quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Artigo >> A rede e o lixo: Uma análise sobre o que estamos fazendo na internet

A rede e o lixo
Fonte: Site Carta Potiguar

Todos os dias, bilhões de pessoas acessam a rede mundial de computadores. Seja para ler emails, seja para estudar, falar com os amigos ou parentes, a informação é jogada no fluxo da internet. Quem utiliza as ferramentas web, principalmente o Facebook aqui no Brasil, sabe que nem sempre essas informações tem a relevância pretendida pelo emissor quando seus destinatários a consomem. Isso mesmo! Eu to falando do “lixo informacional” que estamos criando na internet, desde a imagem da criança com câncer, passando pela “se gosta curte, se não compartilha”, até o “Xau, gente”. Indo dormir!. Pode parecer simples, mas isso é muito mais sério do que a gente pensa. Que vivemos na sociedade da informação todos já sabem. Mas seria essa informação relevante mesmo para ter todo o volume e circulação que tem?

Conhecido como o fundador da cibernética, o matemático americano, Norbert Wiener, publicou em 1948 – seis décadas atrás – o livro Cybernetics or Control and Communications in the Animal and Machine. Na obra, ele, visionário que sempre foi, previa uma sociedade baseada no fluxo de dados onde o tratamento da informação gerada era o grande “pulo” para o desenvolvimento humano e, conseqüentemente, social. Hoje, com o advento de diversas ferramentas digitais, principalmente os sites promotores das redes sociais, isso se torna cada vez mais claro. O planejamento e gerenciamento do chamado “Big data”, ou seja, o volume intenso de informação presente na grande rede, é um dos grandes desafios para empresas e pesquisadores no século XXI.  No livro, Norbert descreve a sociedade da informação como uma organização que, como qualquer outra, está sujeita a falhas e desvios, até de conduta. Isso explica muita coisa que vemos na internet atualmente.

Vamos fazer uma analogia. Você já tentou montar um castelo de cartas? Percebe que ao construir toda a pirâmide – que não é a do Telexfree – você tem um controle até certo ponto da construção? Quando mais cartas você colocar, mais frágil será o seu castelo. Esse falta de controle na construção da pirâmide também acontece na internet. Ela gera o chamado “lixo informacional” e é descrito na Teoria da Entropia da Informação. Apesar do nome difícil, é tudo muito simples. Na prática, podemos pensar em um jogo de futebol. Se o seu time tem onze jogadores, o que aconteceria se você acrescentasse mais 10 no time e, desses 21 que se formaram apenas 11 pudessem tocar na bola? Seria uma bagunça sem tamanho não é? Isso é a entropia.

Segundo Norbert, “a soma de informação em um sistema é a medida de seu grau de organização; a entropia é a medida de seu grau de desorganização; um é o negativo do outro”. Assim, ele classifica como principais características da sociedade da informação a troca constante, a exclusão de fronteiras territoriais e a condição de acesso como necessidade básica para promover os laços sociais. Pensamentos bem ousados para quem pensou nisso há 60 anos, não é?

Diante de todo esse cenário, as empresas já começaram a traçar estratégias no tratamento desse conteúdo. Como recicladores de lixo, tratam e reutilizam a informação jogada na internet em benefício do seu negócio, como no desenvolvimento de produtos e linha de comunicação estabelecida, por exemplo. Quanto a nós, pensemos em tudo que estamos jogando na rede. Seja a imagem estranha do cara dançando na Nova Zelândia, seja a necessidade sem tamanho de expor uma atividade banal e cotidiana ou até mesmo o “Oi, galera” postado todos os dias no Facebook. O que não tem utilidade é para ser colocado nos locais feitos para isso. Na rua, são as lixeiras. Na internet, você tem várias opções: Jogar para a namorada(o), para os pais, para o amigo, para o psicólogo ou deixar pra você mesmo.

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