De acordo com o Coaf, que é o órgão de inteligência financeira vinculado ao Ministério da Fazenda, foram feitos vários depósitos em espécie de forma fragmentada, todos num mesmo dia: 27 de outubro de 2014, no fim da campanha eleitoral.
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta quarta-feira (7) abertura de inquérito para investigar o senador que também é presidente nacional do DEM, sob a acusação de crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Procuradoria-Geral da República solicitou a abertura de inquérito porque, de acordo com o órgão, Agripino recebeu vantagens indevidas por “auxílio na superação de entraves e liberação de recursos do financiamento” do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção da Arena das Dunas, em Natal (RN).
Para o Coaf, a movimentação "sugeriria tentativa de burla dos mecanismos de controle e tentativa de ocultação da identidade do depositante".
O relatório aponta que foram seis depósitos de R$ 9,9 mil cada e 44 depósitos em caixas eletrônicos, de R$ 2,5 mil. A suspeita de burla é justificada pelas regras do sistema bancário, que determina que os bancos devem identificar, em controles internos, os depositantes de valores acima de R$ 10 mil, e informar à Coaf depósitos acima de R$ 30 mil. Como os depósitos foram inferior a esse valor - R$ 9,9 mil e R$ 2,5 mil - não foram identificados.
O documento faz parte do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o senador por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
Há ainda depósitos identificados considerados suspeitos. De acordo com o Coaf, um motorista do Senado depositou R$ 95 mil, em espécie, em conta de Agripino. Houve ainda dois depósitos, de R$ 9 mil e R$ 9,1 mil na mesma agência.
Uma servidora pública do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte realizou quatro depósitos de R$ 9 mil. Foram identificadas também transferências entre familiares e empresas em nome de familiares.
De acordo com a PGR, as transações bancárias ocorreram no período das obras da Arena ds Dunas, entre 2011 e 2014. O nome de Agripino surgiu durante as investigações da Operação Lava-Jato, mas a PGR avalia que o caso não está diretamente relacionado à corrupção na Petrobras.
Do Portal Vermelho, com informações de agências
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