quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Governo sem prumo

Rosalba nega a própria palavra e derruba decreto ditatorial
Fonte: Blog de Carlos Santos
Impressiona a falta de prumo e palavra do Governo Rosalba Ciarlini (DEM). Parece um risco n’água. Os episódios são constantes, em conta-gotas ou enxurradas, deixando-o em crescente descrédito perante a opinião pública.
Mete os pés pelas mãos, complica-se sozinho. Nem precisa de oposição.
Eis o caso mais recente, que corrobora com essas assertivas:
Ao final da semana passada, a governadora baixou decreto proibindo manifestações públicas no âmbito do Centro Administrativo. Em café da manhã com a imprensa, ontem (terça-feira, 27), num hotel da Via Costeira (Natal), a governadora Rosalba Ciarlini foi incisiva ao afirmar que não revogaria o decreto, apesar da sua péssima repercussão.


“Não”, afirmou diante de jornalistas que a entrevistavam.
Chegou a dizer, num rodeio de 360 graus (ou seja, que voltou pro mesmo canto), que na verdade não era uma proibição e sim uma adequação limitando os protestos que ocorreram aos borbotões, este ano, contra sua gestão.
Falou e não convenceu a ninguém que possua um pingo de bom senso e conhecimento de causa. O decreto ditatorial, que a sabedoria popular logo apelidou grotescamente de “AI-5 Rosado” (numa alusão aos atos institucionais repressivos do regime militar brasileiro), ganhou a antipatia da sociedade e instituições respeitáveis, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Ainda ontem, horas depois de afirmar que manteria seu “AI-5 Rosado”, a governadora assinava revogação do mesmo decreto, o publicando hoje no Diário Oficial do Estado (DOE). Desmoralizou a própria palavra.
Até parece que não sabia que iria revogá-lo. Parece subordinada a uma força “superior”, que não a informou da decisão, para ser poupada do embaraço e mico.
Seu ex-secretário de Gabinete Civil, jurista Paulo de Tarso Fernandes, que já a salvou de pelo menos duas cassações em mandatos anteriores, chegou a afirmar que o decreto era um “desatino político”.
Provocada ontem pela imprensa, sobre as palavras de Paulo, Rosalba fechou o cenho e rechaçou-o: “É opinião de cada um”.

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