OS SEIS MESES DO GOVERNO DILMA
Aos seis meses, apesar dos percalços, o saldo é favorável à primeira mulher presidente do Brasil.
O pior momento de sua administração aconteceu por razões sobre as quais a presidente tinha pouca responsabilidade. Foi um erro nomear Antonio Palocci Filho para a Casa Civil e concentrar tanto poder na pasta? Hoje parece fácil responder afirmativamente.
Palocci, porém, cumpriu um papel fundamental na campanha e na formação do governo. Estabeleceu os laços necessários com o grande capital que sempre namorou José Serra, o candidato do PSDB em 2010. O sorridente Palocci se desgastou ao represar a sede peemedebista por espaço no governo. Enfim, ele foi útil à presidente enquanto manteve condição política de permanecer à frente da Casa Civil.
Palocci caiu porque o padrão ético da política brasileira vem melhorando paulatinamente. A sociedade não aceitou o silêncio do ministro a respeito do meteórico enriquecimento.
Claro que crises sempre têm uma natureza ruim, mas podem ser oportunidades para correções de rumo e para aprender a governar. O ano de 2003 foi duro para Luiz Inácio Lula da Silva. A crise do mensalão, em 2005, muito mais. No entanto, também foram momentos em que Lula aprendeu a governar melhor. E ele saiu da Presidência com popularidade recorde para presidentes desde a redemocratização de 1985.
Dilma, ministra fundamental para o êxito lulista, está aprendendo a ser presidente. Por mais experiência que um político tenha, esse trabalho é difícil pra chuchu. A cada dia, relatam governadores, senadores, deputados e integrantes do Executivo, ela aprende a ser mais presidencial e menos ministerial. Correndo risco de simplificar em excesso, a tradução é a seguinte: enxergar mais a floresta do que a árvore.
Foi uma boa decisão o recuo de Dilma ao prorrogar por mais três meses o prazo de pagamento de emendas parlamentares que fazem parte dos restos a pagar de 2009. Não valia a pena comprar uma crise com o Congresso Nacional neste momento. Ela tem sabido resistir a pressões. Não precisa dar provas de mandonismo explícito _este, sim, um aspecto de sua personalidade que incomoda auxiliares. Evidência disso: o discurso do ministro Nelson Jobim (Defesa) na homenagem do Congresso aos 80 anos de FHC.
Um bom presidente deve entender os limites do seu imenso poder, saber reavaliar decisões e admitir erros. Ideia fixa na política é um risco danado. Se ainda puder dar alguma leveza ao cargo, com certo charme no contato pessoal, melhor ainda. Mas, convenhamos, Presidência não é concurso de simpatia...
Aos seis meses de governo, Dilma está acertando os ponteiros. Na economia, a inflação deixou de ser uma grande ameaça. O crescimento econômico de 2011 deverá ser razoável para um ano de ajuste fiscal. O real valorizado em relação ao dólar se tornou um problema crônico, que tem entre as causas uma onda internacional e que precisa ser monitorado constantemente.
Na política, provavelmente o Palácio do Planalto bancará a aprovação de um projeto que acabará com o sigilo eterno de documentos ultrassecretos. Há um entendimento com a oposição para criar a Comissão da Verdade sobre a ditadura militar de 1964. Dilma tem buscado dialogar com o Senado para amenizar o tom ruralista que a Câmara deu ao novo Código Florestal. Com atraso, tenta tirar do papel os projetos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Das promessas de campanha, colocou na praça os planos de combate à miséria e de ampliação do acesso à banda larga na internet com preço acessível aos mais pobres.
Há um rosário de problemas, como justificar uma ajuda de R$ 4 bilhões do BNDES à operação Pão de Açúcar-Carrefour. A presidente deve prestar contas à sociedade dessa benemerência com dinheiro com público. Não basta que as autoridades digam que o negócio é bom para o Brasil. A crise de Palocci ensinou a importância de dar satisfações ao distinto público.
No balanço dos seis meses, é honesto dizer que Dilma está presidindo bem.
kennedy alencarfonte UOL
E OS SEIS MESES DO GOVERNO COR - DE - ROSA
Seis meses que não devem ser esquecidosChegamos a seis meses, exatos, de Governo Rosalba Ciarlini (DEM). Um período que até poderia ser esquecido. Mas não é recomendável que passemos uma borracha nesse tempo.
As experiências do período podem servir e muito para o futuro, não apenas ao próprio governo, como à sociedade, que hoje se sente ludibriada em sua boa-fé. Até o momento, o governo não fez acontecer.
É um amontoado de equívocos, disparates, disse-me-disse, imobilismo e propaganda enganosa.
A crise veste "rosa" no RN
Promove um estelionato administrativo, vendendo gato por lebre e tenta convencer a opinião pública de que toda essa barafunda é culpa de antecessores.
A “síndrome do retrovisor”, como este Blog denominou há meses, gradualmente vai se enraizando mais e mais. O “complexo de transferência de culpa”, como queira, até explica em parte tamanha apatia, mas não justifica essa mediocridade cor-de-rosa.
Um semestre já se foi; o ano ganha velocidade para o fim. O Rio Grande do Norte está praticamente parado ou funcionando por seu metabolismo próprio.
Há tempo e meios para virar o jogo. Basta mudar de mentalidade e método. O simples transplante do “kit” gerencial e político adotado na Prefeitura de Mossoró, não emplacou no governo estadual. O Estado não é a Prefeitura de Mossoró e o Rio Grande do Norte não é Mossoró!
Opinião da Coluna do Herzog
Sem comentários:
Enviar um comentário