quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Lula no Senado: Ex-presidente falou da importância da participação popular nas decisões sobre os rumos do País

Lula no Senado: “Quem nega a política pratica a ditadura”

O Senado comemorou nesta terça-feira (29), os 25 anos da Constituição entregando condecorações a todos os atuais senadores que participaram da Assembleia Nacional Constituinte, como Paulo Paim (PT-RS) e para os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva e para o relator da Constituição, Bernardo Cabral.
 
Num discurso rápido, de dez minutos, Lula falou da importância da participação popular nas decisões sobre os rumos do País e reforçou que a negação da Política nunca foi capaz de construir nada de positivo.
 
“Se a juventude brasileira lesse a biografia do Getúlio, a do Juscelino Kubitscheck e outras, possivelmente, as pessoas não iriam desprezar a política e, muito menos, a imprensa iria avacalhar a política como avacalha hoje. Na hora em que as pessoas tentam diminuir a imagem da política e os políticos, não há nenhum momento na história, em lugar nenhum do mundo, que a negação da política trouxe algo melhor do que a política. O que aparece sempre, quando se nega a política, ou é um grupo ou é uma pessoa praticando, na verdade, ditadura; praticando, na verdade, políticas que não condizem com aquilo em que nós acreditamos”.
 
Lula destacou o que considerou a maior inovação da Constituição Brasileira: “a Constituição anterior dizia que o poder emana do povo e em nome do povo será exercido enquanto que a atual Constituição fala que o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de seus representantes e isso é um avanço extraordinário que nós tivemos”, recordou, acrescentando que, em sua opinião, foi a nova Constituição, que, na verdade, “garantiu a refundação da democracia em nosso País”.
 
Assinatura
 
Sobre as histórias, repetidas inúmeras vezes, de que o Partido dos Trabalhadores não assinou o texto final em 88, Lula disse que “uma inverdade repetida inúmeras vezes acaba ganhando um fundo de verdade. E explicou: “nós só tínhamos 16 Deputados – mas agíamos como se tivéssemos 470. Chegamos aqui com um projeto de Constituição e com um projeto de Regimento Interno e o dado concreto é que nós não votamos favoravelmente à Constituição porque tínhamos o nosso projeto e assinamos a Constituição por termos participado de sua construção, como os demais Constituintes”, assegurou.
 
Lula citou o então presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, em defesa do texto constitucional: “Quanto à Constituição, discordar, sim, divergir, sim, descumprir, jamais, afrontá-la, nunca”.
 
Também citando Ulysses, lembrou a importância da construção de um Estado cidadão: “O inimigo moral do homem é a miséria. O Estado de direito da igualdade não pode conviver com o estado de miséria. Mais miserável que os miseráveis é a sociedade que não acaba com a miséria”.
 
(Giselle Chassot - PT no Senado)

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