A gestão de Jair Bolsonaro (PSL) perdeu mais um aliado do Brasil na preservação da Floresta Amazônica. Após a Alemanha congelar repasses ao Fundo da Amazônia, a Noruega anunciou na quinta-feira (15) o bloqueio de um repasse de R$ 134 milhões. O país nórdico é o maior financiador do Fundo criado em 2008, tendo sido responsável por 94% dos recursos arrecadados até hoje. O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, explicou que a decisão foi tomada após o ministério do Meio Ambiente extinguir o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e centralizar as decisões sobre aplicação dos recursos.
O ministro Ricardo Salles planeja ainda reduzir o número de conselheiros de 24 para 7, priorizando o governo federal na composição e excluindo representantes da sociedade civil. A Noruega entende que a manobra do governo brasileiro compromete a transparência e a eficiência do Fundo. "Eles não poderiam fazer isso sem um acordo com a Noruega e a Alemanha", declarou o ministro Elvestuen.
Durante os primeiros meses da gestão Bolsonaro, a destruição da maior floresta tropical do mundo tem batido recordes. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram que as áreas com alerta de desmatamento na Amazônia aumentaram 278% em julho deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2018. Em junho, o aumento foi de 88%.
Empoderados pelas declarações do mandatário contra as políticas de preservação da Amazônia, fazendeiros paraenses promoveram um "dia do fogo" ao longo da BR-163, no sudoeste do Pará. No sábado (10) a principal cidade da região, Novo Progresso, teve 124 registros de focos de incêndio, aumento em 300% em relação ao dia anterior. No domingo, foram 203 casos. Outra cidade bastante atingida foi Altamira, com 194 casos no sábado e 237 no dia seguinte.
Fonte: www.brasildefato.com.br
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