Por Altamiro Borges
Com a posse dos novos deputados e senadores, a presidenta Dilma Rousseff encontra uma correlação de forças bem mais favorável no parlamento que seu antecessor. A mídia demotucana espalha que “a oposição encolheu” e teme pela aprovação de projetos que afetem os interesses das elites.
Na prática, o que desidratou foram a bancadas dos partidos de direita e de centro-direita – sejam dos “modernos neoliberais” do PSDB, dos oligarcas do DEM ou dos traíras do PPS. Durante os dois mandatos de Lula, estes setores sabotaram votações e até ensaiaram o impeachment do ex-presidente. Agora, Dilma pode ousar mais na votação de matérias de interesse dos brasileiros.
Mudança da correlação de forças
Com a posse dos novos deputados e senadores, a presidenta Dilma Rousseff encontra uma correlação de forças bem mais favorável no parlamento que seu antecessor. A mídia demotucana espalha que “a oposição encolheu” e teme pela aprovação de projetos que afetem os interesses das elites.
Na prática, o que desidratou foram a bancadas dos partidos de direita e de centro-direita – sejam dos “modernos neoliberais” do PSDB, dos oligarcas do DEM ou dos traíras do PPS. Durante os dois mandatos de Lula, estes setores sabotaram votações e até ensaiaram o impeachment do ex-presidente. Agora, Dilma pode ousar mais na votação de matérias de interesse dos brasileiros.
Mudança da correlação de forças
Segundo levantamento de Fernando Rodrigues, colunista da FSP (Folha Serra Presidente), “desde que o PT e Lula chegaram ao poder, em 2003, a oposição ficou 57% menor, na Câmara, e 64% menor, no Senado. Enquanto isso, a base de sustentação do governo petista aumentou 47%, na Câmara, e 100%, no Senado”.
No primeiro mandato de Lula, a bancada da direita era maior que a base de apoio do governo. “Na época, havia 259 deputados de oposição e 254 governistas; 50 senadores de oposição e 31 governistas. Quando Lula assumiu o 2º mandato, em 2007, os governistas já eram maioria: tinham 353 deputados (contra 160 de oposição) e 49 senadores (contra 32 de oposição)”. Agora, com Dilma, “são 373 deputados governistas (contra 111 de oposição) e 62 senadores governistas (contra 18 de oposição)”.
Base híbrida e gelatinosa
A mídia demotucana evita apontar os motivos da queda acentuada do bloco neoliberal-conservador nas eleições. Na conturbada história do país, as forças progressistas sempre cresceram quando houve lapsos de democracia. Exatamente por isso, a direita e a sua mídia sempre orquestraram golpes ditatoriais para abortar o avanço das correntes mais vinculadas à luta dos trabalhadores.
O encolhimento da direita no parlamento é positivo. Não significa que Dilma Rousseff terá dias tranqüilos no Congresso. A base governista é muita híbrida e gelatinosa, formada por 11 dos 22 partidos representados na Câmara e Senado. Há muitos interesses fisiológicos e patrimonialistas. PP e PTB, só para citar dois exemplos, têm origem na própria direita. Já o PMDB, o partido-ônibus de centro, galgou o posto de aliado preferencial do novo governo, o que poderá trazer transtornos à presidenta Dilma.
Nada justifica a falta de ousadia
Apesar das contradições, é bem melhor ter maioria no parlamento do que padecer na minoria. Só a ausência de figuras histéricas da oposição, como Artur Virgilio e Tasso Jereissati, já é um alívio. Também faz bem à democracia o inferno dos demos. O DEM, que elegeu 105 deputados em 1999, agora tem 43. No Senado, “despencou de 20 representantes, em 1999, para cinco agora”, aponta Fernando Rodrigues. No mesmo período (1999-2011), o PSDB caiu de 15 para 10 senadores; e de 99 para 53 deputados.
Como se observa, a mídia demotucana deve estar realmente preocupada, até apavorada, com o “encolhimento da oposição”. Caberá à presidenta Dilma Rousseff aproveitar essa situação mais favorável, com atitudes mais ousadas e altivas. Não dá mais para culpar a “herança maldita” de FHC na economia ou a correlação adversa no parlamento para justificar timidez e tibiezas.
No primeiro mandato de Lula, a bancada da direita era maior que a base de apoio do governo. “Na época, havia 259 deputados de oposição e 254 governistas; 50 senadores de oposição e 31 governistas. Quando Lula assumiu o 2º mandato, em 2007, os governistas já eram maioria: tinham 353 deputados (contra 160 de oposição) e 49 senadores (contra 32 de oposição)”. Agora, com Dilma, “são 373 deputados governistas (contra 111 de oposição) e 62 senadores governistas (contra 18 de oposição)”.
Base híbrida e gelatinosa
A mídia demotucana evita apontar os motivos da queda acentuada do bloco neoliberal-conservador nas eleições. Na conturbada história do país, as forças progressistas sempre cresceram quando houve lapsos de democracia. Exatamente por isso, a direita e a sua mídia sempre orquestraram golpes ditatoriais para abortar o avanço das correntes mais vinculadas à luta dos trabalhadores.
O encolhimento da direita no parlamento é positivo. Não significa que Dilma Rousseff terá dias tranqüilos no Congresso. A base governista é muita híbrida e gelatinosa, formada por 11 dos 22 partidos representados na Câmara e Senado. Há muitos interesses fisiológicos e patrimonialistas. PP e PTB, só para citar dois exemplos, têm origem na própria direita. Já o PMDB, o partido-ônibus de centro, galgou o posto de aliado preferencial do novo governo, o que poderá trazer transtornos à presidenta Dilma.
Nada justifica a falta de ousadia
Apesar das contradições, é bem melhor ter maioria no parlamento do que padecer na minoria. Só a ausência de figuras histéricas da oposição, como Artur Virgilio e Tasso Jereissati, já é um alívio. Também faz bem à democracia o inferno dos demos. O DEM, que elegeu 105 deputados em 1999, agora tem 43. No Senado, “despencou de 20 representantes, em 1999, para cinco agora”, aponta Fernando Rodrigues. No mesmo período (1999-2011), o PSDB caiu de 15 para 10 senadores; e de 99 para 53 deputados.
Como se observa, a mídia demotucana deve estar realmente preocupada, até apavorada, com o “encolhimento da oposição”. Caberá à presidenta Dilma Rousseff aproveitar essa situação mais favorável, com atitudes mais ousadas e altivas. Não dá mais para culpar a “herança maldita” de FHC na economia ou a correlação adversa no parlamento para justificar timidez e tibiezas.
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