O samba é brasileiro ou o brasileiro é o próprio samba? Ambas afirmações têm o sentido de tanto faz. O samba tem a cara do Brasil. O ritmo, que saiu das periferias tomou conta do País, e tem seu dia comemorado nesta quarta-feira (2), acabou se tornando mais que um gênero musical, transformando-se em um fenômeno social.
A data, apesar de não oficial, é celebrada em muitos estados, principalmente no Rio de Janeiro e na Bahia, onde projetos de lei foram aprovados, desde a década de 1960, perpetuando, assim, um dia exclusivo para este artefato cultural tradicional, que representa a nação perante o mundo.
Surgido no século XIX, a partir dos antigos batuques trazidos pelos africanos que vieram escravizados para o Brasil, o ritmo consolidou-se no Rio de Janeiro, embora tenha sido na Bahia, segundo relatos históricos, que o samba tenha sido criado. Com raízes negras e, geralmente, associado a elementos religiosos, um tipo de ritual era feito através dessa música e sua dança.
Democrático até na hora de ser reproduzido, o samba pode ser acompanhado ao som das palmas. Tradicionalmente, é tocado por instrumentos de corda e percussão, como cavaquinho, violão, pandeiro, surdo e tamborim. Com sua popularização pelo Brasil, outros sons foram introduzidos e novos segmentos a partir dele foram criados.
O samba-enredo e as marchinhas engrandecem as escolas de samba e os blocos carnavalescos. O de gafieira enfeita e anima os salões de dança. O partido alto mistura improviso e a dança, e se aproxima do samba raiz. Entre suas muitas vertentes, o pagode, com um tom mais eletrônico, ganhou força e tornou-se destaque entre os filhos 'mais novos' do gênero. Apesar das particularidades, cada desdobramento tem características fiéis ao gigante que os gerou.
Nomes como Cartola, Noel Rosa e Pixinguinha foram alguns dos responsáveis por dar voz ao som que prolifera até os dias atuais. Sucessos como “Vou festejar”, na voz de Beth Carvalho, e “Não deixe o samba morrer”, na de Alcione, estão marcados na memória de qualquer brasileiro. Dividir a mesma época com estrelas como Arlindo Cruz, Jorge Aragão e Fundo de Quintal é um privilégio, assim como também acompanhar os novos nomes que surgem e mantêm a hegemonia do samba no patamar que sua trajetória merece, como Xande de Pilares, Diogo Nogueira, Maria Rita, entre outros.
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