Por Fernando Mineiro - Deputado Estadual pelo PT/RN
O que vem acontecendo política e administrativamente no Rio Grande do
Norte nos tempos atuais não é decorrente de um erro de condução de
governo. Ao contrário, é o resultado de um estilo, de um jeito se ser.
Assistimos a nível estadual à vigência do rosalbismo, modelo de
gestão nascido em Mossoró e ali colocado em prática durante três
gestões. Sistema administrativo caracterizado pela extrema centralização
das decisões, o rosalbismo se realiza através da forte e cega adesão de
um grupo de auxiliares extremamente fiéis ao poder emanado do reduzido
núcleo decisório familiar. As ações políticas e administrativas,
desconectadas de projetos estratégicos, são dependentes dos humores
deste núcleo.
Capturado por um modus operandi político-administrativo, o Rio Grande
do Norte segue na contramão do processo nacional e perde oportunidades
irrecuperáveis, com sérias consequências para o nosso futuro.
Até mesmos os líderes dos partidos de sustentação do rosalbismo já
não reclamam apenas a portas fechadas. Publicizam suas insatisfações nas
mídias e cobram “adequações administrativas”.
Reclamando da falta de espaços, mas se omitindo em relação ao fiasco
das políticas públicas, os aliados são reféns da perspectiva de que os
cofres sejam irrigados com recursos oriundos do Banco Mundial e de
financiamentos federais.
Pura ilusão. O problema do governo Rosalba não é decorrente apenas da
carência de recursos. Vivem-se hoje as consequências de uma escolha, de
um estilo de governar, excessivamente conservador, provinciano e
centralizador.
E nada nos indica mudanças de rumos. Para o azar da sociedade
potiguar o rosalbismo vem se revelando um plágio do micarlismo.
Sustentado, aliás, praticamente pelos mesmos grupos políticos.
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