Fonte: Site Carta Potiguar
Todos os dias, bilhões de pessoas acessam a
rede mundial de computadores. Seja para ler emails, seja para estudar,
falar com os amigos ou parentes, a informação é jogada no fluxo da
internet. Quem utiliza as ferramentas web, principalmente o Facebook
aqui no Brasil, sabe que nem sempre essas informações tem a relevância
pretendida pelo emissor quando seus destinatários a consomem. Isso
mesmo! Eu to falando do “lixo informacional” que estamos criando na
internet, desde a imagem da criança com câncer, passando pela “se gosta
curte, se não compartilha”, até o “Xau, gente”. Indo dormir!. Pode
parecer simples, mas isso é muito mais sério do que a gente pensa. Que
vivemos na sociedade da informação todos já sabem. Mas seria essa
informação relevante mesmo para ter todo o volume e circulação que tem?
Conhecido como o fundador da cibernética, o
matemático americano, Norbert Wiener, publicou em 1948 – seis décadas
atrás – o livro Cybernetics or Control and Communications in the Animal and Machine.
Na obra, ele, visionário que sempre foi, previa uma sociedade baseada
no fluxo de dados onde o tratamento da informação gerada era o grande
“pulo” para o desenvolvimento humano e, conseqüentemente, social. Hoje,
com o advento de diversas ferramentas digitais, principalmente os sites
promotores das redes sociais, isso se torna cada vez mais claro. O
planejamento e gerenciamento do chamado “Big data”, ou seja, o volume intenso de informação presente na grande rede,
é um dos grandes desafios para empresas e pesquisadores no século XXI.
No livro, Norbert descreve a sociedade da informação como uma
organização que, como qualquer outra, está sujeita a falhas e desvios,
até de conduta. Isso explica muita coisa que vemos na internet
atualmente.
Vamos fazer uma analogia. Você já tentou
montar um castelo de cartas? Percebe que ao construir toda a pirâmide –
que não é a do Telexfree – você tem um controle até certo ponto da
construção? Quando mais cartas você colocar, mais frágil será o seu
castelo. Esse falta de controle na construção da pirâmide também
acontece na internet. Ela gera o chamado “lixo informacional” e é
descrito na Teoria da Entropia da Informação. Apesar do nome difícil, é
tudo muito simples. Na prática, podemos pensar em um jogo de futebol. Se
o seu time tem onze jogadores, o que aconteceria se você acrescentasse
mais 10 no time e, desses 21 que se formaram apenas 11 pudessem tocar na
bola? Seria uma bagunça sem tamanho não é? Isso é a entropia.
Segundo Norbert, “a soma de informação em
um sistema é a medida de seu grau de organização; a entropia é a medida
de seu grau de desorganização; um é o negativo do outro”. Assim, ele
classifica como principais características da sociedade da informação a
troca constante, a exclusão de fronteiras territoriais e a condição de
acesso como necessidade básica para promover os laços sociais.
Pensamentos bem ousados para quem pensou nisso há 60 anos, não é?
Diante de todo esse cenário, as empresas
já começaram a traçar estratégias no tratamento desse conteúdo. Como
recicladores de lixo, tratam e reutilizam a informação jogada na
internet em benefício do seu negócio, como no desenvolvimento de
produtos e linha de comunicação estabelecida, por exemplo. Quanto a nós,
pensemos em tudo que estamos jogando na rede. Seja a imagem estranha do
cara dançando na Nova Zelândia, seja a necessidade sem tamanho de expor
uma atividade banal e cotidiana ou até mesmo o “Oi, galera” postado
todos os dias no Facebook. O que não tem utilidade é para ser colocado
nos locais feitos para isso. Na rua, são as lixeiras. Na internet, você
tem várias opções: Jogar para a namorada(o), para os pais, para o amigo,
para o psicólogo ou deixar pra você mesmo.
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