A agenda negativa do Congresso, respaldada pelos meios de comunicação que omitem, manipulam e desinformam a sociedade em benefício do capital e da agenda preconceituosa e excludente da direita, tem colocado em risco várias conquistas recentes rumo à construção de uma sociedade plural, democrática e com respeito às diversidades.
Na última semana, os maus exemplos do Congresso extrapolaram todos os limites da civilidade e transbordaram em ações preconceituosas, machistas e cavardes de parlamentares, em especial de dois, o deputado em exercício Roberto Freire (PPS-SP), que representa um estado que mal conhece, e deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que agrediram física e verbalmente a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) no plenário da Câmara dos Deputados.
Mesmo denotando grave infração à Lei Maria da Penha e ao Código de Ética da Câmara dos Deputados, nenhuma reprimenda ou processo de investigação foram dirigidos, até o momento, aos parlamentares agressores, passando à sociedade o mau exemplo da impunidade em crimes contra a integridade física e a dignidade da mulher. Pior: a frase estúpida do deputado Alberto Fraga, de que “mulher que bate como homem deve apanhar como homem” (sugerindo falsamente que a deputada Jandira tivesse agredido a ambos os parlamentares) é verdadeira apologia à violência contra as mulheres!
Seguindo a linha do desrespeito presenciado no parlamento nacional, cada vez fica mais evidente a participação direta do Governador do Estado do Paraná na barbárie que culminou na agressão de mais de 200 trabalhadores em educação. Os trabalhadores protestavam em frente à Assembleia Legislativa contra o projeto que colocou em risco a sustentabilidade do fundo previdenciário dos servidores públicos estaduais. Dois secretários de Estado (Educação e Segurança) já pediram demissão, a exemplo do comandante da Polícia Militar encarregado pela operação, e um tribunal da sociedade instalado no UFPR e integrado pela maior referência do Direito Administrativo no país, o professor Celso Antônio Bandeira de Melo, indicou o impeachment como medida mais adequada para o Governador Beto Richa, responsável maior pela operação da PM-PR.
Na condição de entidade que defende os direitos dos trabalhadores e os interesses comuns da maioria da sociedade, conclamamos a todos/as para integrarem as mobilizações dos movimentos sociais e das centrais sindicais em defesa do emprego, da renda, da liberdade de gênero, de orientação sexual e da igualdade racial, e contra os projetos que tramitam no Congresso em desfavor dos interesses da classe trabalhadora - inclusive os que pretendem acabar com o regime de partilha do pré-sal e consagrar o financiamento privado nas campanhas eleitorais. Também o repúdio às agressões de Roberto Freire e Alberto Fraga devem pautar nossa indignação, com a consequente instauração de processo de perda de mandato desses parlamentares.
Fonte: http://www.cnte.org.br/
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