O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, pode se dizer, é mesmo um fenômeno. Mesmo preso por motivos obviamente políticos, e sobre suspeitas encima de achismos e ilações, Lula continua a liderar todas as pesquisas de intenção de voto para à Presidência da República.
Senão vejamos: neste domingo a Folha publicou nova pesquisa sobre a corrida presidencial. Pelo Datafolha, a intenção de votos no petista caiu de 37%, em janeiro, para 31% em abril, após sua prisão. No cenário em que Lula é excluído da pesquisa, o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) perde fôlego e se vê em empate técnico com Marina Silva (Rede). O jornal, ao divulgar a nova pesquisa, usou em sua manchete o artifício de tentar desestabilizar a candidatura do petista, que embora preso o PT ainda mantém o seu nome como candidato até que se esgote os últimos recursos.
Interessante ressaltar que na pesquisa Datafolha, os 7% que Lula tinha em janeiro migraram para Marina Silva, levando-a a um empate técnico com Bolsonaro. Todos sabemos que dificilmente quem vota em Lula e no caso dele não ser candidato, votaria em Marina pelo simples fato de que se Lula não puder ser mesmo candidato o PT lançará outro nome com o seu apoio.
No cenário em que aparece com 31% da preferência, Lula é seguido por Bolsonaro, com 15% e Marina Silva, com 10%. Joaquim Barbosa tem 8%, Geraldo Alckmin (PSDB), 6%, e Ciro Gomes (PDT), 5%. Alvaro Dias (Podemos), 3%. Manuela D’Ávila (PCdoB), 2%. Observe caro leitor, que mesmo preso Lula continua na liderança e ainda tem mais que o dobro do segundo colocado.
O Datafolha retrata ainda que num hipotético segundo turno, com Lula na disputa, o petista teria 60% dos votos válidos contra 39,25% de Bolsonaro. Se a disputa fosse com Alckmin, Lula teria 60,75% contra 36% do tucano e contra Marina o cenário projetado seria esse: Lula 59%, Marina 41%.
O Instituto Vox Populi, comandado pelo sociólogo Marcos Coimbra, também registrou uma nova pesquisa sobre sucessão presidencial. Ao contrário do Datafolha, que faz simulações com vários nomes alternativos do PT e até sem nenhum candidato petista, Coimbra ressalta que o PT já tem uma candidatura oficializada, que é a do ex-presidente Lula. Como a prisão não impede que ele seja candidato, Lula será testado em todos os cenários.
Fato é que não interessa a mídia tradicional ver Lula candidato outra vez a Presidente da República. A mesma Folha, em editorial registra isso quando estampa “A prisão sem Lula” e insinua que o PT já deve procurar um candidato para substituí-lo, observando que “a prisão do ex-presidente, cenário da corrida ao Planalto segue fragmentado”.
Ora, ora, ora: que outro político no Brasil hoje contaria com a resistência do povo ao pedirem a sua prisão, fora Lula? Aécio Neves, Michel Temer, Romero Jucá, José Sarney, Bolsonaro, Alckmin, Marina, Collor, sem falar em tantos outros enrolados na Lava Jato? A prisão de Lula além de não ter fundamento jurídico expõe o estado de direito neste país varonila. A falta de fundamento reside na condenação sem provas e no pedido de prisão que não se respalda no direito garantido pela Constituição. Não à toa Lula é primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República. Quer queiram alguns, quer queiram outros não, Lula ganharia disparado as eleições de outubro não fosse a tentativa de alijá-lo da política. Fato!
Lula livre!
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