Num dos cenários em que tem nome listado, Lula venceria no 1º turno; taxa de eleitores sem candidato dobra
Depois de três semanas de manifestações de rua em todo o país, a presidente Dilma Rousseff é a pré-candidata que mais perdeu apoio na corrida pelo Planalto. (o que é natural nesse momento)
Sua taxa de intenção de votos caiu até 21 pontos percentuais. Embora
ainda lidere a disputa de 2014, a queda indica que hoje ela teria de
enfrentar um segundo turno.
Para piorar a situação da presidente, seu antecessor, Luiz Inácio
Lula da Silva, se mostrou bem mais resiliente à insatisfação geral dos
eleitores com os políticos.
Além de ter perdido só dez pontos percentuais, o petista ainda
ganharia no primeiro turno a eleição hoje em um dos cenários
apresentados.
Há um crescente movimento dentro do PT que pede a volta de Lula em 2014.
O Datafolha foi às ruas na quinta e na sexta-feira. Entrevistou 4.717
pessoas em 196 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais
para mais ou para menos.
O cenário hoje mais provável para a sucessão inclui Dilma, Marina
Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Nessa
simulação, a petista tinha 51% das intenções de voto nos dias 6 e 7
deste mês. Agora, desceu para 30%. Esse é o mesmo percentual da
aprovação de seu governo, apurada no mesmo levantamento e divulgada
ontem pela Folha.
Nesse mesmo cenário, Marina Silva subiu de 16% para 23%. Aécio Neves foi de 14% para 17%. Campos oscilou de 6% para 7%.
Os três adversários juntos pularam de 36% para 47%. Nessa hipótese, seria realizado um segundo turno entre a petista e Marina.
Impressiona o aumento de eleitores sem candidato --que dizem não
saber quem escolher ou que afirmam votar em branco, nulo ou nenhum. No
início do mês, eram 12%. Agora, são 24%.
No outro cenário no qual Dilma aparece como candidata é incluído
também o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa --que
tem negado intenção de disputar eleições. Nessa hipótese, a petista tem
29% e há três nomes empatados em segundo lugar: Marina (18%), Aécio e
Joaquim (15% cada um). Campos pontua 5%.
Lula é testado em duas simulações. Numa delas, vai a 45%. Nesse
cenário, Marina, Joaquim, Aécio e Campos somam juntos 43% e ficam
empatados tecnicamente com o ex-presidente. Haveria possibilidade de
segundo turno.
Em outra cartela, quando o nome de Joaquim não é incluído, Lula tem
46% contra 37% de Marina, Aécio e Campos somados --aí o petista venceria
no primeiro turno.
No geral, é possível dizer que os votos perdidos por Dilma foram, em
parte, herdados por Marina e Joaquim. Um outro segmento de ex-dilmistas
preferiu fazer um "pit stop" no grupo dos que não têm candidato. Aécio e
Campos não se beneficiaram da desidratação de Dilma.
Outro indicador duro com a atual presidente é na pesquisa espontânea,
aquela na qual o entrevistado não é confrontado com uma lista de nomes.
A petista já havia caído de 35% para 27% de março para o início de
junho. Agora, bateu em 16%. Lula se manteve estável, com 6%. Joaquim
Barbosa, que nunca aparecia na pesquisa espontânea, surge com 2%.
Há oscilações nas intenções de voto quando se comparam as taxas do
interior do país e de áreas urbanas. Dilma vai melhor no interior.
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