Na avaliação do professor da Fundação Escola de Sociologia e Política Paulo Silvino, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu “uma aula de política” na entrevista aos jornais Folh a de S.Paulo e El País na última sexta-feira (26). “Em que pese não ter nenhuma formação acadêmica, Lula é talvez o maior professor de política que nós temos.”
Em entrevista a jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, nesta segunda-feira (29), Silvino, doutor em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destaca a “impressionante capacidade” de análise do ex-presidente, ao pregar a necessidade de diálogo entre as forças esquerda e com todo as forças políticas.
“Outro aspecto é que Lula mostra que é possível, a partir de vontade política e posição de compromisso com a sociedade, pensar alternativas para a crise econômica, com desemprego absurdo e alarmante que a gente vive, sem necessariamente levar a conta para os mais pobres”, ressalta o professor.
Ele destaca Lula como “um dos principais quadros políticos da América Latina”, e diz que a entrevista mostrou que o ex-presidente não está abatido e “continua aguerrido”, acompanhando atentamente o noticiário relativo ao governo Bolsonaro.
Devido a esses fatores – a sua capacidade de análise política e de pensar a alternativas econômicas que incluam os mais pobres – é que Lula está preso, segundo Silvino. “Foi preso porque é um grande quadro, porque certamente poderia ganhar as últimas eleições.”
Silvino diz que, “infelizmente”, talvez a obsessão de Lula em “desmascarar” seus o ex-juiz e ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol não ocorra “num futuro próximo”. “Enquanto houver importantes fatias do Judiciário e da sociedade que reiteram a ideia de que o Lula tem que ficar preso, ele não vai conseguir desmascarar da forma que deseja.”
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