A
nova direção da CUT, para os próximos três anos, foi eleita ontem (12) à
tarde, no penúltimo dia do congresso nacional da central (11º CONCUT). Vagner Freitas. Freitas é bancário, e comandou a Tesouraria da
Central no segundo mandato de Arthur Henrique (2009/2012). Freitas será
o primeiro presidente com origem no setor financeiro. Uma de suas
prioridades no mandato será a luta pelo fim do imposto sindical.
Mas
antes da eleição, um tema provocou um debate acirrado: a questão da
paridade entre homens e mulheres na direção da entidade. Há uma
proposta contrária e duas favoráveis à tese, uma pela paridade já e
outra a partir do próximo congresso, em 2015. No encerramento das
inscrições neste 11º CONCUT, foi confirmada a presença de 2.322
delegados, sendo 1.348 homens (58%) e 974 mulheres (42%).
Intervir na formulação de propostas do governo - A participação do
movimento sindical nos fóruns tripartite (com governo e empresários) e
em mecanismos como conselhos de competitividade, envolvendo temas
ligados à política industrial, ocuparam boa parte dos debates do
terceiro dia do congresso, ontem (11), em São Paulo. A questão ainda
causa controvérsia no interior da central, mas prevalece a visão de que é
preciso tentar intervir na formulação de propostas e projetos do
governo.
Indústria - A
indústria, setor mais atingido pela crise econômica internacional, foi
tema de discussão durante a manhã. O economista Antônio Corrêa de
Lacerda, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São
Paulo, disse que são os países em desenvolvimento que têm sustentado o
crescimento econômico, mas lembrou que a produção industrial brasileira
já não cresce há quatro anos. "O crescimento do consumo foi atendido
pela importação. Não podemos perder o mercado doméstico", acrescentou.
Desde os anos 1970, disse Lacerda, a indústria foi perdendo participação
no PIB, passando de 33% naquele período para os 15% atuais.
"A década de 1990 foi desastrosa para a indústria brasileira, com abertura econômica indiscriminada, privatizações e quebra de elos na cadeia produtiva", afirmou Adriana Marcolino, da subseção do Dieese na CUT. Segundo ela, a partir de 2003 houve um início de discussão sobre política industrial no país, com retomada das ações do Estado. Mas as iniciativas ainda têm se voltado "mais para questões conjunturais do que estruturais", com linhas de financiamento para a inovação ainda limitadas.
"Historicamente,
quem discute política industrial são os empresários e os governos de
plantão. Queremos discutir uma política perene", afirmou o presidente da
Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Paulo Cayres.
A
quarta-feira (11) também foi de debates sobre macroeconomia e
favorecimento dos banqueiros por conta do atual sistema econômico. O
também professor da PUC-SP, Carlos Eduardo Freitas, ponderou, durante o
painel de ontem do Congresso, que só a luta social pode fazer com que os
trabalhadores revertam a situação dos problemas gerados pelo atual
sistema financeiro. Leia mais na matéria sobre o painel http://www.bancax.org.br/noticias/ultimas_noticias/11-concut-conducao-da-politica-macroeconomica-tem-favorecido-o-capital-internacional-e-os-banqueiros.html
Fonte: Rede Brasil Atual com edição da Assessoria de Comunicação Bancax.
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