Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro desta sexta-feira (9), o ministro da Educação, Fernando Haddad, explicou o plano de expansão da rede federal de ensino, que prevê a criação de quatro novas universidades federais, a abertura de 47 novos campi universitários e 208 novas unidades dos institutos federais de educação profissional e tecnológica no País. Leia abaixo trechos da entrevista, editada pelo Em Questão.
Prioridade ao interior
Quando você leva um campus universitário e um instituto federal para o interior do País, você ajuda a descentralizar as atividades econômicas, levando emprego, renda e qualidade de vida para a cidade de médio porte. Nós vamos desinchar as regiões metropolitanas e fazer crescer, com qualidade, as cidades de 100 a 500 mil habitantes.
Desenvolvimento
Sabemos que Educação é um gargalo importante a ser superado. Não podemos cometer, no Século XXI, o mesmo erro que cometemos no Século XX: subinvestir em educação, na contramão do que os países desenvolvidos fizeram, sobretudo, no pós-guerra.
Integração com comunidade
O MEC recomenda uma interação muito grande da universidade com a comunidade do estado, empresários, trabalhadores, movimento social, para que os cursos oferecidos tenham aderência em relação com os arranjos produtivos locais e também com a perspectiva de futuro do próprio estado. Isso tem sido observado em todo o Brasil.
Critérios para expansão
No caso das universidades, verificamos o número de vagas públicas federais por habitante, em cada estado, e concluímos que há um conjunto de sete estados que ficavam abaixo da média nacional. No caso das unidades dos institutos federais, o critério foi pobreza. Estamos avançando nas cem cidades do País com o maior número de habitantes, mais de 80 mil, e a arrecadação per capita, ao ano, inferior a R$ 1 mil. E nos Territórios de Cidadania, que são aquelas regiões onde há pouco investimento público e privado.
442 institutos em 12 anos
Ao longo de quase um século, a União instalou 140 unidades de educação profissional no País: de 1909 até 2002. Depois de 2003, entregamos 214, em oito anos, e agora serão mais 208 nos próximos quatro. Ou seja, é uma mudança de paradigma. Um Estado que não investia em educação profissional vai, ao longo de 12 anos, construir 422 unidades.
Perspectiva
A juventude fazia o Ensino Médio sem saber o motivo, e alguns poucos conseguiam ingressar na universidade. Hoje, a juventude do instituto federal sabe por que faz o Ensino Médio, se profissionaliza, tem acesso à cultura, ao esporte. E uma parte vai para a universidade, pois o acesso também foi ampliado.
63 universidades
Nós temos, hoje, 59 universidades federais, com a aprovação de mais quatro, chegaremos a 63, tendo partido de 45, em 2002; dobramos as vagas de ingresso no parque federal, de universidades públicas, e isso é muito importante para o Brasil, que vinha engatinhando na oferta de vagas. Saímos de 3,5 milhões de matrículas, em 2002, e vamos atingir, em 2010, alguma coisa em torno de 6,4 milhões de matrículas, ou seja, quase dobramos o número de universitários no Brasil em apenas oito anos.
Faculdades não autorizadas
O estudante é lesado nos seus direitos por instituições sem compromisso com a lei e com a qualidade do ensino. Recomendo aos estudantes que visitem o portal do Ministério da Educação. Se o curso não tem autorização oficial, não faça a matrícula. Não é difícil verificar se a instituição está regular antes da matrícula. Depois, é muito difícil garantir o direito a reembolso.
Analfabetismo
O Brasil está empenhado em diminuir as taxas de analfabetismo. Nas cidades, a taxa já é inferior a 5% para a população de 15 a 59 anos. O nosso problema é que a população que não aprendeu a ler e escrever, em geral, está no campo, onde a taxa é superior a 18%. A alfabetização no campo tem uma dificuldade muito grande, começando pela questão do transporte, do acesso à consulta oftalmológica, produção de óculos, porque essa população, em geral, tem mais de 40 anos. A média de idade do analfabeto brasileiro é de 55 anos.
O programa é transmitido ao vivo pela TV NBR e pode ser acompanhado na página da Secretaria de Imprensa da Presidência da República (www.imprensa.planalto.gov.br).
Fonte: Secom.gov.br
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