Escrito por: CUT Nacional
As recentes manifestações contra as tarifas dos
transportes coletivos em várias capitais brasileiras ganharam
visibilidade por conta da repressão policial e da violência que deixaram
centenas de feridos e um rastro de destruição, principalmente em São
Paulo.
Milhares de pessoas foram às ruas reivindicar redução de
tarifa inferior a cinquenta centavos. É evidente que esta não é a real
razão dos atos. O que as manifestações e
seus desdobramentos desastrosos
revelam é uma população, em especial a paulista, cansada de ser vítima
da falta de uma política de mobilidade urbana.
Os trabalhadores e trabalhadoras do Estado de São Paulo e
de outras regiões do País não aguentam mais enfrentar longas e
intermináveis filas de espera por ônibus, trens e metrôs sempre lotados e
de péssima qualidade para ir e voltar do trabalho.
O poder público precisa criar canais de diálogo e de
negociação com a sociedade para, juntos, debater e encontrar e saídas à
questão da mobilidade urbana.
Nesse sentido, a CUT se dispõe a conversar com o poder
público e apresentar propostas que contribuam para a solução do
problema, melhorem a qualidade do transporte coletivo e,
consequentemente, a vida dos trabalhadores/as e da população em geral.
Sugerimos também a realização de uma conferência para discutir a
mobilidade urbana.
Uma das responsáveis pela construção da recente democracia
brasileira, a Central Única dos Trabalhadores reafirma a sua posição em
defesa da liberdade de manifestação e destaca que a repressão policial
em nada contribui com o processo.
A CUT repudia os episódios de violência entre a polícia e
grupos isolados e reconhece que em todo movimento legítimo pode haver
pessoas que deturpam seus objetivos, mas essas são exceções e não
justificam a criminalização de manifestações e atos legítimos. Não é
possível generalizar e punir todos pela inconsequência de alguns.
No final da tarde desta sexta-feira (14), a CUT entrou em
contato com o prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que se comprometeu a
receber lideranças do movimento. A CUT defende a formação imediata de
uma mesa de negociação e entendimento entre os atores envolvidos
(movimentos sociais e os governos) nas questões de mobilidade urbana. A
Central está disposta a participar dessa mesa e contribuir com o
processo de solução desses conflitos e atender às necessidades básicas
da sociedade, caso dos transportes públicos.
São Paulo, 14 de junho de 2013.
Vagner Freitas Sérgio Nobre
Presidente Nacional da CUT Secretário-Geral Nacional da CUT
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