Me inspiro no livro "1968: o Ano Que não Terminou" que retrata, em estilo jornalístico, os fatos que marcaram o conturbado ano de 1968 no Brasil e no mundo do jornalista Zuenir Ventura para escrever o artigo da coluna nesta última semana de 2016. Diante dos fatos ocorridos e já me antecipando a 2017, posso dizer que "2016 Será o Ano que Não Vai Acabar". Digo isso porquanto a crise política e econômica certamente continuará neste país varonil, infelizmente.
A Lava Jato certamente deverá ter novos e emocionantes capítulos. Quem sabe o juiz Sério Moro não protagonizará, assim que voltar de suas férias, novas seções de fotos sorrindo ao lado de réus como foi o caso da famosa foto tirada lado-a-lado do senador Aécio Neves numa premiação da revista IstoÉ? Sim, porque a bela juiza Gabriela Hardt, substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba cobrirá as férias de Sergio Moro e zelará pelo andamento da Operação Lava Jato até 20 de janeiro.
Quem sabe Marcelo Odebrehct - como alguns esperam - resolve delatar Lula, porque até agora o que existe são muitas acusações contra o ex-presidente mas nada que pudesse ter levado o juiz Sérgio Moro, encarregado da Lava Jato, lhe dar ordem de prisão. Tudo na base das ilações. Nem mesmo o terreno que a Odebrecht teria oferecido a Lula para a construção da sede do Instituo Lula pode servir de prova contra o ex-matalúrgico, até porque ele não aceitou. Portanto, não existe nenhum documento de que o terreno pertence a Lula ou ao seu instituto.
Quem sabe o triplex do Guarujá, mesmo não estando no nome da família Silva, Moro ache um jeito de colocar, sem falar no sítio de Atibaia? Segundo reportagem da Veja - veja caro leitor, sem trocadilho, eu citando a Veja - Mensagens eletrônicas obtidas pela Polícia Federal comprovam que o então assessor do gabinete pessoal do então presidente Lula, Rogério Aurélio Pimentel, coordenou as obras da reforma do sítio em Atibaia. Lula responde a inquérito por ter recebido benesses de empreiteiros que reformaram o imóvel, registrado em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios do filho de Lula.
Quem sabe a delação bombástica de um ex-executivo da Odebrecht que tomou conta do noticiário do dia 13 de dezembro lançando dúvidas sobre a última denúncia que o Ministério Público Federal ofereceu à Justiça de Brasília contra o ex-presidente Lula, por tráfico de influência não seja reavaliada como muitos esperam?
Sem apresentar provas, a força-tarefa da Zelotes diz que Lula tentou influenciar na aprovação da Medida Provisória 627/13 para favorecer montadoras que, em troca, pagariam propina a um lobista. Este, por sua vez, faria acertos com um dos filhos do ex-presidente.
Mas os documentos da Odebrecht mostram que quem participou diretamente da “venda” dessa MP ao empresariado foi Romero Jucá (PMDB), que teria falado em nome de Renan Calheiros (PMDB). Do lado da Câmara, a articulação foi feita com Eduardo Cunha (PMDB).
As informações que põem em xeque a tese da Zelotes contra Lula estão na página 48 da delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht em Brasília. Os dados, que foram colhidos pela Lava Jato e aguardam homologação do Supremo Tribunal Federal, mostram que a Odebrecht desembolsou sozinha R$ 5 milhões por causa dessa MP. O cobrador e destinarário dos recursos foi Jucá, mas o delator acredita que ele distribuiu a propina entre aliados.
Quem sabe documentos do acordo de leniência assinado pela Odebrecht e pela Braskem com autoridades do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça não irão revelar novos detalhes do esquema de corrupção que durou mais de uma década, e movimentou bilhões de reais?
As transações aconteceram entre 2001 – durante o governo Fernando Henrique – e 2016 – durante o governo da presidente Dilma. Um esquema complexo que usava bancos em paraísos fiscais.
Nesse período, a empresa pagou mais de R$ 2,5 bilhões em propinas. Em troca, conseguiu uma centena de contratos que geraram lucros de mais de R$ 10 bilhões.
Quem sabe a Lava Jato entra agora nos governos FHC, pois que como diz o título do Editorial "2016 Será o Ano que Não Vai Acabar".
Não estou aqui defendendo Lula, apenas constatando fatos e jornalismo é fato. Quem contestar o que estou a dizer é só pesquisar.
A conferir!
Artigo extraído da Coluna do Barbosa barbosa@nominuto.com
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