Para o conselheiro da Telesur, Beto Almeida, a pressão sobre a
“direita obscurantista” estadunidense para aprovar o fim do embargo vai
aumentar
Mais
de meio século depois da Revolução Cubana comandada por Fidel Castro, em 17/12, os presidentes estadunidense e cubano anunciaram a
reaproximação diplomática entre os países.
Barack Obama e Raul
Castro começaram as conversas para a reaproximação em reuniões secretas
há 18 meses. Mediada pelo Canadá e pelo papa Francisco, as conversas
levaram à libertação de prisioneiros que ambos os países mantinham.
Para Beto Almeida, jornalista e conselheiro da Telesur (canal de TV pública da América Latina), a reaproximação é uma vitória do povo cubano e uma grande derrota do imperialismo.
“O
povo cubano resistiu por décadas ao isolamento e venceu. Cuba se tornou
um país importantíssimo no mundo tanto na área da saúde e na educação.
Cuba nunca precisou abrir mão de seus princípios para se reestabelecer
no mundo”, avalia.
Integração
Todos os
países latino-americanos condenam o bloqueio econômico a Cuba. Várias
novas frentes de integração foram tomadas na última década, entre elas a
Comunidade dos Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac), que
incluiu Cuba em seus países membros.
Essa nova ideia de
integração regional, desenvolvida pelos governos de esquerda e
centro-esquerda da região, foi importante para que os Estados Unidos
aceitassem abrir o diálogo diplomático com Cuba, de acordo com Almeida.
“A
América Latina fez o contrário do que os Estados Unidos fizeram com
Cuba durante todo esse tempo. Chamaram para construir junto uma política
regional independente e colocaram o país no mapa da América Latina. O
porto de Mariel, por exemplo, é reflexo dessa estratégia geopolítica.
Com ele, Cuba se aproximará muito de Brasil e China e dinamizará a sua
economia”, disse.
Próximos passos
A
abertura do diálogo feita nesta quarta-feira não significa que o embargo
econômico dos Estados Unidos contra Cuba terá fim. Para isso, o
Congresso estadunidense teria que votar o fim das leis Torricelli e
Helms-Burton. No entanto, a iniciativa significa um primeiro passo para
que as relações econômicas voltem ao normal.
“Claro que muitos
debates ainda vão acontecer, mas a pressão sobre a direita obscurantista
estadunidense para aprovar o fim do embargo vai aumentar. Esse é o
caminho”, finalizou.
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