O vice-governador eleito Antenor Roberto (PCdoB) alertou para uma adequação forçada dos Poderes do Rio Grande do Norte em razão da crise financeira que o Estado tem enfrentado. O vice de Fátima Bezerra (PT) afirmou que o Poder Executivo já caiu, sem ter como acompanhar o ritmo da folha de pagamento, e que os outros Poderes já estão com o “sinal amarelo” ligado temendo seguir o mesmo caminho.
“Os Poderes que tiveram capacidade de remunerar seus servidores de forma diferente do primo pobre (o Executivo), chegaram a uma situação em que não há mais sobras. Será necessário que todo mundo se adeque a essa nova realidade. Os demais Poderes sentiram esse sinal amarelo de que a fonte única que alimenta o duodécimo é uma arrecadação que o Tesouro Estadual faz com receitas próprias e repasses constitucionais. Só que isso não basta para dar conta de todas as obrigações do Executivo, que não se resume apenas à folha”, avaliou em entrevista concedida à Rádio 96FM.
Sobre o montante que o governo de Fátima deve herdar de Robinson Faria (PSD), Antenor Roberto explicou que ainda não é possível divulgar números. A gestão petista espera secretarias e órgãos enviarem relatórios para que possam chegar a um valor preciso. “Nessa etapa de transição, temos evitado falar sobre contabilidade e folhas. Até dia 31 de dezembro a responsabilidade é do governo atual. Claro que prepararemos um relatório para que Fátima possa fazer um pronunciamento das medidas mais emergenciais nos primeiros dias de governo”.
Antenor elogiou a atitude da petista de se unir aos governadores do Norte e do Nordeste em busca de articulações com o futuro governo Bolsonaro. Ele acredita que é imprescindível que haja um alívio no contingenciamento da despesa pública e combate ao desemprego nos próximos dois anos, de outro modo, o Rio Grande do Norte corre o risco de sofrer uma “explosão social”.
“Os prefeitos e prefeitas vão acabar sitiados. Esse número de desemprego não é abstração, ele está em cada município concretamente. É só andar pelas principais avenidas de Natal para ver a multiplicação de pessoas dormindo no chão. O abrigo já não dá conta. Essa legião de deserdados, que foi deslocada ou que perdeu o posto de trabalho, vai para cima das prefeituras, e elas ficarão imobilizadas e sem recursos. É preciso que haja um novo pacto, independente das bandeiras partidárias”, apontou o futuro vice-governador do RN.
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