A partir de janeiro de 2021, dez cidades brasileiras serão administradas por prefeitos que se declaram indígenas, de acordo com apuração divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na eleição municipal anterior, realizada no ano de 2016, seis candidatos indígenas foram eleitos para comandar prefeituras.
Quatro prefeitos indígenas conseguiram se reeleger. Entre eles está Isaac Piyãko (PSD), que recebeu 4.521 votos (54% dos votos válidos) para administrar a cidade acreana de Marechal Thaumaturgo. Da etnia ashaninka, o prefeito afirmou que, da mesma forma que aconteceu durante a campanha anterior, foi atacado de maneira racista por seus adversários.
"Desta vez os ataques se concentraram no começo da campanha e ocorreram em número menor, mas não vou deixar passar. Vou denunciar esses ataques à Justiça", disse ele ao UOL. "Fui eleito porque me dediquei a administrar a cidade e a população reconheceu isso". Risco de indeferimento O número de cidades que serão administradas por indígenas pode cair, caso a Justiça Eleitoral mantenha a decisão de indeferir a candidatura do Cacique Marquinhos (Republicanos). Ele teve sua candidatura indeferida pelo TRE-PE (Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco) por já ter sido condenado em um processo criminal contra o patrimônio privado, e recorreu da decisão. Da etnia Xukuru, ele recebeu 15.562 (45,5% dos votos válidos).
Esta é a segunda eleição municipal em que a Justiça Eleitoral pediu que os candidatos declarassem sua cor/raça no momento do registro da candidatura. O TSE adota a mesma classificação utilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que pergunta sobre a cor/raça da pessoa utilizando cinco categorias: branca, preta, parda, amarela e indígena.
Sem comentários:
Enviar um comentário