Bilheteria dos nacionais cresceu em 2011
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
Na  recente Mostra Aurora, em Tiradentes, o que esteve em discussão foi o  cinema brasileiro de autor - não apenas os diretores e seus temas, mas  os métodos de produção que estão dando forma a um cinema alternativo, de  nicho Observadores internacionais, de festivais como Cannes, San  Sebastián e Veneza, analisaram a repercussão desse cinema, que tende a  ser o preferido dos curadores europeus, nas mostras paralelas dos  maiores eventos fílmicos do mundo. O papo agora é outro. Manoel Rangel,  diretor presidente da Ancine, a Agência Nacional de Cinema, entra em  cena para falar do mercado.
E para comemorar - os números finais  das bilheterias em 2011 confirmam a tendência de alta verificada desde o  começo de 2010. O mercado, como um todo, aqueceu-se. Os ingressos  vendidos no País chegaram a 143,9 milhões e a renda bruta nos cinemas  totalizou R$ 1,44 bilhão. O Brasil consolidou-se como um dos maiores  mercados do mundo. Intuitivamente, você deve ter percebido isso. Não foi  por acaso que Tom Cruise, Michael Bay, Vin Diesel, Antonio Banderas e  Salma Hayek estiveram no Rio para lançar seus filmes ao longo do ano.
Dentro  desse quadro, qual o papel da produção brasileira? Os filmes nacionais  venderam quase 18 milhões de ingressos, com mais de R$ 163 milhões de  renda bruta. Esse desempenho foi um dos três melhores do cinema  brasileiro, no próprio mercado, nos últimos dez anos. O número de longas  brasileiros lançados nos cinemas - 99 - foi o maior do mesmo período. E  há mais - "Sete filmes brasileiros venderam mais de 1 milhão de  ingressos e isso equivale a uma concentração menor do público em poucos  títulos", avalia Rangel. Em 2010, só para lembrar, "Tropa de Elite 2",  de José Padilha, fez sozinho cerca de 11 milhões de espectadores.
Em  2011, a participação dos filmes brasileiros nas salas de exibição - o  chamado 'market share' - ficou em 12,4%, ante quase 18% em 2010, mas  agora distribuídos em mais filmes. Três deles - "De Pernas para o Ar",  "Cilada.Com" e "Bruna Surfistinha" - ficaram entre as 20 maiores  bilheterias do ano, respectivamente em 11.º, 13.º e 19.º lugares. Os  campeoníssimos foram, mais uma vez, filmes de Hollywood - "A Saga  Crepúsculo - Amanhecer, Parte 1", fez 7.020.756 espectadores, seguido de  "Rio", a animação de Carlos Saldanha, com 6.352.260 espectadores e  "Harry Potter e as Relíquias da Morte, Parte 2", com 5.577.760  espectadores.
Naturalmente que o critério quantitativo não é o  único nem - talvez - o mais importante para se avaliar a produção de  cinema. Os críticos, leia texto, reclamam da contrapartida artística e  social, mas seria um erro subestimar ou mesmo negar a força do mercado,  principalmente nesta era de globalização. O cinema, afinal, é uma  atividade econômica, senão exatamente uma grande indústria no País.  Emprega gente, desenvolve tecnologias. E o próprio mercado não cessa de  surpreender. Existem filmes que são formatados para ele, produções  nacionais ou estrangeiras que fracassam na bilheteria. E existem os  filmes pequenos, autorais, que fazem (e formam) plateias.
 
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