As mudanças na legislação eleitoral para as eleições deste ano impactaram diretamente nos setores econômicos que dão o suporte às campanhas dos candidatos. Com menos recursos disponíveis e período encurtado, que exigem maior esforço para convencer o eleitorado, o mercado gráfico, publicitário e até de pesquisas eleitorais está reformulando estratégias para fazer mais com menos. Essa adaptação não está fácil.

Por causa da minirreforma na legislação que vale para as eleições de outubro deste ano, os programas no rádio e na televisão começaram desde o dia 26 passado e vão ao ar todos os dias. 

O período eleitoral este ano está reduzido de 45 para 35 dias, causando, segundo o publicitário Alexandre Macedo, uma falsa impressão de que a campanha ficou mais curta. Pelo menos para quem trabalha na produção das campanhas, ocorreu exatamente o contrário, ressalta o publicitário diante dos revezes provocados no mercado de campanhas pelas minirreforma. 

"Foi criada a falsa ilusão de que há redução do tempo de exposição dos candidatos, porque a redução de dias compensa com programas diários, quando antes era de três dias na semana, exigindo agora uma demanda maior. Há um número maior de inserções e o volume de produção é mais dinâmico para rádio e televisão", explica Macedo.

Segundo o publicitário,  um dos mais experientes neste mercado, esta é uma campanha de sacrifícios para a área publicitária devido as reduções na estrutura que afeta diretamente o setor. "Tendo menos recursos, tem estrutura menor e em alguns momentos, dificuldade de produção. Nosso esforço é para manter padrão de qualidade, reconhecendo que há escassez de estrutura", comenta.

Pela minirreforma eleitoral (Lei nº 13.165/2015), as campanhas eleitorais deste ano serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou, inclusive, o limite de gastos para estas eleições baseado na quantidade de eleitores de cada cidade e na prestação de contas da campanha eleitoral de 2012. Em Natal, candidatos à prefeitura poderão gastar até R$ 5.490.293,93 no primeiro turno e R$ 1.647.088,18 no segundo.

Fonte: Novo Jornal