado no sentido de minimizar o comércio de madeira originada de cortes ilegais. Para as fogueiras recomenda-se a utilização de madeira originada de podas de árvores frutíferas, lenha de algaroba ou de árvores nativas que tenham sido retiradas com autorização do Ibama.
Dados da devastação da caatinga
Fogueiras juninas: tradição que gera impactos ambientais exige novas formas de uso da lenhaNo semiárido, a caatinga sofre diretamente as consequências desta ação, principalmente com a retirada de madeira para produção de carvão e para alimentar fornos das padarias, caldeiras das indústrias, além da prática das queimadas em muitas áreas. O Programa de Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por satélite, do Ministério do Meio Ambiente, mapeou a situação atual do desmatamento na Caatinga, destacando que entre 2002 e 2008, a cobertura vegetal foi suprimida em 16.576 km². Segundo a pesquisa, atualizada em 2010, o percentual de áreas desmatadas em 2002 era de 44,3% e subiu para 46,5% em 2008.
Esta situação viabiliza a desertificação, uma vez que os solos perdem nutrientes e podem sofrer processos de erosão ou mesmo infertilidade. Pesquisas apontam que a desertificação é o mais grave problema ambiental da região Nordeste, chegando a atingir uma área de mais de 900.000 km², o que faz com que não exista no país outro problema ambiental que atinja tal dimensão geográfica e afete direta ou indiretamente tamanha quantidade de pessoas, chegando a uma média de 15 milhões de brasileiros.

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