segunda-feira, 29 de abril de 2019

NOTA: Em defesa da autonomia universitária e contra os ataques de Bolsonaro as áreas de Filosofia e sociologia

A Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais e o Observatório do Conhecimento, iniciativa de associações e sindicatos docentes de todo o Brasil, vem a público contestar as declarações divulgadas pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por meio de seu Twitter, no dia 26 de abril de 2019, atacando os cursos de ciências humanas em especial os de Filosofia e Sociologia.
Não há nação desenvolvida no mundo que não possua forte investimento em campos de estudo como os da Filosofia e Sociologia. São estes que permitem estruturar o desenvolvimento de um país, formulando as estratégias para o crescimento econômico e atenção à população. Ao atacar as humanidades, o pensamento estratégico, Bolsonaro acaba por nos condenar à miséria, econômica e intelectual, nos relegar à escuridão da ignorância. Além disso, é um grande equívoco de Jair Bolsonaro responsabilizar a juventude brasileira pela recessão econômica que o país se encontra, enquanto seu governo não apresenta nenhuma proposta concreta neste sentido.
Reforçamos ainda que a educação tem três finalidades: o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A formação acadêmica com base nestas disciplinas é condição indispensável ao pensamento independente e à formação cidadã, conforme previsto nos artigos 205, 206 e 207 da nossa Constituição.
Reiteramos nosso compromisso com a defesa da autonomia universitária e liberdade de cátedra, condições necessárias e essenciais para que o progresso científico aconteça – nas humanidades ou em qualquer outro campo. Não toleraremos qualquer tentativa de arbítrio contra reitorias, professores e professoras, estudantes e trabalhadores na educação, vindo de onde for. Esperamos que o Congresso Nacional e o Judiciário se manifestem e atuem para que os preceitos da Constituição Federal sejam cumpridos, sobretudo quando atacados pelo próprio presidente da República.

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