quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O Brasil não pode retroceder >> O que está em jogo no segundo turno?


Movimentos e intelectuais da esquerda alertam para o retrocesso do que pode significar um retorno da política neoliberal do PSDB

O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasilei­ra (PSDB) travam novamente a disputa, em segundo turno, para o principal car­go eletivo do país: a Presidência da Re­pública.

O azul dos tucanos e o vermelho do PT deixaram novamente a chamada “ter­ceira via” distante do segundo turno das eleições presidenciais. O que parecia uma forte tendência de novos persona­gens inseridos no debate acabou se tor­nando o reforço da velha polarização.

Dilma Rousseff, defendendo sua ree­leição e mais quatro anos de governo do Partido dos Trabalhadores. Aécio Ne­ves, que obteve mais de 30 milhões de votos no primeiro turno, é o candida­to tucano que talvez tenha mais chan­ces de vencer a eleição desde a derrota de José Serra em 2002.

Partidos com visões parecidas demais para alguns, um modelo diferente de desenvolvimento para outros, acontece que está na hora de se decidir: Dilma, Aécio ou nulo?

O Brasil de Fato fez essa pergunta para líderes de movimentos sociais e in­telectuais da esquerda brasileira e a res­posta foi unânime: reeleger Dilma Rous­seff para evitar um retrocesso maior com a volta dos tucanos ao poder.

É a opinião do coordenador do Mo­vimento dos Trabalhadores Sem Te­to (MTST) Guilherme Boulos que argu­menta que seu voto em Dilma se dá não por avaliar que o PT tenha feito um go­verno de esquerda, mas que Aécio e o PSDB são opções à direita.

“Aécio representa o retrocesso conser­vador. Representa a retomada de pautas de precarização, ataques à previdência pública, privatização de setores estraté­gicos e criminalização das lutas popula­res”, apontou.

A militante da Marcha Mundial da Mulheres Nalu Farias aponta que é a hora de uma mobilização entre os mo­vimentos organizados para que se im­peça as manipulações da mídia tradicio­nal nessa eleição e “garantir que o deba­te seja feito em igualdade de condições”.

“Para eleger Dilma é necessário ter uma campanha que explicite as dife­renças de projetos, que dê seguimen­to ao que foi no primeiro turno em re­lação a politização do debate. É neces­sário também uma ampla mobilização, tanto das campanhas organizadas mas também do conjunto de movimentos sociais e organizações que têm um com­promisso com a construção da justiça e da igualdade nesse país”, explicou.

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