Fonte: Jornal O Mossoroense
De acordo com o parlamentar, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação já prevê a presença desse especialista
nas institucionais de ensino, no entanto, a legislação necessita de uma
regulamentação em âmbito local.
"Enquanto professor, já via as
dificuldades em se acompanhar os alunos com necessidades especiais. O
docente tem, muitas vezes, que administrar uma sala de aula com 25, 30
alunos, ou seja, já há uma necessidade pedagógica, não há como o
professor promover esse acompanhamento individual, por isso a
importância de se ter um cuidador nos ambientes escolares", justifica o
vereador.
Além de acompanhar o aluno em sala de aula, o cuidador
também auxilia o discente com deficiência em atividades como ir ao
banheiro, tomar remédio, locomover-se ou comer, atendimento garantido
pela Constituição. "O ideal seria que existisse pelo menos um cuidador
por sala de aula, mas sabemos das dificuldades em se alcançar esse
resultado. O que nós queremos é que pelo menos um profissional
capacitado seja designado para atuar por turno em cada escola do
município", defende Tomaz Neto.
Com a regulamentação da presença do cuidador na rede municipal
de ensino de Mossoró, casos como os que foram destaque na edição do
último dia 6 de outubro no Fantástico poderão ser evitados a nível
local. A reportagem mostrou que, em São Paulo, um menino de 11 anos
morreu depois de cair de uma cadeira de rodas. A criança sofria de um
tipo de distrofia muscular, usava cadeira de rodas há cerca de um ano,
mas fazia questão de frequentar a escola, que não possuía cuidador em
suas dependências.
Função de cuidador nas escolas é uma carência sentida por pais de crianças com necessidades especiais
A função de cuidador nas escolas do município é uma carência bastante
sentida por pais de crianças com necessidades especiais. A estudante
Maria da Silva* relata a luta diária para garantir que seu filho de sete
anos, que sofre com autismo, possa ter garantido o direito à educação.
Ela conta que na escola onde seu filho estuda as professoras são atenciosas e têm um cuidado especial com a criança, mas não atendem de forma satisfatória a necessidade especial do seu filho.
Ela conta que na escola onde seu filho estuda as professoras são atenciosas e têm um cuidado especial com a criança, mas não atendem de forma satisfatória a necessidade especial do seu filho.
"Ele às vezes fica
bastante agitado nas aulas e as professoras ligam para eu ir buscá-lo.
Entendo que são muitos alunos na sala de aula e fica difícil a
professora dar a atenção que uma criança com necessidade especial
merece. Muitas vezes tenho que ficar na sala de aula por um tempo e
ajudo no cuidado com meu filho na escola, mas nem sempre isso é
possível, pois tenho outros afazeres no dia a dia", diz a mãe.
Para
ela, o projeto que institui a função de cuidador como forma de garantir o
acompanhamento e a segurança dos alunos com necessidades especiais é de
suma importância e, se aprovado, vai beneficiar professores, alunos e
pais de estudantes que necessitam de um cuidado e uma atenção maior.
"Se
na escola que meu filho estuda tivesse um cuidador eu ficaria bem mais
tranquila. Meu filho às vezes tem crises de choro ou de raiva, e costuma
querer brincar em áreas perigosas ou com objetos de riscos, e sempre
quando ele está na escola fico preocupada se a professora está realmente
em condições de ficar sempre o acompanhando, devido a grande quantidade
de alunos em sala de aula. No caso de a escola ter um cuidador, uma
pessoa especializada em dar atenção aos estudantes, a pessoa fica mais
segura em deixar o filho com necessidade especial na escola, pois sabe
que ele terá o acompanhamento adequado", avalia.
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