O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e que acumula a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), frustrou a pretensão de Jair Bolsonaro, seus correligionários e, até mesmo, integrantes do PDT, como o presidente Carlos Lupi e Ciro Gomes. Ele afirmou que não haverá voto impresso nas eleições de 2022.
“Já passou o tempo de golpes, quarteladas, quebras da legalidade constitucional”, disse, em entrevista, neste domingo (30), a Mariana Muniz, em O Globo.
Segundo o ministro, “nunca, desde a introdução das urnas em 1996, houve qualquer denúncia de fraude documentada e comprovada. Se alguém tiver qualquer prova nesse sentido, tem o dever cívico de apresentá-la”.
Nos tribunais
O presidente do TSE vê como “um dos grandes perigos da introdução do voto impresso” o fato de as eleições “passarem a ser disputadas nos tribunais e não nas urnas”. “Veja: em 2020 tivemos mais de 400 mil candidatos. Se uma pequena fração deles resolver pedir recontagem, fazer conferência de votos e contratar advogados para garimpar nulidades, vamos ter centenas ou milhares de processos contestando os resultados. Nos Estados Unidos, onde é caríssimo ir ao Judiciário, Trump propôs mais de 50 ações. Nenhum juiz aceitou interferir. Não tenho certeza de que o mesmo se passaria aqui”, destacou.
“Acho que a principal razão da desconfiança é o desconhecimento de como o sistema é seguro, transparente e auditável. Por isso, estamos tomando uma série de providências para deixar isso claro, com vídeos explicativos e criando uma comissão de observadores externos, que acompanharão cada passo do processo, desde o desenvolvimento do programa até a divulgação dos resultados”, acrescentou Barroso.
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