A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou hoje (05/07) uma lista com os 90 cursos que tiveram inscritos mas não aprovaram candidatos no último exame de ordem. O índice de cursos que não conseguiram aprovar candidatos atingiu quase 15%. As faculdades do RN que não conseguiram aprovados no último exame foram: Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do Rio Grande do Norte (FACEX) e Instituto Natalense de Ensino e Cultura (INEC) com 05 e 07 inscritos respectivamente e nenhum aprovado. A OAB enviará uma lista ao ministro da educação, Fernando Haddad, com o objetivo que tais cursos sofram uma supervisão mais rígida pelo MEC.
Porém, devemos ressaltar que, com o número de inscritos, tais instituições (FACEX e INEC) encontram-se em uma situação não tão dramática. Aliás, se comparadas com as demais instituições particulares do RN estão em posição confortável. A FACEX teve apenas 05 inscritos e a INEC apenas 07, o que colocaria a amostragem que submeteu-se à prova muito pequena para ser avaliada devidamente. Para se ter uma ideia, apenas a UNP teve mais de 1.200 inscritos (com média de 7,7% de aprovação).
Vale lembrar ainda que vários foram os cursos que tiveram 40 ou mais inscritos e não obtiveram aprovações, como é o caso da FGS do Rio de Janeiro, FANORTE do Espírito Santo (ambas com mais de 40 inscritos e nenhuma aprovação), entre outras.
Ainda sobre o exame de ordem, a média de aprovação nacional de todos os anos é de 30%. Porém, na última prova do exame de ordem, de cada 10 bacharéis em direito inscritos no Brasil, apenas 1 passou. O índice de aprovação foi de 9,74%, aparecendo como o pior resultado na história. Os índices de aprovação caíram drasticamente após a unificação das provas.
As universidades públicas foram aquelas que apresentaram o melhor desempenho na prova. Das 20 que mais aprovaram, 19 são administradas pelo Estado. Na prova 2010.2 o curso de Natal que mais aprovou foi da UFRN com 52% de aprovados. Nestas horas pergunto-me: o que fazem os empresários da educação com o rio de dinheiro que conseguem? Algumas universidades particulares do RN pagam R$ 17,00 a hora aula para seus professores. Um professor que ensina no CEI, FACEX ou Marista no ensino médio ganha bem mais. Pagando o que se paga para professores do ensino superior em algumas universidades particulares, é de se esperar motivação por parte dos mesmos?
Antes de matricular-se em um curso superior pergunte a hora/aula de seu professor. Isso irá influenciar radicalmente na motivação que ele terá para lhe expor o conteúdo e lhe dar aula. Não que professores sejam mercenários, mas por R$ 17,00 a hora aula é preciso dar mais de 4 horas de aula por dia no ensino superior para se ter o salário “comparável” ao de um trabalhador da construção civil. Professores de universidades públicas recebem mais de R$ 100,00 por hora/aula, ou seja, quase 5 vezes mais. Será que existe diferença de motivação em cada caso?
Fonte: Site Carta Potiguar
Acredito que medidas tais como as tomadas pela OAB deveriam ser lugar comum em todos os cursos do Brasil, tendo como objetivo alertar o MEC e os estudantes no que diz respeito ao nível de qualidade dos cursos que estão sendo oferecidos nas universidades nacionais. Porém, é sensato levar em consideração o tamanho da “amostragem” utilizada. Muitos dos cursos que não obtiveram aprovações estão “injustamente” em uma “lista negra”. Afinal, é absolutamente desproporcional comparar o desempenho de 1.200 inscritos com 5 ou 7 inscritos (caso da FACEX e INEP, respectivamente).
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