segunda-feira, 9 de julho de 2012

Alinhamento político dos dirigentes partidários no município de Lajes



Fonte: Blog Um dedin de prosa

Há duas vertentes teóricas na Ciência Política bastante conhecidas dos pesquisadores cujas bases são os ‘partidos políticos’. A primeira segue a corrente de pensamento institucionalista procurando nas instituições a razão para o funcionamento da democracia. 

A segunda é a culturalista que busca ver a política e a democracia não apenas como uma composição das instituições, mas como algo que toma corpo a partir de sua base… Levando em conta cada cidadão ou eleitor.

A análise abaixo leva em conta a abordagem culturalista por entender que em espaços urbanos menores ela é mais aplicada, uma vez que, cada pessoa serve como uma unidade-base da política, já que são os indivíduos que formam os partidos, escolhem seus governantes, entre outros.

Assim sendo, a questão que se coloca é: passada as convenções partidárias, como estão organizados os atores políticos locais no município de Lajes? Levando em conta o espectro político ideológico, partidário, qual o posicionamento dos atores, dirigentes partidários, frente às duas linhas de posicionamento político nacional (PT – base aliada X PSDB e DEM)?

O diagrama “Alinhamento político dos dirigentes partidários no município de Lajes” (reproduzido aqui na Figura abaixo), busca responder às questões acima e fornecer evidências para algumas reflexões sobre o papel desses atores na organização partidária do território frente ao desenho partidário nacional (PT x PSDB).

Nos chama a atenção o novo posicionamento do PT local que sai do alinhamento que seguia uma lógica partidária nacional e que agora se desloca para a ”direita”. Com isso, o partido passa a ser dirigido pelos atores partidários com orientação conservadora e alinhado ao DEM e PSDB.

Essa engenharia de comandar sem pertencer ao quadro de filiados do PT se deu via o estabelecimento da relação de “parentesco”.

Nonato Santos que surgiu na política há mais ou menos 10 anos, já foi vereador e militante do PV (penúltimo partido antes de entrar no PT) é filho de Eliana (atualmente filiada ao PMN) e que já fez de tudo para ser prefeita ou garantir sobrevivência aos membros de seu grupo que, por ora, estão espalhados pelo PV, PMN, PSD, DEM, e agora PT.

Outro fato que merece destaque  nessas eleições é o isolamento dos Democratas que fica de fora das composições políticas locais. A explicação é simples: com vista a atrair o PT para a oposição era razoável, para Edivan e Eliana, alijar o partido do DEM como forma de garantir a adesão dos ‘petistas’. Por sua vez, o grupo dirigente petista, movido por interesses particulares, não fazia questão do alinhamento do grupo com o DEM estadual (Lê-se: Rosalba, Betinho Rosado e José Agripino). A exigência era somente local.
Isso confirma a tese de que interesses privados contaminaram a linha ideológica do petismo local fazendo-os aliados de grupos com plumagem “demotucana”.

Agora, como justificar aos petistas descontentes o alinhamento do partido com a direita conservadora? E ainda, como explicar a possibilidade de perda de dois mandatos conquistados na eleição passada? A resposta cabe somente ao grupo dirigente.

Esse caminho pode sair muito caro para o partido. De toda maneira, demonstra o desconhecimento total da arte política. Ceder o espaço legislativo para Edivan e Eliana, com amplas condições de renovar as duas vagas e poder ampliar o espaço de intervenção nas políticas públicas implementadas no município, em troca de uma candidatura majoritária fracassada, abandonada pelo DEM, PMN e PTB, pode não ter sido uma boa estratégia.

Por fim, um ‘dedin’ de prosa acerca do PSDB, representado pelos irmãos, Loudinha e Manelzinho de Pipiu. Como já foi dito em outro artigo anterior, faltou ao PSDB perceber a leitura do jogo ao longo das conversas dentro do grupo da oposição.
O PT movido por “razões que a própria razão desconhecia” buscou o PT estadual que de última hora aprovou uma resolução que permitia ao PT de Lajes, com exclusividade, se aliar ao PSDB. Mas, os “tucanos”, também, tinham olhos somente para a majoritária e aí comprou briga com o PT. Briga de cegos perdidos! Aí ficou difícil.

Passada a convenção, o PSDB quis recuar da majoritária e aí não era mais interessante para Eliana e Edivan. Por que? Porque Lourdinha podia ser uma ameaça na proporcional. E aí Nonato segurou a ata e o grupo petista, seguindo orientações (Eliana??, Edivan??) não quis conversa nem com o PSDC (Sansão), nem com o PSDB. Argumentava: chegaram tarde! Na verdade, se a direção petista já não considerava mais como necessário o embate político com o  ”velho conservadorismo” de Edivan e Eliana; se fez a direção estadual abrir uma exceção e autorizar uma aliança do partido com o tucanato; poderia ter se reposicionado no tabuleiro da disputa quando procurado pelo PSDB/PSDC. Não seria de todo ruim para o PT (pensando no espaço legislativo) se tivesse refeito com o PSDC e PSDB uma aliança na chapa proporcional com Lourdinha na disputa. Sansão poderia ser o vice. No mínimo, garantiria uma vaga e a outra seria objeto de disputa entre Fábia e Eliana numa chapa PTB e PMN.

À guisa de conclusão podemos afirmar que a falta de perspectiva dos grupos de Edivan e Eliana na disputa majoritária, os levaram a buscar ocupar o legislativo e apear o PT e o PSDB na cabeça alijando-os da disputa pelo espaço legislativo.

Diagrama: alinhamento político dos dirigentes partidários no município de Lajes

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