quarta-feira, 26 de junho de 2019

ELIMINANDO OS AGROTÓXICOS DOS ALIMENTOS >> Lavar alimentos com bicarbonato de sódio elimina agrotóxicos em até 96%

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Sabemos que a grande maioria dos alimentos que consumimos hoje, com exceção dos orgânicos, não estão livres de agrotóxicos, assim como já descobrimos que o consumo contínuo de produtos com esta substância acarreta distúrbios e diversas doenças. Sendo assim, vale colocar em prática esta dica simples e eficiente.
Se você anda preocupado com o agrotóxico presente em frutas, legumes e verduras que você e a sua família consomem, e não tem acesso fácil a alimentos orgânicos, preste atenção à dica mais simples e valiosa de todas: lavar os alimentos com água e bicarbonato de sódio é a forma mais eficaz de neutralizar os agrotóxicos presentes neles.
A informação surgiu a partir de um estudo realizado na Universidade de Massachusetts, nos EUA. Os testes foram feitos com maçãs, não por acaso a fruta que apresenta os maiores níveis de resíduos de pesticidas, segundo o Environmental Working Group. Após ficarem imersos por 15 minutos em água com bicarbonato, os exemplares testados apresentaram 96% menos agrotóxicos.
Se você quiser colocar a dica em prática em casa, o ideal é colocar 10 gramas de bicarbonato de sódio por litro de água usado para imergir o alimento e deixá-lo descansar nessa solução por 15 minutos. Em seguida, é importante ainda lavar as comidas em água com vinagre, a fim de matar também os germes que podem conter. E, claro, no caso de frutas e legumes, é sempre preferível descascá-los antes de consumir, uma vez que os agrotóxicos se concentram em maior quantidade na casca desses alimentos.

Cientistas desenvolvem espuma capaz absorver herbicidas dos alimentos

Cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, desenvolveram uma espuma capaz de reconhecer e absorver herbicidas dos alimentos e da água. Tomate, morango, mamão papaia, goiaba, figo, uva, pera, pêssego, melão são algumas das frutas consideradas com alto nível de agrotóxicos.
A tal espuma é de poliuretano, um tipo de matéria plástica usada para criar esponjas, espumas isolantes térmicas e acústicas e até solados de calçados. A novidade foi criada a partir de resíduos da indústria petroquímica e componentes naturais, como o óleo de mamona. A combinação facilitou a interação de grupos químicos com os pesticidas e possibilitou a identificação dos agrotóxicos.
Os pesquisadores tinham a preocupação da espuma chegar a extrair os nutrientes dos alimentos, mas os testes comprovaram que o produto apenas retira os agrotóxicos sem prejudicar as propriedades nutricionais dos alimentos. “A eficiência é em torno de 90% da espuma com resíduo, e como resíduo puro chega a 95% da remoção do pesticida”, explicou Lena Braga, engenheira química e pós-doutoranda da UFMG, ao site do jornal O Tempo.
A ideia é desenvolver um filme plástico a partir do material da espuma que, ao embalar o alimento em casa ou nos supermercados, consiga detectar e retirar os pesticidas. No caso da alface, por exemplo, se a folha for colocada na água com a espuma, o pesticida não vai passar para o líquido. A pesquisa foi liderada pela engenheira química Marys Lane Almeida foi publicada no Journal of Hazardous Materials, em março de 2019.

A boa notícia não ameniza os malefícios do uso indiscriminado de agrotóxicos

Pensando ainda em alimentação e meio ambiente, a discussão sobre a nossa saúde está em foco com os absurdos da “PL do Veneno”, Projeto de Lei 6299/02 que visa atualizar a lei dos agrotóxicos, de 1989, mudando o termo “agrotóxico” para “defensivo fitossanitário” – entre outras coisas que favorecem o agronegócio.
Um estudo realizado pela Universidade do Texas sugere que o glifosato possa afetar o microbioma intestinal das abelhas, deixando-as vulneráveis a infecções.  Em 2015, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer, ligado à Organização Mundial de Saúde, indicou que o glifosato teria um provável efeito cancerígeno em humanos, associada ao surgimento de câncer de mama e de próstata. E a cientista Stephanie Seneff, que já publicou mais de 170 artigos acadêmicos revisados por pares, sugeriu que o glifosato é passado para criança pelo leite materno e ele pode ser o responsável pelo alto crescimento de crianças com autismo.
Diante de tudo isso, a Anvisa concluiu que é necessário uma reavaliação toxicológica do composto, para que ele possa continuar sendo vendido no Brasil. Antes da decisão final sobre o assunto, no entanto, a Anvisa está realizando uma consulta pública durante 90 dias, para que a sociedade possa se manifestar. Somente após esse período será definida uma nova regulação para o uso do glifosato. A substância está presente em 110 agrotóxicos comercializados no Brasil por 29 empresas diferentes.
Consulta pública sobre o glifosato
Antes de participar na consulta, é recomendado ler atentamente a proposta. Um documento informando sobre as possíveis alterações na regulação foi divulgado pela Anvisa.
Sugestões sobre o tema poderão ser enviadas ao órgão por meio de um formulário eletrônico, que pode ser acessado na área de consultas públicas do site da Agência. As contribuições recebidas ficarão disponíveis a qualquer interessado durante o processo de consulta. O prazo para manifestação é até o dia 6 de junho. Para participar da consulta pública, clique aqui.

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