O IBGE divulgou, na última quarta (18/11), a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 com um índice preocupante: 40,3% dos adultos brasileiros foram classificados como insuficientemente ativos, ou seja, com comportamento sedentário.
No recorte de gênero, o número é ainda maior entre as mulheres, chegando a 47,5%.
De acordo com o consultor da academia Pulse Leônidas Oliveira, que é professor da UFRN, os dados são alarmantes porque aumentam anualmente.
O comportamento sedentário é cada vez mais presente na população brasileira”, analisa. “Precisamos entender estas pessoas e saber quais as barreiras para a prática de exercícios físicos”. Leônidas ressalta que, por muito tempo, pensou-se que falar sobre a necessidade das atividades físicas seria suficiente.
Mas muitas pessoas já sabem que são importantes e determinantes para o quadro de melhora de saúde, então por que, mesmo assim, não praticam?”, questiona.
Para o consultor, a principal questão são os fatores relacionados à evasão. “Por que as pessoas começam e desistem?”, pergunta. Para ele, a melhor atividade é aquela feita com prazer, com significado associado. “Não é só o profissional indicar por indicar um exercício nem focar apenas em resultado, porque cada vez mais as pessoas se sentem pressionadas por esta perspectiva”.
Recorte de gênero
De acordo com a pesquisa, as atividades físicas associadas às mulheres, em boa parte dos casos, são domésticas. “Precisamos rever a forma como encaramos os exercícios físicos para o público feminino, o tempo disponível para a prática”, alerta Leônidas.
“Sabemos que 21% das mulheres praticam atividade doméstica e somente 9% dos homens, então isto reflete na disponibilidade para uma rotina saudável”, destaca o professor. “Elas precisam ter mais tempo para o exercício físico, e nós precisamos quebrar o tabu e discutir este preconceito velado abertamente, mostrando que o sedentarismo também tem raízes culturais”.
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