Estudo da Fazenda prevê ritmo de 4% ao final do ano
Fonte: secom.gov.br
Os principais indicadores da atividade econômica, reunidos no relatório “Economia Brasileira em Perspectiva”,
do Ministério da Fazenda (MF), mostram a recuperação do crescimento.
Além dos resultados positivos do comércio de varejo, o Índice de
Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central do Brasil,
registrou alta de 0,75% em junho de 2012 (veja gráfico), na comparação
com o mês anterior. Esse é o melhor resultado mensal desde março de
2011, quando o IBC-Br marcou 1,47%. E a produção industrial cresceu 0,2%
em junho, interrompendo uma série de três meses consecutivos de
contração.
De acordo com o MF, o desempenho econômico no primeiro semestre foi
influenciado pelo agravamento da crise internacional, que abateu o ânimo
dos investidores e tornou os consumidores mais cautelosos. No entanto,
as medidas anticíclicas, como redução de tributos, já começaram a surtir
efeito e, ao final do ano, a economia deverá estar crescendo a um ritmo
anualizado em torno de 4%.
Incentivos - Com o
intuito de impulsionar a atividade econômica, o governo federal tem
concedido benefícios fiscais para diversos setores, que totalizaram pelo
menos R$ 97,8 bilhões entre 2007 e 2011. Incentivos ao investimento
alcançaram 32% do total (R$ 31 bilhões) no período. Até julho de 2012,
as desonerações tributárias totalizaram R$ 35,9 bilhões, sendo R$ 10,9
bilhões direcionados para benefícios fiscais em favor do investimento.
Um dos resultados é o aumento da venda de carros. O licenciamento de
veículos expandiu-se para 364,2 mil unidades em julho de 2012, contra
353,2 mil no mês anterior, um crescimento de 18,9% em relação a julho de
2011. Após cinco meses de quedas consecutivas, a variação acumulada em
2012 apresentou taxa positiva de 1,8%. As medidas para o setor foram em
maio.
Em julho, as vendas no varejo cresceram 6,1% em relação a maio, a
maior alta desde setembro de 2009 e reflexo da redução do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e eletrodomésticos.
Crédito - O Banco
Central do Brasil vem reduzindo a taxa básica de juros (Selic) desde
agosto de 2011. Em julho, a taxa Selic atingiu o menor valor histórico,
de 8%. Já a taxa real de juros entrou em declínio nos últimos dez anos,
saindo de 14%, em dezembro de 2002, para 1,7%, em agosto de 2012.
Com a queda dos juros, o crédito ficou mais barato e mais fácil de
ser adquirido. A taxa de juros média de empréstimos para indivíduos caiu
8,6 p.p. (de 45,1% para 36,5%), entre janeiro e junho de 2012. Para
empresas, a queda no período foi de 4,9 p.p. (de 28,7% para 23,8%). Em
junho de 2012, o volume total de crédito no País alcançou montante
superior a R$ 2,2 trilhões, atingindo 50,6% do PIB.
Política Fiscal - Em
2012, o governo tem buscado combinar um nível de consolidação fiscal
similar ao registrado em 2011. A Dívida Líquida do Setor Público caiu
25,3 p.p. do PIB nos últimos dez anos. Em junho deste ano, a dívida
líquida atingiu 35,1% do PIB.
Mercado de trabalho permanece aquecido
Mesmo em um cenário de menor crescimento econômico, o mercado de
trabalho mostrou dinamismo em 2012, com taxa de desemprego em 5,8% em
maio - a menor para o mês desde o início da Pesquisa Mensal de Emprego
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) . E o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
registrou geração de 1,161 milhão de empregos celetistas nos últimos
12 meses até julho de 2012. De 2003 a 2012, mais de 13 milhões de
empregos foram criados no Brasil, excluindo-se as contratações do setor
público.
De acordo com a publicação do MF, a continuidade das contratações em
termos líquidos demonstra que a economia vai retomar o crescimento
acelerado.
A qualidade dos empregos no Brasil pode ser verificada pelo crescente
nível de formalização no mercado de trabalho. De acordo com a Pesquisa
Mensal de Emprego, a proporção de empregados com carteira assinada
alcançou 53,4% da população ocupada total nos últimos doze meses até
maio. Na mesma direção, a proporção de contribuintes para a seguridade
social alcançou 72% da população ocupada total no mesmo período.
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