O Brasil supera a marca de 100 mil mortes por Covid-19 com mais de 3 milhões de contaminados pelo Coronavírus. Somos o segundo país do mundo a atingir mais de 100 mil mortes por Covid-19. Essa tragédia atinge quase que exclusivamente a classe trabalhadora. Enquanto a patronal está em quarentena, o trabalhador tem que se expor à pandemia porque tem que ir à luta pela sobrevivência.
Essa pandemia expôs todos os males da crise econômica que assola o país e que recai sobre as costas dos desvalidos. Enquanto os desempregados tem por esperança receber R$ 600 do governo, os banqueiros têm garantido o socorro do governo para evitar a quebradeira e para manter os seus exorbitantes lucros.
Em relação aos trabalhadores que ainda têm a carteira assinada, a política do governo é a retirada de direitos impondo facilidades para a patronal suspender contratos a seu bel prazer e a reduzir salários sob ameaça de demissão.
Os funcionários públicos também sofreram ataques aos seus direitos com a aprovação pelo Congresso Nacional da proposta do governo de congelar salários até o final de 2021.
Sem contar que a perspectiva para os trabalhadores das empresas estatais é ainda pior ma medida em que nas negociações coletivas o governo está impondo o fim de todos as conquistas trabalhistas.
Ainda pior. Tem um plano para privatizar as empresas públicas, o que significa demissão em massa e contratação de novos empregados com salário reduzido e sem nenhum direito adicional.
A melhor resposta que os explorados podem dar a esse governo representante da especulação financeira internacional é o rechasso e a mobilização de rua para derrubar Bolsonaro, Paulo Guedes e todos os generais e oportunistas de plantão.
Fora general Floriano Peixoto da presidência dos Correios!
O plano de entrega das empresas nacionais para os grandes monopólios multinacionais, conforma a afirmação do ministro da Economia, Paulo Guedes, começa com a privatização dos Correios.
É um absurdo vender os Correios, pois essa é a empresa que mais prosperou no último período. Com a pandemia de Covid-19, cresceram sobremaneira as vendas pela internet. O chamado E-commerce (venda a partir de lojas virtuais) tende a se consolidar, dando uma perspectiva excelente para o crescimento do serviço de entrega de encomendas pelos Correios.
Entregar os Correios para a especulação financeira internacional não está sendo tarefa fácil para o governo Bolsonaro. Os trabalhadores dos Correios têm grande tradição de luta, são a vanguarda, hoje, do movimento operário brasileiro e o governo terá que derrotá-los para impor a privatização.
Em novembro de 2018, no governo Temer, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilbero Kassab (PSD), colocou o general Juarez Aparecido de Paula Cunha como presidente dos Correios, segundo ele, para facilitar a transição do governo Temer para Bolsonaro.
Em junho de 2019, Bolsonaro troca de general e coloca o general Floriano Peixoto Vieira Neto na presidência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, para gerenciar diretamente esse processo de privatização.
Em junho de 2020, o governo desmembrou o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, recriando o Ministério das Comunicações e nomeou como ministro das Comunicações o Deputado Federal pelo PSD/RN, Fábio Salustino Mesquita de Faria, genro do dono do SBT, Silvio Santos.
O ministro Fábio Faria cogitou trocar a presidência dos Correios para dar um impulso à privatização. Não precisou. O general Floriano Peixoto foi mais realista que o rei. Está impondo uma linha dura para retirar todos os direitos da categoria, pretende extinguir o Acordo Coletivo de Trabalho e reduzir a remuneração dos funcionários pela metade.
Essa Campanha Salarial é decisiva porque a estratégia levada a cabo pelo governo é derrotar a categoria impondo o fim do ACT, preparando, assim, o terreno para a privatização da empresa, pois a derrota da luta dos ecetistas é pré-requisito para a entrega da estatal para as multinacionais.
Fora pelegos dos nossos sindicatos!
