segunda-feira, 29 de abril de 2019

O DESMONTE DA POLÍTICA AMBIENTAL >> Um governo que está destruindo não apenas o povo mais também o meio ambiente do Brasil

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Em apenas quatro meses, o governo federal e sua equipe de ministros têm produzido um completo desmantelamento das leis e instituições ambientais brasileiras. Revogaram a obrigação das reservas legais em propriedades privadas, que era uma ferramenta importante para controle de desmatamento fora de áreas protegidas. Liberaram 31 novos agrotóxicos, sendo que metade desses são considerados altamente tóxicos e proibidos em outros países. Transferiram a função de demarcar terras indígenas, que era feita pela Funai, para o Ministério da Agricultura (ou seja, para o agronegócio). A própria Funai foi remanejada do Ministério da Justiça para ficar ao cargo daquela daquela ministra que diz que "mulheres devem ser submissas aos homens".
Eles acabaram com a fiscalização ambiental feita pelo IBAMA e ICMBio, cortando o orçamento e exonerando funcionários, argumentando que precisavam acabar com a “indústria de multas”. Ao mesmo tempo, criaram um órgão para poder perdoar certas multas ambientais (como aquela que o próprio Bolsonaro levou por pescar onde não devia -- a multa foi anulada e o funcionário que a aplicou foi exonerado). Aliás, eles estão destruindo o ICMBio, entregando um instituto que é responsável pela conservação da biodiversidade e administração de áreas protegidas federais para policiais militares. Recentemente, pediram a suspensão da lista de peixes e invertebrados aquáticos ameaçadas de extinção, pois a lista proíbe a pesca e comercialização desses animais e causa “prejuízos econômicos”. Por fim, eles têm negado o fato de que as mudanças climáticas são causadas pelo homem, afirmando que existe um viés ideológico nesse fato, e se utilizando desse argumento para descumprir compromissos internacionais de mitigação dos impactos das mudanças no clima global.
Ontem, 602 pesquisadores europeus publicaram um manifesto em uma das maiores revistas científicas do mundo, a Science, pedindo à União Europeia que a relação comercial com o Brasil seja condicionada à proteção do meio ambiente e dos direitos humanos. O que o ministro do meio ambiente fez? Afirmou que "o estudo não tem credibilidade". "Credibilidade" deve ter ele que foi CONDENADO por uma ação ambiental e, mesmo assim foi nomeado para o ministério pelo presidente (que, aliás, prometeu que não iria nomear ministros condenados). “Credibilidade” deve ter ele que mentiu ter feito mestrado na Universidade de Yale (EUA).
É triste e revoltante ver toda essa desconstrução da política ambiental (para não mencionar as outras esferas) em tão pouco tempo. Esse governo é uma vergonha para o Brasil. E o mais revoltante é se dar conta que a gente já sabia e alertava que todos esses absurdos poderiam acontecer, pelo menos aquela maioria da população que não votou nessa agenda. Mesmo assim ele foi eleito. Fico pensando se aqueles eleitores do Bolsonaro, especialmente aqueles colegas biólogos ou aqueles que se dizem minimamente preocupados com a questão ambiental, foram ingênuos ao acreditar que seria diferente.
Extraído da ´página do Facebook de Rafael Rabelo 

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