A Secretaria Estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) anunciou ontem as primeiras
medidas de contenção aos efeitos da estiagem no Rio Grande do Norte. Com
44% da capacidade total nas nove bacias hidrográficas, o uso de água
ficará restrito ao abastecimento humano em três grandes reservatórios:
Armando Ribeiro Gonçalves (Assu), Boqueirão (Parelhas) e Umari
(Upanema). Por enquanto, o risco racionamento de água à população está
descartado.
A medida foi confirmada ontem pelo titular da pasta
Gilberto Jales, após a apresentação do relatório da IV Reunião de
Análise e Previsão Climática para o Nordeste, realizada nos últimos dois
dias na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn), em Parnamirim. De acordo com os meteorologistas nordestinos, a
tendência é de chuvas abaixo de normal para o próximo trimestre (março,
abril e maio). Apesar do diagnóstico, a situação está bem diferente do
que aconteceu no mesmo período de 2012, quando uma estiagem afetou 127
municípios potiguares.
“Estamos em alerta. Esta quantidade de chuvas não irá repor o volume dos reservatórios. Por isso, teremos de executar medidas de contenção”, disse Gilberto Jales. Contudo, o secretário descarta qualquer possibilidade de racionamento para as populações mais afetadas pela estiagem: as regiões do Seridó e do Alto Oeste potiguar.
Nos três reservatórios anunciados pela SEMARH, a
situação mais grave é da Barragem Boqueirão, em Parelhas, que se
encontra com 35% do volume útil. Hoje com 28 milhões de metros cúbicos
de água, o reservatório tem capacidade para reter mais de 85 milhões de
m3. “Vamos suspender o uso para a agricultura irrigada. Estes locais
serão utilizados apenas para o abastecimento da população”, resumiu. A
restrição no uso múltiplo deve ser iniciado já no início de março.“Estamos em alerta. Esta quantidade de chuvas não irá repor o volume dos reservatórios. Por isso, teremos de executar medidas de contenção”, disse Gilberto Jales. Contudo, o secretário descarta qualquer possibilidade de racionamento para as populações mais afetadas pela estiagem: as regiões do Seridó e do Alto Oeste potiguar.
O baixo volume dos outros dois reservatórios também suscita preocupação. No município do Assu, na maior barragem do Rio Grande do Norte, a Armando Ribeiro Gonçalves, com 1,1 bilhão de metros cúbicos, a capacidade de armazenagem chegou hoje aos 49%. Na Barragem Umarí, em Upanema, o volume hoje é de 44,86%.
O trabalho de contenção ao uso da água será feito em conjunto com uma maior fiscalização em torno das bacias hidrográficas potiguares. A ideia é manter um panorama sempre atualizado do volume de armazenamento em cada um dos 71 reservatórios – barragens, açudes e lagoas. A SEMARH também deve intensificar o trabalho na construção de poços artesianos e cisternas. Somente em poços, desde 2012, foram construídos 200. A meta é finalizar 700 até 2014.
Gilberto Jales afirmou ainda que a conclusão das obras do Sistema Adutor do Alto Oeste deverá garantir o abastecimento para mais de 26 municípios daquela região. Ao custo de R$ 100 milhões, a primeira parte das obras deverá ser entregue na primeira quinzena de março deste ano. A estrutura vai receber água da Barragem de Santa Cruz. Já a segunda etapa, com expectativa de entrega no próximo ano, o sistema será alimentado com água da barragem de Pau dos Ferros.
Segundo a governadora Rosalba Ciarlini, a presidente Dilma Rousseff deve participar da inauguração do primeiro trecho da adutora. Ciarlini disse ainda que as atenções do Governo do Estado estão voltadas para as análises do Comitê da Seca, que ocorrem semanalmente na sede da Governadoria. “Estamos preocupados com esta situação. Nosso alento é que não teremos um período de estiagem tão severo quanto o de 2012. Vamos focar em atividades para diminuir o flagelo da seca”, definiu.
Fonte: Novo Jornal
Sem comentários:
Enviar um comentário