Os trabalhadores dos Correios têm vários desafios pela frente:
- lutar contra o aumento da exploração da força de trabalho devido ao aumento da demanda por serviços de entrega de encomendas e a não contratação de mais mão-de-obra necessária para fazer frente ao aumento do serviço;
- lutar contra a contaminação e morte por Covid-19, que nos Correios nem as federações sindicais conhecem os números de mortos e contaminados na categoria;
- lutar contra a retirada de direitos que a empresa e o governo estão promovendo apoiados no Poder Judiciário. O STF revogou cláusulas importantes definidas pelo TST e o presidente da ECT, general Floriano Peixoto, fincou pé em não renovar o acordo coletivo aplicando um arrocho tal que, na média, os salários dos ecetistas cairão pela metade;
- lutar contra a privatização da empresa. O que significa lutar pelo emprego, uma vez que após a privatização o novo dono promoverá uma limpa para contratar pessoal com salários menores ainda.
Nesse cenário, as cúpulas das direções das federações sindicais e dos sindicatos organizados regionalmente em todo o país não demonstraram disposição política para impulsionar a mobilização da categoria para lutar contra todos esses ataques do governo e dos capitalistas nacionais e internacionais.
A Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) e a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT) fazem jogo de empurra divergindo na data da greve para desmobilizar a categoria.
A data da greve de 04 de agosto, marcada pela Fentect com mais de um mês de antecedência, foi levantada em função da suposta "unificação" com a Findect para greve em 17 de agosto. A verdade é que tudo não passa de manobra burocrática para adiar a greve com claro objetivo de que não aconteça greve nenhuma.
As direções pelegas jogam ilusão na categoria de que os tribunais do Poder Judiciário possam julgar a causa favorável aos trabalhadores. Apostam na tentativa de negociação com o governo, que na prática nada mais é do que favorecer a empresa no seu intuito de massacrar os trabalhadores, na medida em que não apostam em promover a mobilização da categoria numa grande greve nacional.
Greve nacional unificada em 17 de agosto contra a retirada de direitos, pela manutenção do acordo coletivo!
A quebra de braço na Campanha Salarial deste ano vai determinar o futuro histórico da categoria. Se os trabalhadores conseguirem barrar o fim do Acordo Coletivo de Trabalho por meio de uma grande greve nacional, será uma vitória da categoria que estimulará a luta contra a privatização da empresa. A mobilização contra a privatização será a grande força dos ecetistas que podem até barrar a entrega da empresa e forçar a queda de Paulo Guedes e do general Floriano Peixoto.
Por outro lado, se os trabalhadores forem derrotados na Campanha Salarial e a empresa e o governo conseguirem impor o fim do acordo coletivo com a retirada de todas as cláusulas sociais e de todos os benefícios, deixando os trabalhadores só com o salário mínimo, vai ser muito mais dificil mobilizar para barrar a privatização.
Nesse jogo os trabalhadores estão prejudicados, pois as direções sindicais pelegas jogam no time do inimigo, na intenção de criar confusão e desmobilização. Porém, a força está na união e na mobilização da base da categoria ecetista. Uma grande greve derrota o governo, a empresa, a justiça e a pelegada das federações inapelavelmente.
Por isso é fundamental a mobilização da base da categoria para evitar qualquer manobra desmobilizadora de adiar mais uma vez a deflagração da greve. Para tanto os trabalhadores devem acorrer em massa para as assembleias do dia 17 e votar greve por tempo indeterminado pela manutenção do acordo coletivo de trabalho.
No ano passado houve uma situação semelhante. Depois de muitos adiamentos, a categoria lotou as assembleias e votou greve por unanimidade. Esse ano tem que se repetir o protagonismo da base para impor a pressão necessária sobre a direção pelega para que essa não possa manobrar contra a greve.
Fonte: http://www.gazetarevolucionaria.com.br/index.php/mov-social/correios-ect/1373-greve-17agosto#.XzmUAQcd_LM.mailtoGreve nacional dia 17 de agosto! Fora Floriano Peixoto!Fora Bolsonaro e Paulo Guedes!Pela manutençãop das conquistas do ACT!Contra a privatização e as demissões!
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