Há mais de um ano, na 83ª Reunião Ordinária do Conselho Permanente da CNBB (Brasília, 16/18 de junho de 2015) os bispos observavam:
“As Assembléias da CNBB sempre foram pauta para a imprensa. Nos últimos anos, porém, sua cobertura tem ficado escassa”.
“Assuntos importantes, discutidos e votados pelos bispos, não tiveram repercussão nestes portais pesquisados (Globo, Estadão etc) como, por exemplo, o texto “Pensando o Brasil”, que tratou da desigualdade social”.
Nesta mesma 83ª Reunião tópicos importantíssimos foram discutidos, sem nenhuma de divulgação, e podemos destacar:
1. POLITIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO E CONDENAÇÃO MIDIÁTICA.
Ainda muito atual, onde a CNBB mostra preocupação: “Com a emergência da denominada “politização da justiça” quando há uma atuação seletiva de membros do Poder Judiciário, fazendo uma abstração do princípio fundamental da imparcialidade na administração da justiça”
Os bispos lembraram também: “Situação agravada quando tal atuação conta com expressivo aparato midiático para sua divulgação. Neste caminho, como há ruptura dos princípios fundamentais do regramento jurídico penal, como a “presunção da inocência” e o devido “processo legal”, outras práticas se sentem “autorizadas”: extrapolação do papel institucional de órgãos envolvidos no sistema de justiça e, mesmo, a atuação para além da jurisdição de magistrados”.
Observavam ainda: “ Instrumentos excepcionais previstos no ordenamento jurídico, construídos para enfrentar a impunidade (como a delação premiada) tornaram-se objeto de pressão sobre os acusados e de “premiação” em dinheiro (com percentuais fixados) sobre o que poderá ser retomado de recursos públicos que foram desviados. Tais práticas, realizadas com os holofotes da grande mídia brasileira, transformam réus confessos em heróis. Estabelece-se assim um rito sumário de condenação, agravando os direitos fundamentais da pessoa humana, seja ela quem for”.
2. FAÇAMOS A REFORMA POLÍTICA ANTES QUE O POVO O FAÇA. (Vejam os detalhes no site da CNBB)
3. AJUSTE FISCAL PARA QUÊ E PARA QUEM? (Vejam os detalhes no site da CNBB)
Mais recentemente a “Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade e da Paz” (Brasília 18/19 de outubro 2016) mostra preocupação com o cenário de retrocesso dos direitos sociais no Brasil. Referindo-se à reforma trabalhista e terceirização, reforma do ensino médio, reforma da previdência social, e a PEC 241/2016 (PEC do teto) os membros da comissão afirmam: “Em sintonia com a Doutrina Social da Igreja Católica não se pode equilibrar as contas cortando os investimentos nos serviços públicos que atendem aos mais pobres de nossa nação. Não é justo que os pobres paguem esta conta, enquanto outros setores continuam lucrando com a crise”.
Ainda mais recentemente em nota (27/10) a CNBB esclarece: “ A PEC 241 é injusta e seletiva” (vejam a integra da nota no site da CNBB).
Em agosto/16 a Agência de Notícias Italiana ANSA, divulgou que o Papa Francisco havia escrito uma carta de apoio a ex-presidente Dilma Roussef. Dilma confirmou que recebeu a carta mas não quis divulgar seu conteúdo, pois era uma carta pessoal do Papa. Posteriormente o Papa informou que o Brasil atravessa um “momento difícil” e suspendeu a visita ao nosso país que estava prevista para 2017, quando o sumo pontífice virá à América do Sul, visitando diversos países.
Portanto não podemos dizer que a Igreja Católica esteja se omitindo em relação ao que ocorre no país. O que acontece é que, por interesse próprio, a mídia golpista não divulga as informações. É como se posicionamentos como os vistos acima, fossem corriqueiros por parte da CNBB, e não merecem destaque da imprensa. Infelizmente esta é a mídia que dirige a opinião pública no Brasil há muito tempo. Não são jornalistas, não são brasileiros, são colonizadores que estão aí não para colaborar com o desenvolvimento do país, mas explorar o Brasil e seu povo.
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