sexta-feira, 10 de maio de 2013

Professores realizam protesto >> ‘Comissão das Panelas Vazias’ reivindica direitos

Panelas vazias utilizadas em protesto simbolizavam salários atrasados há 4 meses. Foto: Wellington Rocha
Panelas vazias utilizadas em protesto simbolizavam salários atrasados há 4 meses
Por: Portal JH

Uma inusitada reivindicação da categoria de professores estaduais quebrou o clima de trabalho na manhã desta quinta-feira na Secretaria de Estado de Educação e Cultura (Seec). Motivados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), diversos professores invadiram as salas da Secretaria batendo panelas vazias, simbolizando a falta dos salários que estão atrasados há quatro meses. A “Comissão das Panelas Vazias” representa mais uma marcha em defesa da educação de qualidade no Estado e dos provimentos dos direitos trabalhistas.

De acordo com Fátima Cardoso, coordenadora geral do Sindicato, a luta pelo reconhecimento da categoria permanecerá até uma mudança de postura do Governo. “Esse pessoal que está sem receber salário há quatro meses está comprometendo sua renda com deslocamento e alimentação sem receber sequer uma ajuda do Governo do Estado. Esses professores, contratados em fevereiro, vêm recebendo promessa de pagamento desde março, mas até agora o Estado está fechando os olhos”, disse.

Dentre os problemas apresentados no ato, os manifestantes colocaram a realidade das escolas em discussão, pontuando situações incapazes de sustentar a educação de qualidade. “Como sempre, nós queremos sensibilizar os governantes para que a qualidade de ensino seja alavancada nas escolas da rede estadual. Vocês não estão dentro das salas de aula e por isso não sabem da realidade”, afirmou Fátima, com um megafone que alcançava os ouvidos dos curiosos.

“Não estamos aqui para aparecer para ninguém, mas essa foi a forma que encontramos para chamar a atenção da secretária de Educação e da governadora. Aproximadamente 900 profissionais estão nessa situação. Com a convocação de mais 600 professores publicada na semana passada, se eles não agilizarem, chegaremos a uma média de 1,5 mil profissionais sem a garantia dos seus salários”, disse.

Cléber Leite, professor de Língua Portuguesa na Escola Estadual Stoessel de Brito, no município de Maxaranguape, afirmou que a realidade é bem pior do que se pensa. “Excepcionalmente na nossa escola, nós temos um carro da secretaria que ajuda na locomoção dos profissionais, mas é insuficiente. Tivemos dias em que foi necessário adotar rodízio. Parte dos professores vão no carro da secretaria e outra parte no carro de algum professor, rachando a gasolina”, disse.

“Mas há outras dificuldades. As salas de aula parecem mais ‘salas do inferno’, de tão quente que são. Além da falta de pagamento dos nossos direitos, ainda temos que lhe dar com situações precárias de trabalho”, relatou. “Entretanto, nós não pensamos em parar. Esse é um problema para o governo resolver e entendemos que os alunos não têm culpa. Respeitamos eles e por isso continuamos dando as aulas”, afirmou.

Sem saber da manifestação da categoria, a secretária de Educação, Betânia Ramalho, estava em reunião na Governadoria, no Centro Administrativo. A reportagem tentou contato com a titular da pasta por telefone, mas não conseguiu retorno.

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