terça-feira, 1 de março de 2016

REJEITADO >> Segundo Datafolha, 76% querem renúncia de Eduardo Cunha da Câmara

Na semana passada, Cunha disse que tem condições de permanecer no comando, mesmo como réu

Pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (29) pela Folha de S.Paulo apontou que 76% dos eleitores defendem que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renuncie ao cargo. O número é 11 pontos superior ao apurado pela pesquisa em dezembro. Apenas 12% são contra a renúncia de Cunha, que será julgado no STF nesta quarta-feira (2). Caso o inquérito seja aceito pelo plenário da Corte, o deputado peemedebista se torna réu e responderá por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Cunha também é investigado no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar, acusado de mentir aos colegas na CPI da Petrobras quando disse que não possuía contas na Suíça. 
Na semana passada, Cunha disse que tem condições de permanecer no comando, mesmo como réu
De acordo com a pesquisa, 78% são favoráveis a uma eventual cassação do mandato do deputado. Na pesquisa anterior, de dezembro, 82% apoiavam a medida -- uma variação dentro da margem de erro. A pesquisa foi realizada na última semana em 171 municípios, com 2.768 entrevistados com mais de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Para o diretor de pesquisas do instituto, Alessandro Janoni, a deterioração da imagem e a resiliência de Cunha fizeram dele uma espécie de "cadáver insepulto" na Câmara, com rejeição parecida a de Fernando Collor às vésperas da renúncia. "Nem a Dilma conseguiu a proeza de angariar tamanha antipatia", completou.
Na quinta-feira (25), em entrevista coletiva na Câmara, Cunha disse que tem condições de permanecer no comando da Casa, mesmo na condição de réu. "Já fui réu em outra ação aceita pelo Supremo em 2013. O Supremo decidiu por 5 a 3. E depois fui absolvido por unanimidade. Todo mundo tem a presunção. Dou o meu próprio exemplo, já aconteceu comigo de eu ter sido declarado réu e depois absolvido."
Em uma das denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal ao Supremo, Janot pede o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara, sob a alegação de que o deputado pode atrapalhar as investigações, bem como eliminar provas que o incriminem.
Algumas das denúncias contra Eduardo Cunha foram apresentadas pela PGR no final do ano passado, às vésperas do recesso do Judiciário. Com isso, o relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, optou por deixar para o retorno dos trabalhos do Corte o anúncio sobre o aceite ou não das denúncias. Se o plenário do STF aceitar a denúncia contra Cunha, é possível que entre, então, na análise o pedido de afastamento do cargo.
Em relação ao pedido de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar apresentado no ano passado pelo Psol ao Conselho de Ética da Câmara, Cunha e seus aliados têm manobrado o Regimento Interno da Casa para adiar o julgamento. O processo já dura quatro meses, o mais longo do Conselho de Ética.

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