Movimentos e intelectuais da esquerda alertam para o retrocesso do que pode significar um retorno da política neoliberal do PSDB
O
Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) travam novamente a disputa, em segundo turno, para o
principal cargo eletivo do país: a Presidência da República.
O
azul dos tucanos e o vermelho do PT deixaram novamente a chamada
“terceira via” distante do segundo turno das eleições presidenciais. O
que parecia uma forte tendência de novos personagens inseridos no
debate acabou se tornando o reforço da velha polarização.
Dilma
Rousseff, defendendo sua reeleição e mais quatro anos de governo do
Partido dos Trabalhadores. Aécio Neves, que obteve mais de 30 milhões
de votos no primeiro turno, é o candidato tucano que talvez tenha mais
chances de vencer a eleição desde a derrota de José Serra em 2002.
Partidos
com visões parecidas demais para alguns, um modelo diferente de
desenvolvimento para outros, acontece que está na hora de se decidir:
Dilma, Aécio ou nulo?
O Brasil de Fato fez essa
pergunta para líderes de movimentos sociais e intelectuais da esquerda
brasileira e a resposta foi unânime: reeleger Dilma Rousseff para
evitar um retrocesso maior com a volta dos tucanos ao poder.
É a
opinião do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)
Guilherme Boulos que argumenta que seu voto em Dilma se dá não por
avaliar que o PT tenha feito um governo de esquerda, mas que Aécio e o
PSDB são opções à direita.
“Aécio representa o retrocesso
conservador. Representa a retomada de pautas de precarização, ataques à
previdência pública, privatização de setores estratégicos e
criminalização das lutas populares”, apontou.
A militante da
Marcha Mundial da Mulheres Nalu Farias aponta que é a hora de uma
mobilização entre os movimentos organizados para que se impeça as
manipulações da mídia tradicional nessa eleição e “garantir que o
debate seja feito em igualdade de condições”.
“Para eleger Dilma
é necessário ter uma campanha que explicite as diferenças de projetos,
que dê seguimento ao que foi no primeiro turno em relação a
politização do debate. É necessário também uma ampla mobilização, tanto
das campanhas organizadas mas também do conjunto de movimentos sociais e
organizações que têm um compromisso com a construção da justiça e da
igualdade nesse país”, explicou.
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